Capítulo 5: Sombra do Império

O sol já se escondia atrás das dunas, mas a tensão na base da Resistência ainda pulsava como um eco de guerra. A criatura caíra, desfigurada e derrotada, mas a lembrança de sua força monstruosa permanecia.

Elise, ainda assombrada pela batalha, caminhava devagar em direção ao grupo reunido. Seu coração batia descompassado, e a pergunta que ecoava em sua mente não encontrava resposta.

"Como algo assim pôde existir? E por quê?"

Raven, com o rosto marcado pela poeira e suor, se afastava do grupo. Ela encarava o horizonte como se pudesse ver muito além do que os olhos comuns permitiam.

— Eles estão por trás disso — murmurou Raven, mais para si mesma do que para os outros.

Lina aproximou-se, o olhar fixo no rosto de Raven.

— Quem, Raven? Quem está por trás disso tudo?

Raven respirou fundo, como se carregasse um fardo invisível. Seu olhar se desviou da linha do horizonte e encontrou o de Lina.

— O Império. Sempre foi o Império. — A voz de Raven era firme, mas carregava um tom de cansaço.

Elise ouviu a resposta e se aproximou, finalmente encontrando coragem para perguntar.

— Império? — perguntou, confusa. — Como eles podem estar envolvidos em tudo isso? O que quer dizer com "criações do Império"?

Raven olhou para Elise e suspirou. Sabia que não havia mais espaço para segredos.

— O Império que restou após o colapso do mundo. Eles têm uma obsessão por controle. Querem subjugar tudo e todos, manipulando o que restou da humanidade. — A expressão de Raven era sombria. — Essas criaturas... elas são experimentos deles. Armas que ultrapassaram os limites do que poderia ser considerado "humano".

Elise sentiu o estômago revirar. As implicações eram aterradoras. Se o Império podia criar tais monstruosidades, o que mais estavam escondendo?

— E como podemos lutar contra eles? — Lina perguntou, um tom de desespero em sua voz. — Se essas criaturas eram apenas o início...

Raven apertou os lábios, tentando conter o pânico que crescia dentro de si.

— Não temos escolha — respondeu. — Vamos ter que continuar lutando. Não há outra opção.

O silêncio pesava sobre todos enquanto eles se lembravam da batalha recente. A base, ainda marcada pelos vestígios da luta, se tornara um lugar de ruínas, mas também de resistência.

Elise olhou em volta e viu os sobreviventes agrupados, alguns cuidando de feridos, outros permanecendo em silêncio, com os olhos distantes.

Foi quando uma nova sombra surgiu no horizonte. Não era uma criatura, mas algo muito mais sinistro.

— Eles estão vindo — sussurrou Raven, os olhos fixos na linha do horizonte.

Lina seguiu o olhar de Raven e viu, ao longe, uma coluna de fumaça se elevando no céu. Era como uma marca negra que se expandia no horizonte.

— O que são? — perguntou Lina, sentindo um frio na espinha.

— Os soldados do Império — Raven respondeu, sem hesitar. — Agora sabemos que não estamos sozinhos nesse deserto.

Elise sentiu as pernas tremerem. A realidade estava se tornando cada vez mais sombria. O Império não apenas havia criado monstros, mas agora os enviava como uma ameaça direta.

— Precisamos reforçar as defesas — Raven disse, seu tom autoritário retornando. — Não podemos deixar que eles se aproximem. Não podemos permitir que o Império tome a base.

Lina assentiu, e, junto com Raven, começaram a organizar as tropas restantes. Soldados feridos se arrastavam, mas sua determinação era mais forte do que o cansaço. Eles não tinham escolha.

Enquanto isso, Elise permanecia parada, olhando para Raven e para a linha tênue entre o passado e o futuro incerto.

— Mas e o que faremos? — Elise perguntou, sentindo um nó na garganta. — Como vamos sobreviver?

Raven olhou para Elise, o olhar resoluto.

— Lutaremos até o fim — respondeu. — Não temos outra opção.

A base estava prestes a enfrentar a ameaça mais mortal até então. A sombra do Império pairava sobre eles, e a batalha estava apenas começando.

O deserto ainda guardava segredos, e o futuro parecia sombrio, mas os sobreviventes tinham algo em comum: a esperança, por mais tênue que fosse, ainda ardia em seus corações. Eles lutariam por ela.

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