O sol já estava alto quando Raven convocou Lina à sala de comando, onde mapas e relatórios cobriam cada superfície disponível. Ferreira estava ao lado, a expressão endurecida. O clima estava carregado de tensão.
— Precisamos enviar uma equipe ao norte para Faça o grupo do Império que está avançando naquela direção — disse Raven, sua voz firme. — Lina, quero que você lidere a missão.
Lina levantou o olhar, surpresa, mas sem hesitação.
— Entendido.
Antes que Ferreira pudesse se conter, ele deu um passo à frente.
— Não! Lina não vai.
Raven cruzou os braços, encarando o amigo com dureza.
— Ferreira, não temos tempo para isso. Precisamos agir rápido. Lina é a mais qualificada para liderar essa operação.
Ferreira balançou a cabeça, os olhos fixos em Raven.
— Você está brincando com a vida dela. Já basta o risco que ela correu antes. Agora sabemos que o Império já pode estar ciente de quem ela realmente é.
Lina, impassível, interrompeu antes que Raven pudesse responder.
— Eu vou, Ferreira. É minha decisão.
Ele a encarou com uma mistura de raiva e preocupação, mas sabia que não adiantava insistir.
— Se algo acontecer com você…
— Não vai — disse Lina, com um pequeno sorriso. — Eu prometo.
A tarde estava quente e silenciosa quando Lina e um grupo de soldados partiram em direção ao norte. O terreno árido do deserto estendia-se à frente deles, iluminado pela luz alaranjada do sol poente.
Ao avistarem o grupo do Império de longe, Lina sinalizou para que os soldados permanecessem escondidos.
— Não vamos atacar ainda. Quero saber o que eles estão fazendo — disse ela em voz baixa.
Eles observaram à distância enquanto o grupo tecnocrata se encontrava com outro grupo, claramente rebelde, mas bem armado e organizado. Lina pôde ouvir fragmentos de conversa através de um dispositivo de escuta que captava sons ao vento.
— Temos o acordo. Metade do que foi prometido estará na base em três dias — disse um dos rebeldes.
— Certifiquem-se de que a resistência não interfira. Nosso plano depende disso — respondeu um soldado do Império.
Os grupos se dispersaram, cada um seguindo em direções opostas. Lina sinalizou para sua equipe recuar sem serem vistos.
Quando voltou à base já à noite, foi direto para os aposentos de Ferreira.
— Lina? — Ferreira disse, surpreso ao vê-la entrar em sua sala.
— Precisamos conversar — disse ela, sentando-se em frente a ele, a expressão séria.
Lina explicou o que havia visto: a aliança entre o Império e os rebeldes.
— Isso muda tudo, Ferreira. Eles estão planejando algo maior do que só atacar a base. Estão se armando para um golpe mais devastador.
Ferreira passou as mãos pelo rosto, claramente preocupado.
— Então temos menos de um dia para decidir. Lutar ou fugir.
Lina assentiu, mas antes de sair, colocou a mão no ombro dele.
— Seja qual for a decisão, eu estarei com você.
Ferreira segurou a mão dela por um instante, sem palavras, mas o olhar carregava um significado claro: o medo de perdê-la.
Mais tarde, Raven chamou Ferreira para conversar em uma sala isolada da base. Ela estava tensa, como se carregasse um peso invisível.
— Precisamos decidir agora, Ferreira. Se vamos lutar ou fugir.
— Eu sei disso — respondeu ele, impaciente. — Mas você não percebe como está agindo? Parece que está colocando tudo em risco sem pensar.
Raven parou, surpresa.
— O que está insinuando?
— Que você não é a mesma, Raven. Está mais impulsiva, mais… distante. O que está acontecendo?
Ela hesitou, desviando o olhar.
— Não é nada.
— Não é nada? — Ferreira retrucou, a voz cheia de incredulidade. — Somos amigos há anos, Raven. Eu te conheço melhor do que isso.
Finalmente, ela o encarou, os olhos brilhando com uma emoção que ele não conseguia identificar de imediato.
— Talvez o problema seja esse, Ferreira. Você me conhece demais.
Ele franziu a testa.
— O que quer dizer?
Raven respirou fundo, como se se preparasse para uma batalha diferente de todas que já enfrentou.
— Eu guardei isso por muito tempo. Mas não posso mais fingir que não sinto nada. Ferreira, eu… eu te amo.
As palavras pairaram no ar, pesadas e carregadas de significado. Ferreira ficou em silêncio, chocado.
— Raven…
— Não precisa dizer nada — ela continuou, com um sorriso triste. — Eu sei que você está com Lina agora. E ela é incrível. Eu nunca tentaria interferir.
Ferreira tentou encontrar as palavras certas, mas nada parecia adequado. Ele finalmente deu um passo à frente e colocou a mão no ombro dela.
— Raven, você é uma das pessoas mais importantes na minha vida. E sinto muito por não ter percebido antes…
Ela o interrompeu com um pequeno gesto de mão.
— Não precisa se desculpar. Só precisava tirar isso do peito antes que fosse tarde demais.
O silêncio que se seguiu foi cheio de compreensão mútua, mas também de uma distância que não poderia ser cruzada.
Enquanto Raven e Ferreira encerravam sua conversa tensa, o som distante de motores ecoava pelo deserto. Alguém estava se aproximando da base.
Raven e Ferreira trocaram olhares, a tensão renovada.
— Parece que o tempo acabou — disse Raven, pegando seu equipamento e se preparando para o que viria.
Ferreira assentiu, já focado no próximo passo.
A batalha iminente os esperava, mas as emoções e confissões daquela noite ficariam gravadas em ambos, como marcas invisíveis em um cenário já devastado pela guerra.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Joelma Oliveira
ok por isso nao estava esperando... pensei q ela gostava de lina e nao de ferreira...
2025-01-03
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