A noite no deserto era um contraste brutal de escuridão absoluta e o brilho de estrelas que pareciam estar ao alcance das mãos. O vento soprava suave, mas carregado de tensão, como se o próprio ambiente percebesse o que estava por vir. Na base da resistência, Raven e Ferreira permaneciam de pé no ponto mais alto da estrutura, os olhos fixos no horizonte, atentos a qualquer movimento. O som distante de motores finalmente rompeu o silêncio, fazendo ambos trocarem um olhar carregado de preocupação.
— Eles chegaram — Ferreira murmurou, tenso, apertando os punhos.
— Não todos — respondeu Raven. — Esses são os rebeldes. Estão à frente, abrindo caminho para o Império.
Os dois desceram rapidamente para alertar os outros. Lina já estava perto, com uma arma em mãos, pronta para qualquer eventualidade. A doutora Elisa permanecia na sala de planejamento, rodeada por soldados que formavam uma barreira improvisada.
Lá fora, o som dos motores se intensificava. Pouco a pouco, a silhueta dos veículos rebeldes surgiu. Caminhões adaptados com placas de ferro e motos rápidas cercavam o lado oeste da base, os faróis cortando a escuridão. Os rebeldes estacionaram estrategicamente, deixando claro que não pretendiam atacar naquele momento, mas sim estabelecer uma presença ameaçadora.
Os homens desceram dos veículos, rindo alto e falando entre si. Um deles, mais alto e com uma bandana vermelha na cabeça, parecia ser o líder. Ele olhou para a base da resistência e, com um sorriso cínico, gritou:
— Ei, resistência! Vocês estão prontos para a festa? Ou vão entregar logo a doutora pra gente?
Os risos ecoaram no deserto, criando um clima de zombaria e desprezo.
Raven caminhava pelos corredores com passos rápidos, sua mente trabalhando incessantemente. Ela sabia que a provocação dos rebeldes não era só para intimidar; era para desestabilizá-los. Encontrou Ferreira na sala de armas, organizando as defesas.
— Eles não vão atacar antes que o Império chegue — Raven afirmou.
— Como pode ter tanta certeza? — Ferreira perguntou, sua voz carregada de frustração.
— Porque são covardes. Não se arriscam sem o respaldo do exército tecnocrata.
Ferreira assentiu, mas seu rosto continuava sombrio.
Enquanto isso, Lina estava com Elisa na sala de planejamento. A doutora estava pálida, seus olhos mostrando o peso da responsabilidade que carregava.
— Eles não vão entrar aqui, doutora — Lina disse, tentando confortá-la.
— E se entrarem? — Elisa perguntou, quase num sussurro.
Lina não respondeu. Em vez disso, ajeitou a arma no ombro e lançou um olhar decidido à mulher que todos estavam arriscando a vida para proteger.
Os rebeldes continuavam fazendo pouco caso da situação. Alguns acendiam fogueiras, outros limpavam suas armas, e o líder da gangue parecia se divertir dando ordens que nem eram necessárias.
— Olha só, pessoal! Aposto que esses ratos estão tremendo lá dentro — disse ele, arrancando mais risadas dos seus homens.
Apesar da provocação, os rebeldes não se aproximavam demais da base. Era como se estivessem esperando algo.
Na base, a tensão era quase palpável. Os soldados estavam em seus postos, as armas carregadas e os olhos fixos nas janelas e torres de vigia. Ferreira organizava os turnos de vigia enquanto Raven caminhava entre os soldados, trocando poucas palavras, mas garantindo que cada um estivesse preparado.
Na sala de planejamento, Elisa observava os mapas com Lina ao lado.
— Não se preocupe, doutora. Eles não vão te tocar — Lina disse, a mão pousando brevemente no ombro de Elisa.
Elisa suspirou. — Espero que você esteja certa.
Enquanto isso, na área comum, Raven encontrou Ferreira novamente. Ele estava sentado num canto, limpando uma arma com um olhar pensativo.
— Você acha que eles vão esperar até o amanhecer? — Raven perguntou, sentando-se ao lado dele.
— Acho que sim. Rebeldes gostam de se sentir no controle. É mais jogo psicológico do que estratégia.
Raven ficou em silêncio por um momento, o olhar perdido.
— Precisamos proteger a doutora a qualquer custo, Ferreira. Ela é a chave de tudo.
— Eu sei disso, Raven. Mas a que custo? Estamos perdendo pessoas... E você sabe disso.
Raven não respondeu. Ela apenas se levantou e saiu, deixando Ferreira com seus pensamentos.
A madrugada avançava lentamente. Os rebeldes, do lado de fora, pareciam ter se instalado confortavelmente, mantendo a base cercada. A tensão dentro das muralhas só aumentava.
Enquanto Raven fazia sua última ronda, um de seus soldados correu até ela.
— Capitã, temos um problema. Um dos nossos detectou movimento ao longe. Parece que o Império está se aproximando.
Raven sentiu o coração acelerar.
— Quanto tempo?
— No máximo, algumas horas.
Ela respirou fundo e olhou para o horizonte, onde uma nova ameaça estava prestes a surgir.
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Atualizado até capítulo 49
Comments
Joelma Oliveira
alguma coisa tem q acontecer pra ajudar eles... nao deixa mais deles morrerem 😣
2025-01-03
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