#16 capítulo

Estou atônito até agora! Não sei o que deu em mim, para ter tanta coragem assim de me aproximar da Ana. Acho que foi a conversa que tive com meu pai. Mas ver ela na minha frente, tão linda. Me deu uma coragem fora do comum.

E não sei se é loucura da minha cabeça. Mas pela reação da Ana, acredito que ela também sente algo por mim.

Fiquei envergonhado quando a Samanta entrou na minha sala. Não só eu. Mas Ana também. Ela saiu daqui tão rápido, que nem me olhou.

E a conversa da Samanta, de me perguntar se me declarei pra Ana.

Bem que eu queria. Mas ainda não sei direito o que estou sentindo. Só sei que não paro de pensar nela.

Será que posso considerar isso como sentir algo por alguém?

Mas aí a Samanta vem com uma conversa, de que tem alguém interessado na Ana. Aí meu irmão, o sangue ferveu.

Estou aqui pensativo, olhando para o chão, que nem me dei conta que estou sozinho na sala.

O dia não foi fácil. Não tirava da cabeça a conversa da dissimulada da minha irmã. Tanto que conseguir focar no trabalho, está difícil.

Quem poderia estar interessado na Ana?

Já está quase na hora do almoço. E até o momento não vi mais a Ana. Até o documento para eu assinar. Foi trazido para mim por Simone.

Olhei as horas. E vi que já estava na hora de sair para o almoço. Arrumei as minhas coisas, respirei fundo, e segui para fora da sala.

Imaginem vocês, a decepção que senti, quando vi que Ana não estava ali.

Será que sou tão transparente? Simone me olhou, e sem que eu perguntasse, ela me disse que Ana foi resolver alguns problemas no andar de baixo.

Na hora lembrei do que Samanta me disse mais cedo. Será que esse tal problema, seria algum namorado?

Frustrado, caminho na direção do elevador, e não demora, já estou na casa dos meus pais com Diogo.

A família está toda reunida. E como sempre. A minha avó Kira brigando com meu avô.

— Como está sendo o seu dia hoje, meu filho? – Sou tirado dos pensamentos com a voz da minha mãe. Olho pra ela, tentando com o olhar saber o que ela falou. Só que a verdade é que eu não escutei –

— E mamãe, esqueci! Esse daí tá no mundo da lua. Ou melhor. No mundo da Ana.

Olho feio pra Samanta, e escuto a minha mãe falar toda animada.

— Sério mesmo? Eu sabia! Tava na carinha de vocês. No dia que eu vi ela pela primeira vez. Percebi que os seus olhinhos brilharam, meu filho.

— Mãe não é nada disso. A Ana ela...

— Vai continuar com esse papinho maninho? Tá bem! Eu até estava te dando a maior força. Mas já que não sente nada pela Ana. Hoje vou apresentar ela para uns amigos na balada.

— Como é que é Samanta? — Meu pai é quem pergunta. Mas não é isso que me importa agora. E sim o que a maluca da minha irmã acabou de falar. Como assim apresentar amigos dela pra Ana na balada? Mas nem por cima do meu cadáver.

__________

Acho que não posso mais enganar a mim mesmo. Tô é füdidamente apaixonado pela Ana.

Ela está tão linda nesse vestido. E ficou ainda mais linda, com as bochechas coradas de vergonha, quando disse a ela que está linda.

Fomos o caminho todo até a boate, com ela ao meu lado calada. E o perfume dela embriagando meus sentidos.

Quando chegamos na boate, quase a beijei dentro do carro. Já estava louco pra fazer isso. Só que Samanta, que abriu a boca até no canto na frente de todo mundo, dizendo que estava me ajudando a conquistar a Ana. Parecia mais um carma para me atrapalhar. Se colocarmos na ponta do lápis. Essa foi a segunda vez que ela estragou esse momento.

Entramos na boate. E de cara, não gostei do olhar do segurança direcionado para Ana. Ele parecia, à comer com os olhos.

Fechei a cara mesmo. E acho que ele entendeu o recado. Já que está me olhando agora assustado. Pra não passar mais aborrecimentos. Agarrei a mão da Ana, e não a soltei por nada até chegarmos na área vip.

E cara, o povo não respeita. Nem comigo segurando a mão dela. Os homens não deixaram de secar ela com os olhos. A vontade de meter a mão na fuça deles foi grande. Mas me contive.

Via os olhos dela brilhar, olhando cada parte daqui. E um sorriso involuntário saiu da minha boca. Mas não me contive quando vi os olhinhos dela arregalados. Olhei na direção de onde ela olhava. E tinha ali na parte de baixo, alguns jovens na pegação.

Isso é mais comum do que imaginam. Mas para uma pessoa toda vergonhosa como a Ana, imagino que essa cena seja um exagero total.

Samanta saiu com a desculpa de buscar alguma bebida. Mas sei bem o que ela tá fazendo. Afinal de contas. Se quisermos alguma bebida, é só chamar pelo garçom, que eles vem na hora para nós atender.

Mas não vai ser eu que vou mandar ela voltar né!? Afinal, ela está fazendo isso pra me deixar um minuto a sós com a Ana.

Iniciamos uma conversa legal. E mais uma vez bateu aquele clima gostoso. Até sermos interrompidos pelo Diogo, Simone e o mala do Maicon. Acho que não tenho sorte mesmo. Só pôde.

Passamos um bom tempo de papos animados. Maicon, perturbando a Samanta como sempre. Diogo sentado na cadeira, todo desconcertado com a presença da Manu aqui. Os dois, de minutos a minutos trocando olhares. Aí tem!

Já eu, observando o comportamento da Ana. Ela está olhando tudo, e rindo das maluquices desse povo. E eu babando nela.

Confesso mesmo. Cansei de me enganar.

Minutos se passam de conversas animadas. Até Diogo fazer para Ana, uma pergunta.

— Ana, você é de onde?

— Eu sou da Sibéria!

Acho que não fui o único que ficou chocado com a distância de onde Ana morava.

Samanta até perguntou o motivo dela vim de tão longe. Mas percebi que aí tinha alguma coisa.

Ana ficou nervosa. E logo tratou de mudar de assunto.

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