capítulo 7

Após minha entrevista de emprego, na qual, consegui a vaga. Saio da empresa bem satisfeita.

Sigo cautelosa pelas ruas, olhando cada canto que vou. Cuidado nunca é demais, certo? Vai que alguém mandando pelo pai, esteja à espreita.

Com essa ideia em mente. Vou direto para a pensão onde estou hospedada. De onde não saio muito. Só em caso de extrema urgência mesmo.

Acordo no outro dia, me levanto já me preparando para o primeiro dia de trabalho. Após banho tomado, roupa vestida, cabelo arrumado, e uma maquiagem leve no rosto. Sigo para o restaurante da pensão, e ali tomo o meu desjejum. Após terminar o café da manhã, volto para o quarto, escovo novamente meus dentes, enquanto espero o carro de aplicativo que chamei chegar.

Não demora, estou na empresa, saio do carro, e como todas as vezes antes de sair na rua, olho em todas as direções. Como disse antes, cuidado nunca é demais.

Pronto, como nada visto de errado, hora de entrar onde será o meu primeiro emprego na vida.

Confesso a vocês, estou muito nervosa. Mas muito feliz também. Sempre quis trabalhar, mas meus pais nunca permitiram.

Olho as horas no celular, constatando o horário de 7:27. Ótimo, estou dentro do horário.

Sigo caminho até o elevador, sentindo muitos olhares em mim. Tento ignorar todos. Não por me achar melhor que os outros. Mas por ser muito vergonhosa. E podem apostar, minhas pernas estão iguais à gelatina agora.

Entro no elevador, e paro no último andar, onde vou trabalhar a partir de agora. De longe vejo a senhorita Simone. E assim que ela me vê, abre um lindo sorriso.

Gente tenho que falar. Acho lindo mulher grávida. Elas ficam tão graciosas, um brilho na pele, e até no olhar.

Chego perto dela, já a cumprimentando:

— Bom dia, senhorita Simone. – Ela ergue uma das sobrancelhas, sorri de lado, e começa a falar–

— Bom dia, Ana! Mas por favor, me chame apenas de Simone! Vamos ser colegas, não é!?

Sorri pra ela, antes de confirmar com um sim.

Simone começou a me mostrar as minhas funções aqui, me mostrou a agenda do patrão, e me pediu para ir até ele, e anunciar sobre as reuniões.

Pego a agenda que ela me entregou, respiro fundo, e sigo até a sala dele. Bato na porta, e a voz que ontem me fez arrepiar, diz um " pode entrar". Respiro fundo, e abro a porta da sala.

Entro e o vejo do outro lado da mesa todo concentrado no que faz. O comprimento, e assim que tenho a atenção dele em mim. Sinto um formigamento estranho no corpo. Nervosa, olho para agenda em minhas mãos. Já sabia tudo que estava escrito ali. Mas assim evito olhar pra ele.

Falo toda a agenda do dia, mas consigo sentir mesmo sem olhar, os olhos dele em mim. Isso se eu não estiver louca, e estar imaginando coisas né!?

Após ditar a agenda pra ele, noto que ele permanece calado, e nessa hora olha pra ele já imaginando que eu poderia estar errada, e sua atenção na verdade, poderia estar nas papeladas que ele tem na mesa. E poderia apenas estar me ignorando.

Mas assim que olho pra ele, percebo realmente estar enganada. Os olhos dele estão presos em mim, me causando um desconforto gigantesco. Chamo por ele, e finalmente ele parece despertar.

Pergunto se ele escultou o que disse, e ele responde todo sem jeito algumas das coisas que falei. Sendo elas, apenas a parte sobre a reunião e a conferência. Depois fica estático novamente. Até olhar atrás de mim, mas não me atrevo a me virar pra saber quem ali está.

Senti passos se aproximando de onde estou, e os olhos do senhor Pedro, encarar a pessoa com desconforto.

— Obrigado senhorita, Ana. Peça a Simone para te orientar nos procedimentos da reunião. Nos vemos logo na sala de reunião!

– Sim senhor!

Falo sem jeito, me virando pra sair, e ali encontro um rapaz muito bonito me encarando. Ele me cumprimenta, faço o mesmo que ele, em seguida abaixo a cabeça sem graça, e saio da sala em passos apressados.

Ao chegar na minha mesa, Simone me encara curiosa. Olho pra ela sem entender o motivo.

— O que foi? Tenho algo na cara? – Pergunto já passando a mão no rosto, imaginando está tirando a sujeira que nem imagino onde está–

— Não, sua boba. Não é nada disso. Mas me responde. Porque está corada?

— Co. Co. Corada? Eu não estou corada!

— Está sim! Olha.

Ela me entrega um pequeno espelho, encaro meu semblante nele, e minhas bochechas estão vermelhas. Mas que coisa. Será que fiquei assim na frente dele? E se sim, será que foi por isso que ele estava me encarando tanto?

Mas que coisa. Imagino o qual patética devo ter ficado na frente dele. E a essa hora, ele deve está rindo da minha cara. Como pode passar pela minha cabeça, que um homem lindo daquele, teria algum interesse em mim?

Entrego o espelho pra Simone. Ela ainda está me olhando curiosa.

— Não é nada demais Simone!

Falei dando de ombros, na esperança que ela dê por encerrado o assunto. E parece que funcionou. Ela não disse mais nada, apenas voltou ao seu serviço. E eu mais que depressa voltei ao meu.

Entretida em meio aos papéis. Me assusto ao escutar uma voz grossa chamar pelo nome de Ana. Ao olhar a frente de minha mesa. Era ele, meu patrão.

— Vamos senhorita Ana. A reunião nos aguarda.

Me recupero rápido. Por um mísero segundo esqueci que estou usando um nome falso. Tenho que ficar mais atenta a isso, ou vou acabar sendo descoberta.

— Sim, senhor! – Respondo voltando a atenção para minha mesa, encontrando ali o que a Simone disse pra mim, que vou precisar para a reunião. Confesso que estou nervosa. Vai ser a primeira vez que participo de uma reunião importante.

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