Pedidos

Ken subiu as escadas tranquilamente, com o intuito de pegar algumas cobertas no armário do quarto. Ele cantarolava baixinho, sem se dar conta de que Anya o havia seguido. Quando ele abriu o armário e começou a puxar as cobertas, ouviu uma leve batida na porta, e ao se virar, lá estava Anya, hesitante na entrada do quarto.

"Ah, Anya, precisa de alguma coisa?" ele perguntou, com um sorriso curioso, mas despreocupado.

Ela mordeu o lábio inferior, os dedos entrelaçados em um gesto nervoso. "Na verdade, sim... É sobre os três pedidos."

Ken piscou, confuso. "Ah, isso? Não precisa decidir tudo agora, sabe. Dá pra ir pensando com calma."

Anya deu um passo à frente, fechando a porta atrás de si, o que deixou Ken um pouco surpreso. "Não, eu... já sei o que quero pedir primeiro."

"Tá bom, manda aí," ele respondeu, casualmente, largando as cobertas sobre a cama.

Ela hesitou por um momento, a coragem lutando contra a vergonha em seu rosto. "O primeiro pedido... é um abraço."

Ken arregalou os olhos, surpreso. "Um abraço? Sério?"

"Sim," Anya respondeu rapidamente, desviando o olhar enquanto o rubor tomava conta de suas bochechas. "Mas se você não quiser, tudo bem."

"Não, não, tá tudo bem!" ele disse, erguendo as mãos em um gesto apaziguador. "Só achei que seria algo mais, sei lá... complicado."

Ken deu alguns passos até ela, abrindo os braços timidamente. "Tá, vem cá então."

Anya respirou fundo e se aproximou, permitindo que Ken envolvesse seus braços ao redor dela. Ele era quente e acolhedor, e, para sua surpresa, ela se sentiu muito mais confortável do que imaginava. Por um breve momento, o mundo lá fora pareceu parar.

Ken, por outro lado, não sabia bem como reagir. Ele a abraçou de maneira gentil, sem perceber o significado daquele gesto para Anya. Para ele, era só um pedido simples. "Pronto," ele disse com um sorriso despreocupado. "Foi tranquilo, né?"

Anya, ainda sem olhá-lo nos olhos, assentiu. "Foi... foi bom, obrigada."

Ela se afastou levemente, mas ainda estava muito próxima, o coração batendo forte no peito. "Eu acho que já sei o segundo pedido também."

Ken inclinou a cabeça, curioso. "O quê? Vai pedir agora?"

"Não, não agora," ela respondeu, finalmente recuando com um sorriso tímido. "Mas acho que você vai se surpreender."

Ele riu, pegando as cobertas de novo. "Ok, agora tô até curioso. Mas, sério, bora descer antes que eles perguntem por que a gente sumiu."

Anya concordou, e ambos saíram do quarto juntos. Ela ainda sentia o calor do abraço na sua pele, e enquanto desciam as escadas, não pôde evitar pensar que aquele momento foi mais importante para ela do que Ken podia imaginar.

Quando Ken e Anya chegaram na sala, a visão os pegou de surpresa. No sofá, Hana e Sho estavam dormindo profundamente, abraçados um ao outro. Sho estava encostado no encosto do sofá, com um braço em volta de Hana, que, por sua vez, estava com a cabeça apoiada no peito dele. Ambos pareciam tão tranquilos que Ken e Anya instintivamente diminuíram o passo para não acordá-los.

Ken franziu o cenho, claramente confuso. "Hã? Quando isso aconteceu?" ele sussurrou, olhando para Anya com uma expressão de incredulidade.

Anya cobriu a boca com a mão para segurar o riso. "Acho que tivemos mais do que um filme de ação acontecendo por aqui," ela respondeu em um tom divertido, piscando para Ken.

Ken balançou a cabeça, ainda tentando processar. "Eu sabia que eles estavam ficando próximos, mas isso..."

"Shh!" Anya colocou um dedo nos lábios dele. "Vamos deixar eles dormirem, Ken. Estão tão fofos assim."

Ele cruzou os braços, ainda desconfiado, mas acabou concordando. "Tá bom, mas Sho vai ter que me contar essa história depois."

Com cuidado, Anya pegou um cobertor do canto do sofá e o colocou sobre Sho e Hana, certificando-se de que ambos estivessem confortáveis. "Pronto. Agora sim."

Ken suspirou e puxou Anya pelo braço. "Ok, já que eles estão 'ocupados' dormindo, vamos jogar mais uma rodada daquele jogo. Mas desta vez eu não vou pegar leve."

"Ah, é? Veremos sobre isso!" Anya respondeu com um sorriso desafiador, seguindo Ken até o outro lado da sala, enquanto Sho e Hana permaneciam a dormir, envoltos na calma daquele momento tão íntimo e sincero.

Ken, ainda em êxtase por vencer a última partida do jogo, foi surpreendido ao ver Anya o seguindo quando anunciou que ia dormir. Ele pensou que talvez ela quisesse falar algo casual, mas quando ela fechou a porta do quarto atrás de si, ele começou a ficar nervoso.

Anya olhou para Ken com uma expressão que oscilava entre determinação e timidez. "Ken... Você disse que atenderia qualquer pedido meu, certo?"

Ken sentiu o rosto esquentar imediatamente, os olhos arregalados. Ele se coçou nervosamente atrás da cabeça, tentando manter a compostura. "É... eu disse... Mas, hum, nada muito esquisito, tá?"

Ela deu uma risadinha nervosa e, para surpresa dele, caminhou até a cama, sentando-se suavemente na beirada. "Não é nada esquisito," ela começou, torcendo as mãos no colo. "Na verdade, é algo... meio importante pra mim."

Ken franziu o cenho, confuso, mas se aproximou um pouco, parando alguns passos à frente dela. "Tá, então... o que é?"

Anya levantou os olhos para ele, suas bochechas já tingidas de vermelho. Ela respirou fundo, juntando toda a coragem que tinha, e falou em um sussurro quase inaudível: "Eu quero... um beijo."

Ken ficou imóvel. Era como se o mundo tivesse parado por alguns segundos. Seu rosto imediatamente ficou escarlate, e ele começou a gaguejar, sem saber como responder. "Um-um b-beijo?!"

"Sim," ela respondeu rapidamente, sem olhar diretamente para ele. "Mas se você não quiser, tudo bem... Eu só..."

Antes que ela pudesse terminar, Ken levantou as mãos, gesticulando freneticamente. "N-não é isso! Eu só... nunca... sabe... Eu..."

Anya riu baixinho da confusão dele. Era fofo ver Ken tão perdido, mas, ao mesmo tempo, isso só a deixava mais nervosa.

Ken respirou fundo, tentando se acalmar. "Tá... tá bom. Um pedido é um pedido, né?" Ele caminhou hesitante até ela, parando bem em frente à cama.

"Você tem certeza?" ele perguntou, sua voz suave, mas cheia de nervosismo.

Ela assentiu, finalmente levantando os olhos para encontrar os dele. "Tenho."

Ken engoliu em seco e, lentamente, se inclinou para frente. Ele fechou os olhos quando estava bem perto, e Anya, com o coração acelerado, fez o mesmo. Seus lábios se tocaram em um beijo rápido, tímido e cheio de inocência, mas que parecia ter parado o tempo para ambos.

Quando Ken se afastou, ainda perto o suficiente para sentir a respiração de Anya, ele estava completamente vermelho, e Anya parecia não estar muito diferente.

"Isso foi... diferente," Ken murmurou, olhando para o lado, claramente sem saber o que dizer.

Anya riu baixinho. "Foi bom... eu achei."

Ken coçou a nuca, sorrindo sem graça. "É, acho que foi."

Ela olhou para ele com carinho e brincou: "Então acho que agora eu só tenho mais um pedido, né?"

"Mais um?" ele exclamou, a voz subindo de tom. "Pensei que você fosse pegar leve comigo!"

Anya apenas sorriu, levantando-se e saindo do quarto. "Boa noite, Ken. Durma bem."

Ken ficou ali parado por um momento, ainda tentando processar tudo o que tinha acabado de acontecer. Ele caiu na cama de costas, cobrindo o rosto com as mãos. "O que foi isso?" ele murmurou para si mesmo, o coração ainda acelerado, mas com um sorriso bobo nos lábios.

Ken estava quase pegando no sono quando ouviu três batidas suaves na porta de seu quarto. Ele abriu os olhos devagar, ainda meio sonolento, e sentou-se na cama. "Quem é?" perguntou, com a voz rouca de cansaço.

"Sou eu," a voz de Anya respondeu do outro lado.

Confuso, ele se levantou e abriu a porta. Lá estava Anya, os braços cruzados como se estivesse nervosa, mas com aquele olhar determinado que ela sempre tinha quando queria algo.

"Precisa de alguma coisa?" ele perguntou, ainda coçando os olhos.

"Na verdade, sim," ela começou, evitando olhar diretamente para ele. "Eu... decidi pedir meu terceiro pedido agora."

Ken engoliu seco, sentindo um frio na barriga. "Agora? Sério? Já?"

Anya assentiu, seus dedos entrelaçando uns aos outros enquanto ela tentava se controlar. "Sim. É algo simples... mas importante pra mim."

"Tá... o que é?" ele perguntou, nervoso.

Ela respirou fundo, levantando os olhos para finalmente encará-lo. "Eu quero dormir aqui com você hoje."

Ken ficou tão imóvel que parecia uma estátua. O rubor subiu ao rosto dele imediatamente, e ele começou a gaguejar. "D-dormir aqui? C-c-comigo? Tipo... na mesma cama?"

Anya, também vermelha, tentou explicar rapidamente. "Não tô dizendo pra fazermos nada de mais! Só dormir... juntinhos, sabe? Nada além disso."

Ken abriu a boca para responder, mas nenhum som saiu. Ele estava completamente desconcertado. Anya, percebendo o desconforto dele, deu um pequeno sorriso e acrescentou: "Se você não quiser, tudo bem. Eu só... me sinto confortável com você, Ken. É isso."

As palavras dela o pegaram de surpresa, e ele sentiu o coração acelerar. Ele engoliu em seco novamente, tentando recuperar o controle. "N-não, tá tudo bem. Pode ficar."

Anya sorriu, aliviada, e entrou no quarto. Ela fechou a porta atrás de si, como se para garantir que ninguém os interrompesse. Enquanto Ken se aproximava lentamente da cama, ele sentiu que o ar no quarto parecia mais pesado.

"Você dorme de um lado, eu durmo do outro," ele disse rapidamente, apontando as extremidades da cama como um acordo silencioso.

Anya riu baixinho, achando a reação dele adorável. "Tá bom, combinado."

Ken foi até o lado esquerdo, enquanto Anya se deitou no lado direito. Ambos estavam de costas um para o outro, tentando agir de forma casual, mas o nervosismo era palpável.

O silêncio tomou conta do quarto, interrompido apenas pela respiração deles. Ken, incapaz de relaxar, finalmente disse algo. "Você tá confortável aí?"

"Sim," ela respondeu, quase em um sussurro.

Depois de alguns minutos, Anya se virou lentamente para ele. "Ken... obrigada por isso."

Ele olhou por cima do ombro, surpreso com a sinceridade na voz dela. "Por quê?"

"Por me fazer sentir segura," ela respondeu, seus olhos brilhando suavemente na pouca luz do quarto.

Ken desviou o olhar, sentindo o coração bater mais rápido. "Você... é bem-vinda."

Anya sorriu, se aproximando ligeiramente, mas não o suficiente para ultrapassar a barreira invisível que eles tinham estabelecido. "Boa noite, Ken."

"Boa noite," ele respondeu, fechando os olhos.

Ambos adormeceram lentamente, com um misto de nervosismo e tranquilidade, cada um sentindo que aquela pequena proximidade era mais significativa do que palavras poderiam expressar.

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