Tão perto

Miku insistiu que Ken precisava descansar, e após algum protesto, ele finalmente concordou em ir para casa com ela. Hana, no entanto, recusou-se a sair do hospital. "Eu vou ficar aqui com o Sho. Ele salvou minha vida duas vezes hoje. Não posso simplesmente deixá-lo sozinho."

Miku sorriu gentilmente para a menina. "Certo, mas se precisar de algo, ligue para mim, ok? Confio que você vai cuidar dele."

Hana acenou afirmativamente e voltou ao quarto de Sho. O ambiente estava silencioso, exceto pelo som suave das máquinas monitorando seus sinais vitais. Sentando-se na cadeira ao lado da maca, ela observou Sho com uma expressão preocupada. Mesmo dormindo, seu rosto parecia tenso, e ele começava a se mexer, franzindo a testa.

De repente, ele começou a murmurar algo incompreensível, e Hana percebeu que ele estava tendo um pesadelo. Ela se levantou rapidamente, sem saber o que fazer, mas instintivamente pegou a mão dele, apertando-a suavemente.

"Está tudo bem, Sho," ela disse em um sussurro, esperando que isso ajudasse.

Quase como mágica, Sho começou a se acalmar. Seus movimentos diminuíram e a expressão de dor no rosto dele suavizou. Hana soltou um suspiro de alívio, mas antes que pudesse reagir, Sho puxou sua mão com força enquanto dormia, trazendo-a para a maca.

Hana caiu levemente sobre ele, chocada com o que acabara de acontecer. Ele a segurava com força, como se buscasse conforto. Tentando se mover, percebeu que não conseguiria sair sem acordá-lo, e o último que ela queria era perturbar seu descanso.

Com as bochechas corando, ela se acomodou na posição em que estava, sentindo o calor do corpo dele. Sho estava profundamente adormecido, mas seu aperto em Hana era firme, quase protetor.

Hana sussurrou para si mesma: "Sho... você é mesmo incrível... mesmo assim, parece que precisa de tanto carinho."

Ela descansou a cabeça levemente no ombro dele, tentando ignorar o calor em seu rosto, e, aos poucos, acabou fechando os olhos, adormecendo ao lado dele.

Hana tentou se acomodar na posição em que estava, mas logo percebeu que dormir seria mais difícil do que imaginava. Sho, ainda inconsciente, começou a se mover ligeiramente, e antes que ela percebesse, seus braços a envolveram em um abraço forte.

O calor do corpo dele contra o dela era evidente, e Hana não conseguia ignorar o quanto ele era forte. Seus músculos definidos pressionavam levemente contra seu corpo, e, mesmo com o tecido do uniforme hospitalar, era impossível não notar a firmeza dele. Seu rosto estava próximo o suficiente para sentir a respiração dele, quente e ritmada, roçando sua pele.

Hana começou a sentir algo novo, algo que não entendia completamente. Seu coração disparou, e o calor subiu de seu pescoço para o rosto. A sensação do abraço de Sho, tão firme e protetor, causava um turbilhão de emoções dentro dela. "O que está acontecendo comigo?" ela sussurrou para si mesma, tentando entender o que sentia.

Por um momento, sua mente divagou. Ela se imaginou mais próxima dele, mais íntima. Pensamentos que nunca antes haviam cruzado sua mente começaram a aparecer, causando um misto de vergonha e curiosidade. Ela rapidamente tentou afastar essas ideias, mas o toque quente de Sho e o ritmo constante de sua respiração pareciam hipnotizá-la.

"Não... pare com isso, Hana," ela murmurou, tentando controlar seus pensamentos. Mas quanto mais ela tentava, mais difícil se tornava ignorar o conforto — e a estranheza — daquela situação.

Hana virou o rosto para o lado, tentando se afastar minimamente, mas Sho, ainda em seu sono profundo, a puxou mais para perto, seus braços envolvendo-a com ainda mais firmeza. O rosto dele estava agora quase encostando no dela, e Hana sentiu seu coração bater tão rápido que achou que poderia desmaiar.

"Isso não é normal... por que estou gostando disso?" pensou, enquanto uma onda de calor percorria seu corpo. Sua respiração ficou um pouco mais pesada, e ela apertou os olhos, tentando se convencer de que não estava pensando nada fora do comum.

Mas não adiantava. Ela não podia negar para si mesma que aquela proximidade a fazia sentir-se estranhamente confortável, protegida e, ao mesmo tempo, cheia de sensações desconhecidas. Seus pensamentos, por um instante, tornaram-se mais ousados, e ela imediatamente sentiu seu rosto esquentar ainda mais.

"Que tipo de garota eu sou por pensar nisso agora?" ela se repreendeu mentalmente, mordendo levemente o lábio. Mesmo assim, por mais que tentasse se afastar, ela também não queria que o abraço terminasse. Sho parecia tão vulnerável e, ainda assim, tão protetor ao mesmo tempo.

Hana fechou os olhos, tentando encontrar alguma paz. "Ele está dormindo... não tem ideia do que está fazendo. E eu também só estou aqui porque ele precisa de mim... não é nada além disso."

Essas palavras eram o que ela precisava para se acalmar, mas, no fundo, ela sabia que estava mentindo para si mesma.

Hana, após muito esforço, finalmente cedeu ao sono. Ela nunca havia experimentado uma noite tão confortável e acolhedora antes. O calor de Sho e a sensação de proteção a embalaram como um cobertor que ela nem sabia que precisava. Pela primeira vez, dormiu profundamente, esquecendo os problemas do mundo lá fora.

Quando o sol começou a invadir o quarto pelas janelas, Sho lentamente abriu os olhos, piscando algumas vezes enquanto ajustava a visão. Foi então que percebeu algo estranho: Hana estava deitada ao seu lado, com o rosto tranquilo, ainda dormindo profundamente, e ele tinha um braço ao redor dela.

Seu rosto imediatamente ficou vermelho. Ele se afastou de leve, sem querer acordá-la, mas o movimento a fez abrir os olhos devagar. Hana piscou algumas vezes, sentindo o olhar de Sho sobre ela. Quando percebeu que ele estava acordado, ela sorriu levemente.

Sho tentou dizer algo, mas só conseguiu gaguejar:

"Eu... eu não... foi... eu juro que não fiz de propósito!" Ele cobriu o rosto com uma das mãos, completamente vermelho, o que era algo extremamente raro para ele.

Hana, vendo sua reação, não conseguiu conter um pequeno riso. "Sho, calma. Não tem problema nenhum, sério." Sua voz era suave, tentando tranquilizá-lo.

Mas ele continuava tentando se explicar, claramente desconfortável com a situação. "Eu não sei como isso aconteceu... Eu só... acho que devo ter te puxado sem perceber..."

Hana observava cada detalhe de sua expressão, achando-o surpreendentemente fofo naquele momento. Sho era sempre tão sério e inabalável, mas agora parecia um garoto tímido e vulnerável. Seu rosto esquentou levemente quando ela quase disse algo que provavelmente a deixaria mais envergonhada do que ele: *"Na verdade... eu gostei disso."*

Ela mordeu o lábio levemente, tentando evitar dizer o que realmente estava pensando. Mas sua hesitação e o rubor em seu rosto não passaram despercebidos por Sho.

"Você... tá vermelha também..." Ele comentou, sua voz ainda um pouco trêmula.

Hana desviou o olhar rapidamente, balançando a cabeça. "N-não é nada! Só... só acordei rápido demais, acho..." Ela riu nervosamente, tentando mudar de assunto.

Sho, mesmo sem entender completamente, apenas assentiu, tentando recuperar a compostura. "Bom... é... obrigado por ficar aqui comigo. Você não precisava ter feito isso."

Hana olhou para ele com um sorriso gentil. "Sho, você tem alguém cuidando de você agora, sabe? Não precisa se sentir sozinho."

Ele ficou em silêncio por um momento, as palavras dela ecoando em sua mente. Aquela frase parecia simples, mas carregava um peso que ele não sabia como responder. Afinal, a ideia de não estar sozinho era algo quase surreal para ele.

Hana e Sho ficaram conversando um pouco, a conversa leve, embora ambos ainda estivessem um pouco tímidos depois dos eventos daquela manhã. Hana tentava disfarçar, mas seu rosto ainda estava ligeiramente corado, enquanto Sho fazia o possível para manter a calma, embora sua mente ainda estivesse confusa com tudo o que havia acontecido.

Pouco tempo depois, a porta do quarto se abriu, revelando Miku, que entrou com um sorriso caloroso. "Sho, vim te buscar. O médico já liberou você pra ir pra casa." Seus olhos pousaram em Hana e suavizaram ainda mais. "Hana, muito obrigada por cuidar dele. Você foi uma verdadeira anja."

Hana sorriu de volta, levantando-se rapidamente. "Ah, não foi nada! Eu só fiz o que qualquer pessoa faria..."

Miku riu de leve, observando os dois. Ela não deixou de notar os rostos corados de ambos e o leve desconforto no ar. Ela sabia que algo havia acontecido, mas decidiu não comentar nada. Em vez disso, propôs algo.

"Já que você passou a noite cuidando do meu filho, acho justo eu retribuir. Que tal almoçar conosco hoje? Vou fazer algo especial como agradecimento."

Hana piscou, surpresa com o convite. "Oh, eu não quero incomodar..."

"Não é incômodo nenhum!" Miku insistiu, sorrindo. "Além disso, acho que Sho também ia gostar da companhia, certo?" Ela lançou um olhar divertido para o filho, que desviou os olhos, claramente envergonhado.

Hana hesitou por um momento, mas acabou concordando. "Tudo bem, eu só preciso avisar minha irmã." Ela puxou o celular e enviou uma mensagem rápida para sua irmã mais velha, explicando onde estaria.

Poucos minutos depois, eles saíram do hospital. No caminho, Miku conversava animadamente com Hana, perguntando sobre sua família e suas atividades escolares. Sho permanecia em silêncio a maior parte do tempo, mas observava as duas interagirem com interesse.

Quando chegaram à casa, Miku foi direto para a cozinha, já planejando o almoço. Hana se ofereceu para ajudar, mas Miku insistiu que ela se sentasse e descansasse. "Você cuidou do Sho ontem à noite, agora é a minha vez de cuidar de você. Considere isso um dia de folga!"

Hana riu e acabou se acomodando no sofá ao lado de Sho. Ele ainda parecia um pouco retraído, mas a presença de Hana parecia acalmá-lo. Enquanto isso, Miku, do outro lado da cozinha, observava os dois de relance, percebendo como Sho parecia mais... humano na presença dela. "Interessante," pensou consigo mesma.

Enquanto Miku preparava o almoço, ela não podia deixar de sorrir ao ouvir os sons baixos de conversa vindo da sala. Sho, normalmente tão reservado e sério, estava conversando com Hana, mesmo que de forma tímida e espaçada. Era algo raro, mas bom de ver.

Na sala, Hana tentava puxar assunto. "Então, Sho... Sua mãe é incrível, não é? Ela tem um jeito tão acolhedor. Deve ser bom ter alguém assim cuidando de você."

Sho olhou para Hana, um pouco hesitante. "Sim, ela é... diferente." Sua voz era baixa, mas carregava sinceridade. Ele parecia estar pensando em algo mais profundo, mas não continuou.

Hana percebeu o tom mais melancólico e mudou o assunto com um sorriso. "E você, gosta de cozinhar? Porque sua mãe parece uma verdadeira chef."

Sho deu um pequeno sorriso — algo que surpreendeu Hana. "Eu sei fazer o básico... nada muito impressionante." Ele olhou para as mãos, claramente desconfortável ao falar sobre si mesmo.

"Tenho certeza de que você é melhor do que está dizendo," Hana disse animada. "Da próxima vez, talvez você possa me mostrar."

Sho desviou o olhar, o rubor subindo às bochechas. "Talvez..."

Antes que a conversa pudesse continuar, Miku apareceu na porta da cozinha, enxugando as mãos em um pano. "O almoço está quase pronto, vocês dois. Sho, pode ajudar a pôr a mesa? Hana, fique à vontade, querida. É sua vez de ser mimada."

Hana riu levemente, mas levantou-se. "Ah, por favor, me deixe ajudar!"

"De jeito nenhum," Miku respondeu rapidamente. "Hoje você é nossa convidada especial."

Sho foi até a cozinha para pegar os pratos e talheres, enquanto Hana, relutante, voltou a se sentar. Ela observava a interação entre Sho e Miku. Apesar da timidez e seriedade de Sho, havia algo reconfortante na maneira como ele obedecia e respeitava a mãe.

Pouco depois, o almoço foi servido. Miku preparou um prato tradicional e caprichado, e a mesa estava cheia de pratos coloridos e cheirosos. "Espero que gostem," disse ela, sorrindo enquanto todos se sentavam.

Durante a refeição, Miku não perdeu a chance de puxar conversa com Hana, fazendo perguntas sobre sua família e como ela conheceu Sho. Hana explicou que morava com a irmã mais velha, já que seus pais trabalhavam no exterior.

"Eu e Sho nos conhecemos na escola," Hana disse, sorrindo para Sho. "Ele sempre me pareceu tão... forte e sério. Acho que nunca imaginei que seria alguém tão gentil."

Sho, que estava no meio de um pedaço de comida, engasgou levemente ao ouvir isso. Miku riu suavemente e lançou um olhar cheio de significado para Hana, que corou.

Depois que terminaram de comer, Hana ajudou Miku a lavar a louça, apesar dos protestos dela. Enquanto isso, Sho foi para o quintal, aproveitando o ar fresco.

Quando Hana terminou de ajudar, foi até o quintal encontrá-lo. Sho estava sentado em um banco, olhando para o céu.

"Ei," ela disse suavemente, sentando-se ao lado dele. "Está tudo bem?"

Ele olhou para ela, seu olhar sério suavizando um pouco. "Sim. É só... estranho ter alguém como você por perto."

"Alguém como eu?" Hana perguntou, curiosa.

"Alguém tão... gentil. E que não tenta me afastar."

Hana sentiu o coração apertar com as palavras dele. Ela sorriu suavemente e colocou a mão sobre a dele. "Eu não vou a lugar nenhum, Sho. Eu prometo."

Sho olhou para a mão dela sobre a sua, parecendo perdido por um momento. Então, pela primeira vez, ele deu um sorriso genuíno. "Obrigado, Hana."

O momento foi breve, mas significativo. Para Sho, alguém que carregava tantas cicatrizes — físicas e emocionais —, aquele gesto simples era mais do que ele podia colocar em palavras.

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Comments

Noxinfinity

Noxinfinity

o que é a vida?
é linda e maravilhosa, com muitas características e bota caraterísticas nisso kkkkk

2025-01-19

2

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