O líder da Bear, percebendo que as tentativas de intimidação não estavam funcionando, deu um passo à frente. Ele segurava uma faca maior, quase como um punhal, e falava com um tom mais ameaçador.
"Você tem gente em casa, né?" O sorriso dele era cruel, cheio de más intenções. "Se você não cooperar agora, não vai ser difícil dar uma passadinha lá. Aposto que sua família e seus amigos vão adorar a visita."
Sho, que até aquele momento estava tentando manter a calma, ficou completamente sério. Seus olhos, antes tranquilos, tornaram-se frios e implacáveis. Ele apertou os punhos, olhando diretamente para o líder.
"Se vocês tentarem tocar em alguém daquela casa, vou garantir que nenhum de vocês consiga sair daqui andando."
O líder deu uma risada debochada, mas não teve tempo de responder. Sho avançou como um raio.
O primeiro a tentar atacá-lo recebeu um soco direto no rosto, com tanta força que caiu desmaiado no chão. O próximo, armado com uma barra de ferro, tentou golpear Sho pela lateral. Sho desviou facilmente, agarrando a barra com uma mão e torcendo-a para longe. Ele usou a outra mão para acertar um chute devastador no joelho do garoto, que se dobrou com um grito de dor enquanto caía.
Os outros hesitaram por um momento, mas logo se lançaram sobre ele em massa.
Sho não estava mais se segurando. Ele golpeava com precisão brutal, quebrando braços e pernas sem nenhuma piedade. Um garoto tentou apunhalá-lo pelas costas, mas Sho girou rapidamente, agarrando o pulso do atacante e torcendo até o osso quebrar. O grito de dor ecoou no ar, mas Sho não mostrou nenhuma reação.
Outro garoto tentou aproveitar a distração para acertar Sho com um soco, mas ele abaixou-se e deu uma rasteira, fazendo o agressor cair de cara no chão. Antes que o garoto pudesse se levantar, Sho pisou com força na perna dele, quebrando-a no processo.
"Vocês acham que números vão me parar?" Sho falou, sua voz baixa, mas carregada de raiva. Ele olhou ao redor, vendo os outros hesitarem. "Eu já enfrentei coisas muito piores do que vocês."
Os delinquentes começaram a recuar, mas o líder gritou: "Covardes! Não parem! Ele é só um garoto!"
Encorajados pelo grito, mais cinco atacaram ao mesmo tempo. Sho esquivou-se habilmente, desviando de facas e socos. Ele pegou um deles pelo colarinho, usando-o como escudo humano contra os outros. Depois, jogou o garoto contra dois oponentes, derrubando-os no chão.
Os outros tentaram cercá-lo, mas Sho pulou para trás, acertando uma cotovelada na têmpora de um atacante e, em seguida, um chute giratório no estômago de outro, que foi arremessado contra uma pilha de caixas.
O líder da gangue finalmente avançou, segurando seu punhal. Ele tentou uma série de golpes rápidos, mas Sho desviava de cada um com facilidade assustadora.
"É só isso que você tem?" Sho provocou, agarrando o braço do líder em um movimento rápido e aplicando uma chave que o fez largar a arma. Ele torceu o braço até o líder cair de joelhos, gritando.
Sho o encarou de cima, segurando o braço do líder com tanta força que parecia prestes a quebrá-lo.
"Eu disse que ninguém aqui sairia andando. E agora vou cumprir."
Com um movimento preciso, Sho torceu o braço do líder até o som de ossos quebrando ecoar pelo ar. Os outros delinquentes, vendo a brutalidade, começaram a fugir, deixando seus companheiros feridos para trás.
Sho largou o líder no chão, que agora gritava de dor e desespero. Ele olhou ao redor, vendo os corpos gemendo no chão.
"Se algum de vocês se aproximar de mim ou da minha casa novamente, não vou ser tão misericordioso da próxima vez."
Sem esperar por respostas, ele limpou o sangue que escorria de um pequeno corte na testa e saiu do armazém, deixando o caos para trás.
Sho chegou à saída, mas parou. Seus passos diminuíram até que ele ficou completamente imóvel, seus punhos cerrados. Ele respirou fundo, como se estivesse tentando controlar a raiva que ainda borbulhava dentro de si. Depois de um momento de silêncio, ele virou-se lentamente, os olhos voltando para o caos que havia deixado para trás.
O líder da Bear, ainda caído no chão e gritando de dor pelo braço quebrado, tentou engatinhar para longe quando viu Sho se aproximando novamente.
"P-Por favor! Já chega! Você já acabou com a gente!" ele implorou, sua voz tremendo de medo e desespero.
Sho, no entanto, estava impassível. Ele caminhava com uma calma perturbadora, cada passo ecoando pelo armazém silencioso. Ele parou em frente ao líder, olhando para ele com seus olhos frios e penetrantes.
"Eu pensei melhor." Sho disse, sua voz baixa, mas carregada de determinação.
Antes que o líder pudesse reagir ou dizer mais alguma coisa, Sho levantou o pé e o trouxe com força sobre o joelho do líder. O som do osso quebrando foi alto e nauseante, seguido por um grito agonizante que ecoou pelo armazém.
Sho não se deteve. Ele foi para o outro joelho e repetiu o movimento, quebrando-o com a mesma precisão brutal. O líder gritava de dor, lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto implorava por misericórdia.
Sho inclinou-se levemente, olhando diretamente nos olhos aterrorizados do líder.
"Eu avisei que ninguém sairia andando daqui." Sua voz era gelada, quase sem emoção.
Ele então se levantou, deu um último olhar ao armazém cheio de corpos gemendo e saiu, sem olhar para trás.
Quando Sho finalmente cruzou a saída, ele respirou fundo, tentando acalmar a adrenalina que ainda corria pelo seu corpo.
Enquanto caminhava de volta para casa, ele pensava sobre o que tinha feito. Não era arrependimento, mas uma sensação de peso em saber que, para proteger aqueles que importavam, ele era capaz de qualquer coisa.
Sho caminhava pelas ruas em silêncio, ainda sentindo o peso dos acontecimentos recentes. Seus punhos estavam relaxados agora, mas o olhar ainda era sério. Ele parou em frente a um pequeno mercadinho, iluminado pelo letreiro neon. Respirou fundo, limpou um pouco de sangue seco que havia no rosto e entrou.
O sino da porta soou ao abrir, e o atendente, um homem de meia-idade, olhou brevemente para ele antes de voltar a focar no celular. Sho foi direto para a geladeira de sorvetes, abriu a porta e escolheu alguns potes de sabores variados: chocolate, baunilha e morango.
Ao se dirigir ao caixa, ele colocou os potes no balcão, e o atendente, sem levantar os olhos, passou os itens no scanner.
"São 1.200 ienes."
Sho puxou a carteira do bolso, deixou o dinheiro sobre o balcão e esperou o troco. Enquanto pegava a sacola com os sorvetes, o atendente finalmente notou uma mancha de sangue na camisa de Sho e levantou a sobrancelha.
"Ei, garoto, você tá bem?" ele perguntou, com um tom de preocupação.
Sho olhou para ele de canto de olho, deu um leve sorriso e respondeu: "É só ketchup."
Sem dar mais explicações, saiu pela porta, o som do sino ecoando novamente.
Agora, com os sorvetes em mãos, ele sentiu uma estranha sensação de normalidade voltar. Era quase irônico pensar em como estava há poucos minutos atrás em meio a um grupo de delinquentes armados, e agora estava caminhando tranquilamente pelas ruas com uma sacola de sobremesas.
Quando chegou em casa, viu as luzes acesas e ouviu risadas vindas de dentro. Assim que abriu a porta, foi recebido por Ken, que veio correndo até ele.
"Finalmente! Demorou muito! O que você trouxe?!" Ken perguntou, com os olhos brilhando de animação.
"Sorvete," Sho respondeu calmamente, levantando a sacola.
Anya apareceu logo em seguida, rindo. "Tá todo mundo esperando, sabia? Vai ser difícil te perdoar se o de chocolate não for meu."
Hana estava sentada no sofá, olhando para Sho com um leve sorriso de alívio. "Bem a tempo, já estávamos achando que tinha se perdido."
Sho fechou a porta atrás de si, colocou os sorvetes na mesa e suspirou. "Vocês fazem muito barulho pra quem não fez nada o dia todo."
Ken começou a rir e Sho, apesar de todo o cansaço, se sentiu grato. Por mais caótico que fosse, ele gostava de não estar mais só.
Enquanto todos começaram a escolher os potes de sorvete, Sho pegou uma colher e se sentou na beirada do sofá, sem muito alarde. Hana, que estava ao lado dele, ficou observando-o atentamente enquanto ele comia em silêncio, parecendo distante.
"Você tá bem?" ela perguntou baixinho, inclinando-se levemente em sua direção para que os outros não escutassem.
Sho olhou para ela por um momento, como se estivesse avaliando se deveria responder com sinceridade ou apenas desviar o assunto. Finalmente, ele suspirou. "Só cansado, nada demais."
Hana franziu o cenho, claramente não convencida, mas decidiu não insistir. Em vez disso, ela abriu o pote de morango que havia escolhido e se sentou mais perto dele, ainda tentando entender o que passava pela mente de Sho.
Anya, que estava do outro lado da sala, observava a interação dos dois com um sorriso travesso. "Vocês dois estão tão quietos. Tem certeza de que não aconteceu alguma coisa enquanto foram à casa da Hana?"
Hana ficou imediatamente vermelha. "O quê? Claro que não! Sho só foi me acompanhar, só isso!"
Sho, por outro lado, apenas deu de ombros, sem se abalar. "Não sei por que você tá perguntando isso. Tá entediada, Anya?"
Anya riu e deu de ombros também. "Talvez."
Ken, que estava devorando seu sorvete de baunilha, olhou para os três e, com a boca cheia, disse: "O importante é que o Sho tá bem. A gente tava preocupado, sabia?"
Sho olhou para o irmão mais novo e, por um instante, um pequeno sorriso se formou em seus lábios. "Eu tô bem, Ken. Não precisa se preocupar comigo."
Hana aproveitou a deixa e acrescentou: "É, Ken, ele é mais forte do que parece. Mas isso não significa que não precisamos cuidar dele, certo?"
Ken assentiu energicamente. "Cuidar do Sho? Eu consigo fazer isso!"
Anya riu, se jogando no sofá com uma expressão divertida. "Boa sorte com isso, Ken. Sho é como uma muralha. Ele não deixa ninguém cuidar dele."
Sho, terminando seu sorvete, colocou a colher no pote vazio e se levantou. "Talvez porque eu não precise." Ele olhou para Anya, depois para Hana e Ken. "Mas... valeu por se preocuparem."
O silêncio momentâneo que se seguiu foi quebrado pelo barulho do telefone de Anya vibrando. Ela pegou o celular, olhou para a tela e franziu o cenho. "Tenho que ir. Minha mãe quer que eu volte pra casa agora."
Ken fez uma careta, claramente desapontado. "Ah, mas você acabou de chegar!"
Anya deu de ombros e bagunçou o cabelo de Ken. "Eu volto outro dia, pivete."
Depois de se despedir de todos, ela saiu, deixando apenas Sho, Hana e Ken na sala.
Hana, tentando aliviar o clima, se levantou e começou a recolher os potes vazios. "Bom, eu vou lavar isso antes de dormir."
Ken rapidamente pulou para o sofá, pegando o controle remoto. "Sho, vem jogar comigo!"
Sho suspirou, mas não recusou. Enquanto Ken preparava o jogo, ele olhou para Hana na cozinha, que lavava os potes e cantava baixinho para si mesma. Ele desviou o olhar rapidamente, sentindo um leve calor subir ao rosto.
Ele sabia que, por mais difícil que fosse admitir, havia algo especial naquela rotina caótica.
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Atualizado até capítulo 57
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