CAP 19

Subimos para a melhor suíte do hotel, e assim que a porta se fechou atrás de nós, retirei meus sapatos, que estavam me matando. Kim, por sua vez, rapidamente desabotoou a camisa , revelando um lado mais descontraído que, para minha surpresa, eu achei atraente. Ele então me serviu um copo de uísque, o líquido âmbar balançando suavemente no vidro.

— Estamos namorando a partir de agora — Kim disse, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Eu ri, tentando disfarçar a confusão que sente.

— Ok, foi bom ver aquela idiota bufando de raiva — respondi, tentando esquecer o beijo inesperado que havia acabado de acontecer.

— Não te suporto, mas tenho que dar o braço a torcer. Você foi bem esperançoso e entrou na dança rapidamente — Kim comentou, jogando-se no sofá com uma indiferença que disfarçava um certo respeito.

— E você o humilhou com uma arrogância e uma classe invejável — eu disse, cruzando os braços, um sorriso involuntário se formando nos meus lábios.

— Temos mais coisas em comum do que eu imaginava — Kim disse, me encarando de uma forma que fez meu corpo esquentar. Era um olhar intenso que despertava sentimentos contraditórios em mim.

— Bom, eu preciso de um banho com urgência — falei, tentando mudar de assunto e disfarçar a tensão no ar.

— Esse quarto é meu, e tem algumas roupas minhas ali — ele foi escolhido para o pequeno armário, como se estivesse se oferecendo para que eu ficasse à vontade. — Pode ficar à vontade.

— Ok, namorado — respondi, fazendo uma cara fofa, o que fez Kim revirar os olhos, mas não pude deixar de notar que ele estava se divertindo.

— Não misture as coisas. Você continua sendo a pessoa que mais despreza — Kim disse, sua voz contribui para um tom desafiador.

— Você acha que eu gosto de você, Kim? — pergunto incrédula, rindo para disfarçar a verdade por trás da minha afirmação. — Não se dê tanta importância. Você também é a pessoa que mais odeio neste mundo — falei, pegando o copo de sua mão, virando o uísque e devolvendo-lhe o copo vazio.

— Temos que estabelecer algumas regras para esse namoro — Kim disse, sua expressão se tornando séria.

— Não coloque regras. Eu as odeio, e eu odeio ser sua namorada, então não torne isso mais insuportável do que já é — protestei, balançando a cabeça.

— Você não poderá ficar com ninguém. Temos que fazer todos pensarem que isso é verdade — Kim afirmou, sua voz grave e firme.

— Não mesmo! Não posso ficar sem sexo! — disse, já reclamando, sem pensar duas vezes, era o maior absurdo que já ouvi.

Ele começou a se aproximar de mim, chegando perto o suficiente para que eu pudesse sentir sua respiração quente em minha pele. Com um movimento suave, ele passou a mão por baixo dos meus cabelos, segurando firme minha nuca e puxando-me ainda mais para perto. Meu corpo todo se aqueceu com aquele toque, e quando ele segurou minha cintura com a outra mão, não consegui conter o suspiro.

— Isso nós podemos resolver — Kim falou, com a boca quase colada à minha, fazendo meu coração disparar. — Não é porque eu te odeio e você me odeia que não podemos brincar. O ódio não me deixou cego. Eu posso ver claramente como você é linda e muito gostosa. Ou você se esqueceu de que eu já te vi nua naquela loja, nas férias?

— Kim, eu também não sou cega. Eu me lembro muito bem de cada músculo e cada tatuagem, e principalmente de como seu membro ficou quando você me viu nua. Ou você acha que estava tão bêbada a ponto de não perceber? — respondi, mordendo meus lábios, a tensão entre nós aumentando a cada segundo.

Nesse momento, nos envolvemos em um beijo, Sua boca colidiu com minha em um piscar de olhos, a mão segurou minha nuca, me prendia como seu fosse fugir, e a outra que agarrou minha cintura, me trazia para mais, ele mordeu meu lábio inferior, e depois passou a língua, acendendo algo dentro de mim, o beijo não foi calmo como o de antes, esse era voraz, faminto, nessecitado, havia uma urgência, nossa linga em uma dança sincronizada, meu corpo se arqueava em sua direção querendo mais, eu precisava de mais, o ódio que sentia por ele foi substituído por desejo e luxúria, seu corpo demostrava o mesmo com intensidade que me puxava, sua mão subiu sob a minha blusa e o calor dela incendiou meu corpo.

Esse beijo me fez questionar tudo o que sentia por Kim. O ódio que acreditava ser tão forte agora parecia frágil diante da atração avassaladora que me envolvia. Enquanto perdíamos um no outro, percebi que havia muito mais em jogo do que apenas um simples namoro falso. Havia um desejo profundo que não poderia ser ignorado. O que estava se formando entre nós era muito mais complexo do que eu havia previsto.

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