CAP 15

Chegamos ao hotel por volta das quatro horas da tarde, completamente bêbados e fora de nós, rindo de qualquer coisa. A sensação era de que nada mais importava além daquele momento. Por um breve instante, parecíamos os melhores amigos, como se todas as diferenças tivessem desaparecido no calor da euforia.

No saguão do hotel, após uma breve troca de olhares, decidimos que o nosso próximo destino seria a praia. O clima estava perfeito, e a ideia de sentir a areia sob os pés e o sol aquecendo a pele parecia irresistível. Antes de seguirmos para lá, resolvemos passar em uma loja de roupas de banho, já que não estávamos adequadamente preparados para a ocasião. Dentro da loja, nos divertimos experimentando diferentes modelos, rindo juntos das combinações inusitadas que fazíamos. No final, escolhi um biquíni que era, sem dúvida, um dos mais caros e provocantes da coleção, enquanto ele optou por uma sunga que ressaltava seu físico de maneira impressionante.

Estávamos tão empolgados e imersos na atmosfera do momento que acabamos trocando de roupa ali mesmo, dentro de um dos provadores apertados, rindo e ajudando um ao outro com as peças.

Após sairmos da loja, ainda com os sorrisos estampados no rosto, fizemos uma rápida parada em uma loja de conveniência próxima para pegar algumas bebidas. Sabíamos que a noite prometia, e queríamos estar preparados para tudo que viesse. Compramos algumas garrafas de uísque, e, sem perder tempo, seguimos em direção à praia, onde imaginávamos onde todos também estariam.

Ao estacionarmos o carro, pegamos cada um uma garrafa de uísque, e começamos a beber diretamente da garrafa. Meu biquíni caro e sexy parecia o complemento perfeito para o cenário paradisíaco que se estendia à nossa frente.

— Você tá maluca, Areun? — Nam explodiu assim que nos viu, a voz alta e cheia de indignação. — Nós ficamos loucos de preocupação! Como você tem coragem de sumir assim e deixar o Park pra trás?

Eu o encarei, sem me abalar pela fúria dele. Com os braços cruzados, soltei uma risada amarga.

— Sério que você tá caindo nessa, Nam? — rebati, a voz fria e carregada de sarcasmo. — O Park não contou a merda que ele fez? Claro que não... é muito mais fácil jogar a culpa toda em mim.

Nam se virou bruscamente para Park, que até então estava calado, o rosto pálido.

— O que você fez com a minha irmãzinha, Park? — a voz de Nam soou ameaçadora, e ele deu um passo na direção de Park, que ainda tentava evitar o confronto direto.

Foi quando Kim, que assistia à cena de camarote, não conseguiu mais se segurar. Com uma risada maliciosa, ele decidiu apaga o fogo com gasolina.

— Ah, eu conto pra você, Nam. — Kim disse, o tom de voz carregado de diversão cruel. — Nosso querido Park estava no maior amasso com a Nari.

O rosto de Nam se transformou em uma máscara de puro ódio. Ele encarou Park, a incredulidade e a traição escorrendo em cada palavra que pronunciou.

— Isso é verdade, Park? — A voz de Nam era agora um rugido, seu controle sobre a situação desaparecendo.

Park abaixou a cabeça, envergonhado e, claramente, arrependido. O silêncio dele foi mais doloroso do que qualquer resposta que pudesse dar.

— Desculpa, cara... Eu não queria que isso acontecesse. — a voz de Park era quase um sussurro derrotado.

Mas para Nam, isso não bastava. Num movimento rápido e furioso, ele avançou e desferiu um soco certeiro no rosto de Park.

— Eu te avisei pra não machucar ela, porra! — gritou Nam. — Ela é minha irmã! Você disse que cuidaria dela!

Olhando a cena, não pude deixar de me sentir... satisfeita, por mais cruel que isso parecesse. A traição que eu sentia transbordava, e vê-los brigando por minha causa parecia quase um alívio.

— Bem feito, irmãozinho — murmurei, dando um meio sorriso, enquanto observava Park se recuperar do golpe. — Mas não precisa brigar com seu amigo por minha causa. Ele não vale a pena.

Comecei a girar lentamente, soltando uma risada leve, como se nada tivesse acontecido.

— Viu? Eu já estou bem. Já voltei ao meu estado "normal". — Completei com um tom sarcástico, escondendo a dor que ainda pulsava no fundo.

Depois de um tempo, a tensão e o desconforto começaram a diminuir. Nam e o Park estavam conversando normalmente, aproveitando a praia. Porém, mesmo em meio àquela alegria, eu ainda sentia o peso da situação em relação ao Park.

Foi então que Kim se aproximou de mim. Ele parecia diferente, mais atento, e percebi que seu olhar tinha uma preocupação genuína.

—Ei, você está bem? - ele perguntou, com um tom suave, que parecia cortar o barulho ao nosso redor.

Acho que ele foi o único que realmente percebeu que eu estava mal.

— Sabe o que deixa um homem puto, fora de si? — ele perguntou, a voz grave, como se estivesse prestes a revelar um grande segredo.

— O que? — eu o encarei, curiosa e um pouco desconfiada.

— Ciúmes! — Kim respondeu, um sorriso travesso começando a aparecer em seu rosto. — Arruma um namorado e esfrega ele na cara do Park. Ele vai ficar tão puto! — suas palavras eram acompanhadas por uma risada baixa, mas maliciosa.

Eu não pude evitar um sorriso, a ideia era engraçada.

— Então você vai fingir ser meu namorado? — perguntei, a expressão no meu rosto misturando surpresa e ironia.

Kim fez uma careta, balançando a cabeça com um olhar exageradamente dramático.

— Não abusa! Eu te odeio, garota! — ele exclamou, rindo entre as palavras. — Estou te falando isso só porque estou muito bêbado, mas eu realmente não te suporto.

— E você acha que eu não te odeio também? — respondi, cruzando os braços e levantando uma sobrancelha, tentando manter a expressão séria. — Você é um babaca, Kim.

Ele soltou uma gargalhada.

— Talvez, mas sou um babaca que tem boas ideias! — ele respondeu, piscando um olho.

O riso entre nós se espalhou, e a ideia de provocar Park de uma forma tão absurda parecia, de fato, divertida.

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