Acordo e vejo a silhueta de uma pessoa sentada na poltrona. Esfrego meus olhos, tentando ajustar minha visão à penumbra do quarto. A figura permanece imóvel, quase como uma sombra.
—Nossa, se você acordar assim todos os dias, com certeza eu vou querer casar com você. — Park Hyun diz, com um sorriso brincalhão no rosto.
— Como você me encontrou? — minha voz sai arrastada, ainda meio sonolenta.
— Eu, o Nam e o Ji te procuramos a noite toda. Fomos a todos os hotéis da sua família e da nossa. — Hyun responde, com um olhar de alívio. — Mas relaxa, ele não sabe que eu te achei.
— Tanto faz. — murmuro, levantando-me lentamente. Vou até minha bolsa, pego um remédio para ressaca e me dirijo ao banheiro para tomar um banho.
Termino e visto uma roupa confortavel , como o tempo esta feio coloco uma calça preta de moletom. Uma regata na mesma cor e um moletom.
— Até que você fica muito bem vestida assim. — diz Park Hyun, sorrindo.
— Obrigada! Você está de carro hoje?
— Não, eu bebi um pouco, então vim de táxi. — responde ele, com um olhar constrangido.
— Ótimo! Então você dirige para nós. — ela diz, jogando as chaves na direção dele.
Coloco meus óculos escuros , o capuz do moletom pego a minha bolsa e descemos até a garagem.
— Acho que poderíamos tentar fazer isso dar certo. — Hyun diz, encarando-me com intensidade.
— Você realmente quer tentar? — pergunto, levantando uma sobrancelha, cética.
— Sim, já fomos obrigados a isso de qualquer forma. — ele responde, desviando o olhar para o chão, como se hesitasse.
— Ok, eu não tenho nada a perder mesmo. — digo, tentando parecer mais confiante do que realmente estou.
— Tem certeza? — ele pergunta, surpreso com minha resposta.
Eu apenas aceno com a cabeça, confirmando. O gesto simples carrega um misto de incerteza e determinação. Enquanto ele me observa, sinto um frio na barriga. O silêncio entre nós é carregado de expectativa, e percebo que, mesmo sem palavras, estamos nos conectando de uma maneira que não esperava.
Chegamos ao campus e, sem hesitar, dirigi-me diretamente para o meu dormitório, com Park Hyun me acompanhando. Assim que entramos, notei os olhares curiosos das outras meninas. A entrada de garotos no dormitório feminino, assim como a entrada de garotas no masculino, é estritamente proibida. Elas trocavam olhares de surpresa e especulação, mas eu apenas mantive a cabeça erguida, ignorando todas.
Entramos no meu dormitório, e Park Hyun ficou parado à porta, olhando ao redor com uma expressão de surpresa.
— O que foi? — perguntei, curiosa com sua reação.
— Até que você é bem organizada. — ele respondeu, observando a arrumação impecável do meu quarto.
— Não se engane, eu tenho uma arrumadeira. — disse, piscando um olho para ele.
— Sério? Como você conseguiu uma se a regra é que temos que arrumar nossas coisas? — ele perguntou, surpreso, inclinando a cabeça, como se tentasse entender como eu tinha driblado essa norma.
— Minha arrumadeira é a monitora do dormitório. — expliquei, dando um sorriso travesso.
— Parabéns, você realmente quebra qualquer regra. — ele disse, admirado. O tom da sua voz era divertido, mas também havia um toque de respeito.
— Sou muito foda mesmo! — ri, tentando fazer uma pose exagerada de autoconfiança.
Enquanto continuávamos conversando, me senti cada vez mais à vontade na presença dele. O jeito como ele observava o meu quarto, interessado em cada detalhe, fez com que eu me sentisse especial. De repente, meu celular vibrou em cima da mesa, interrompendo nosso momento.
— Espera um minuto, vou ver quem me mandou mensagem. — disse, pegando o celular.
Mensagem:
Nam Joo:.
Você já chegou.
Eu:.
Sim , vem pra cá o Park está aqui.
Nam Joo :.
Ok vou chamar o Ji Soo.
Areun:.
Ok.
Depois de um tempo, eles finalmente chegam. Assim que vejo meu irmão, ele me abraça forte, e as lágrimas começam a escorregar pelo meu rosto. Ele se senta, e eu me deito no colo dele, buscando o conforto que só ele pode oferecer. É como se aquele abraço pudesse dissipar todas as dores que acumulei.
— Desculpa, eu fui um babaca mesmo. Não te chamei e ainda pedi para você me salvar — diz Nam, com um olhar sincero de arrependimento.
— Ainda bem que você sabe disso — respondo, tentando esconder a fragilidade na minha voz.
— Não vai mais acontecer — Nam afirma, com uma determinação que eu espero que seja verdadeira.
— Você bem que podia terminar com a Hana — sugiro, falando sério.
— Não abusa — ele retruca, rindo um pouco, mas a tensão na voz é evidente.
— OK, só não chega mais perto de mim quando estiver com ela e nem me peça mais ajuda.
Depois nós quatro nos acomodamos no sofá, como nos velhos tempos. A sala se enche de risadas e lembranças, enquanto assistimos a alguns filmes. A diferença agora é que não temos mais o insuportável do Kim por perto, o que, para mim, é uma verdadeira vitória. Sem suas provocações e comentários inconvenientes.
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Atualizado até capítulo 38
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