CAP 13

Durante esses dias, notei que o Park tem agido de uma forma estranha. Enquanto o restante do grupo aproveitava para sair e explorar novos lugares, nós sempre acabávamos ficando de fora. Se não estávamos na praia, acabávamos jantando sozinhos ou passando o tempo no quarto. E, para piorar, o Park começou a fazer longas caminhadas sozinho, que demoravam muito mais do que o normal. Toda vez que ele saía, eu ficava me perguntando o que estava acontecendo, por que ele não queria que eu fosse com ele.

No início, pensei que ele estivesse apenas curtindo o ambiente de um jeito mais tranquilo, talvez aproveitando para relaxar. Mas, com o passar dos dias, essa situação começou a me deixar desconfortável. Enquanto todo mundo parecia se divertir, nós ficávamos presos na mesma rotina. Essa quietude constante, a falta de animação, e a distância crescente que eu comecei a sentir durante as caminhadas solitárias dele foram me deixando maluca.

Agora, com as férias chegando ao fim, estou ficando cada vez mais impaciente. Sinceramente, estou louca para sair dessa rotina e fazer algo diferente. Quero ir para uma balada. Faz tempo que sinto falta da energia vibrante de uma noite cheia de música, luzes, e dança, e muita bebida. Sinto que preciso desse tipo de diversão para fechar essas férias de uma maneira mais animada. Não entendo por que o Park parece tão relutante em participar de algo mais ativo com o grupo, e isso está me deixando com muita raiva.

Park se aproxima devagar, notando que eu estava distraída, perdida em pensamentos enquanto olhava para o mar.

— Ei, o que está passando nessa cabecinha? — sua voz é suave, como se soubesse que eu estava chateada.

Desvio o olhar rapidamente, tentando disfarçar o turbilhão de pensamentos que estava rondando minha mente. Forço um sorriso, tentando parecer despreocupada.

— Nada, não. — respondo, tentando ser convincente, embora até eu mesma soubesse que estava forçado.

Park parece acreditar, ou talvez prefira não insistir. Ele sorri de volta, inclina-se e me dá um beijo rápido, antes de se afastar.

— Eu vou dar uma corrida. Assim que eu voltar, a gente janta juntos, pode ser? — ele diz, enquanto se alonga um pouco, já se preparando para sair.

— Claro, vai lá. — respondo, sorrindo novamente, dessa vez tentando não revirar os olhos. E então eu simplesmente o observei partir, a sensação de inquietação ainda lá .

Eu decido ir tomar um banho para relaxar. A água quente cai sobre mim, e por um breve momento, consigo desligar a mente de tudo.

Quando saio do banheiro, já enrolada na toalha, noto o celular do Park sobre a mesa. Ele tinha esquecido. Solto um pequeno suspiro, pensando que ele voltaria para buscá-lo.

Então, o aparelho vibra.

De início, ignoro. Não era da minha conta. Eu não gostava de bisbilhotar as coisas dos outros. Sempre achei invasivo. Mas algo dentro de mim, me fez hesitar. Era como se meu sexto sentido estivesse gritando. Meu coração começa a bater mais rápido, como se antecipasse algo ruim.

Eu olho para a tela.

E ali, brilhando, estava a notificação de uma mensagem. E antes que eu pudesse lutar contra o impulso, meus olhos caíram sobre o conteúdo.

Nari:

Ei, gatinho, não demora. Eu vou estar no quiosque de sorvete em frente ao restaurante chinês.

De repente, o mundo parece parar. Minhas mãos começam a tremer, e uma onda de frio percorre meu corpo. Meu estômago se revira. Leio a mensagem de novo, como se minha mente não acreditasse no que meus olhos acabaram de ver.

Gatinho? Quiosque de sorvete?

Eu queria acreditar que era algum tipo de engano. Talvez fosse uma piada de mau gosto. Mas a realidade começou a se infiltrar, lenta e dolorosamente, como veneno.

Dois anos. Dois anos em que confiei cegamente em Park, acreditando que nossa relação era verdadeira. E agora, uma simples mensagem estava destruindo tudo. Eu me sentia sufocada, como se o ar à minha volta tivesse se tornado denso demais para respirar.

Dois anos sendo feita de trouxa.

Meu peito apertava, a dor era tão intensa que mal conseguia pensar direito. O Park que eu achava conhecer, o cara que prometia jantares tranquilos e amor sincero, poderia estar me traindo todo esse tempo? Eu me sinto perdida, traída, e a única coisa que consigo fazer é encarar o celular, como se ele fosse uma prova de que minha vida acabou de virar de cabeça para baixo, de novo.

Mas é claro que não vou deixar isso passar em branco. Decido que é hora de mudar o rumo da noite e fazer o que eu realmente quero. Vou até o armário e escolho uma roupa que é a minha cara, algo que há tempos não usava. Pego minha mini saia preta de couro, uma blusa frente única de alcinha, e nos pés, um par de escarpim da Louboutin com spikes, que deixam o visual ainda mais provocante.

Me preparo com toda calma do mundo, fazendo uma maquiagem impecável, delineador marcante, batom vermelho intenso. A cada pincelada, minha confiança aumenta. Pego minha bolsa e um casaco para enfrentar a brisa da noite, e então desço correndo, pronta para a noite que eu mereço. Mas, claro, o destino adora brincar comigo. No meio do caminho, dou de cara com quem? Kim Soo Hyun, o único que eu queria evitar.

—Ei, não olha por onde anda? — ele me encara da cabeça aos pés, com aquele olhar avaliador e atrevido. — Wow, onde você pensa que vai desse jeito?

— Não te interessa, idiota.

Sem perder tempo, saio dali ainda mais rápido. Maldito Kim, sempre aparecendo nos piores momentos. Ele, como o irritante que é, começa a me seguir, gritando meu nome. Ignoro completamente, abro a porta de um táxi e peço para o motorista me levar até o quiosque de sorvete em frente ao maldito restaurante. Sei que não é longe e que poderia ir a pé, mas o meu look definitivamente não foi feito para caminhadas longas.

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Comments

Adriane Alvarenga

Adriane Alvarenga

Imaginei que Park estava traindo ela....🤬🤬🤬🤬🤬

2025-02-28

0

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