CAP 3

         

    Retornei a Seul apenas quando estava prestes a entrar no segundo ano do ensino médio, e a mudança que ocorreu em mim nesse período foi marcante. Ao voltar, eu não era mais aquela menina ingênua que se deixava levar por tendências passageiras e que tinha um gosto duvidoso para moda. O tempo que passei fora me transformou, e agora eu me sentia mais sofisticada, confiante e, de certa forma, rebelde.

A nova fase da minha vida trouxe uma série de experiências que eu nunca tinha imaginado. Comecei a frequentar festas, mergulhando em um mundo de música, dança, e liberdade que antes me parecia distante. Essas festas eram o cenário perfeito para eu me expressar dee explorar novas facetas da minha personalidade. Eu adorava a adrenalina, e de estar cercada por pessoas que pensavam como eu, que buscavam diversão e novas aventuras.

Além disso, havia um aspecto mais audacioso na minha vida. Eu tinha algumas identidades falsas que me permitiam experimentar uma liberdade que nunca tinha conhecido antes. Com apenas 17 anos, me sentia pronta para desafiar regras e limites. É claro que isso não era algo que eu levava na maior das seriedades; na verdade, eu encarava como uma forma de liberdade e descoberta. Era uma fase em que eu buscava o meu lugar no mundo.

Assim que voltei, minha entrada foi em grande estilo, e, claro, já arrumei uma confusão com as meninas populares da escola. Elas nem faziam ideia de quem eu era; afinal, eu era uma estranha naquele lugar, e ninguém me conhecia. A atmosfera estava carregada de curiosidade e uma pitada de hostilidade, típica de quem se sente ameaçado por uma nova presença.

Assim que cruzei a porta, senti os olhares se voltando para mim. As garotas mais bonitas, cercadas de admiradores, começaram a se esbarrar em mim de maneira provocativa, como se quisessem me mostrar que eu não tinha lugar ali. No entanto, eu não era do tipo que se deixava abater facilmente. Ao invés de recuar, decidi enfrentar a situação de frente. Com uma postura desafiadora, fui para cima delas, disposta a mostrar que não estava ali para ser apenas uma coadjuvante em sua história.

O clima se tornou elétrico, e o confronto verbal começou. Eu sabia que não seria fácil, mas não tinha intenção de ser a "mocinha" da situação. cada palavra que trocava com elas era uma mais afiada que a outra.

Depois, na hora do almoço, acabei me sentando sozinha em uma mesa afastada. Ao meu redor, o refeitório fervilhava com conversas animadas e risadas. Era impossível não ouvir os comentários sobre a "doida" que havia entrado na escola. Os olhares se voltavam em minha direção, e eu sabia que as garotas populares estavam falando de mim.

Alguns risinhos ecoavam pela sala, e, mesmo sem ouvi-los claramente, pude sentir a curiosidade e o julgamento no ar. A sensação de estar sob os holofotes era estranha; por um lado, havia uma parte de mim que se sentia incomodada, mas, por outro, era um sinal de que eu havia causado impacto. A ideia de ser vista como alguém diferente, alguém ousado, trouxe uma pontada de satisfação.

Todos pararam ao ouvir o barulho da porta do refeitório se abrindo. Na entrada, os quatro príncipes apareceram, com suas roupas elegantes e sorrisos charmosos, mas, para mim, eram mais como quatro demônios prontos para causar confusão. A primeira impressão que tive foi de que eles tinham vindo apenas para encher minha sacola. E, como eu temia, não demorou muito

Assim que entrou, logo começou a se dirigir à minha mesa, suas vozes altas e cheias de risadas chamam a atenção de todos ao redor. Um deles agarrou meu prato de comida, enquanto outro se moveu e bagunçou meus cabelos, fazendo um caos na minha aparência. Eu não consegui acreditar que, em plena hora do almoço, eles estavam me fazendo passar por essa situação embaraçosa. Todos nós encaravam.

     

     

    — Que saudades da minha irmãzinha! — disse meu irmão.

— Eu também estava com saudades! — respondi.

— Nossa, como a pirralha cresceu! — comentou Park Hyung.

— Ei, desde quando você não é mais criança? — brincou Baek Ji.

— Olha o tamanho dessa saia! — riu Kim Soo Hyun.

— Larguem do meu pé! — protestei, meio irritada, mas rindo.

     Eu sempre estava com eles nas festas, era quase uma tradição. Não importava o lugar ou a ocasião, de alguma forma acabávamos juntos, rindo e curtindo. Entre todos, o mais excêntrico e imprevisível era o Kim. Ele sempre assumia a pose de "bad boy" da turma, mas, ao contrário de muitos que apenas fingiam, ele realmente incorporava esse papel. Não era só uma fachada ou uma atitude forçada para impressionar os outros.

De todos os quatro, o que eu mais odiava, sem dúvida, era o Kim. Pense em um cara insuportável, arrogante, o típico babaca que sempre acha que é o melhor em tudo. Enquanto o Park até conseguia ser legal e o Baek Ji era praticamente meu irmão de pais diferentes, mas com um laço tão forte que fazia parecer que crescemos juntos, o Kim era um verdadeiro demônio, ele tinha um ar misterioso, uma energia diferente, que o destacava de todos ao seu redor. Ele era herdeiro de um império empresarial gigantesco, algo que já o colocava em um patamar elevado, acima da maioria. Mas o que poucos sabiam, e o que ele mantinha em segredo, é que esse império estava profundamente entrelaçado com atividades da máfia. Seu sobrenome carregava um peso imenso, muito mais do que apenas riqueza ou influência. Havia histórias sussurradas em corredores escuros sobre o que a família dele realmente fazia, sobre os favores trocados, e as sombras que acompanhavam o poder.

Apesar disso, ele não era o típico vilão do filme. Kim tinha seus momentos de gentileza, de cuidado com quem estava perto dele. Mas havia uma linha que ninguém ousava cruzar. Todos sabíamos que, por trás das brincadeiras e do sorriso despreocupado, havia uma pessoa que você definitivamente não queria como inimigo. A dualidade entre o charme do garoto popular e o perigo que o cercava.

Ele não se importava com o que os outros pensavam, e isso o tornava ainda mais fascinante. O mais surpreendente foi como ele conseguiu manter esse equilíbrio entre os dois mundos: o da elite empresarial e o submundo perigoso da máfia. Talvez fosse isso que fizesse dele o mais "idiota" entre eles.

Quando se aproximava o final do último ano escolar, a família Kim tomou a difícil decisão de fugir para o Japão. Dizem que estavam sendo investigados.

Meu irmão, Ji Soo, e Park Hyung seguiram para a faculdade, enquanto eu me sentia perdida e sozinha na escola. As aulas se tornavam monótonas e a ausência deles tornava cada dia mais difícil.

     

       

    

    

     

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Comments

Maria Oliveira Poranga

Maria Oliveira Poranga

Lendo primeira vez obra sua autora , e adorando ☺️

2024-11-19

1

Adriane Alvarenga

Adriane Alvarenga

Começando em 27/02/2025 Amo o F4....

2025-02-28

0

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