altar das sombras

A noite se aproximava lentamente enquanto o grupo retornava às ruínas da fortaleza. A batalha com Alastair ainda estava fresca em suas mentes, mas o ar ao redor parecia carregar um silêncio ainda mais pesado. As paredes antigas e desgastadas pela passagem do tempo agora eram um testemunho mudo do confronto que havia acontecido.

Lyana ajustou o violão em suas costas, caminhando ao lado de Sanshoukuin. Seus olhos percorriam cada canto do terreno, atentos a qualquer sinal de movimento. Ela sabia que, apesar de Alastair ter recuado, o perigo ainda estava ali.

— Ele planejou isso, não foi? — perguntou ela, quebrando o silêncio.

Sanshoukuin assentiu levemente, sem tirar os olhos da trilha à frente.

— Alastair nunca age por impulso. Ele sabia que não poderia nos derrotar completamente agora, mas também sabia que nos deixaria com dúvidas e incertezas.

Rhaedrin, liderando o grupo, parou abruptamente. Ele ergueu a mão para sinalizar silêncio, seus olhos fixos na entrada da fortaleza. A porta principal, que antes estava fechada, agora estava entreaberta.

— Alguém entrou aqui depois que saímos, — murmurou ele.

— Ou algo, — acrescentou Sanshoukuin, segurando a espada com mais firmeza.

— Seja como for, precisamos descobrir, — disse Lyana, já puxando suas adagas.

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Dentro da fortaleza, a atmosfera era densa. O cheiro de pedra úmida e mofo preenchia o ar, enquanto os passos do grupo ecoavam pelas paredes de pedra. A luz da lua infiltrava-se por rachaduras e janelas quebradas, iluminando parcialmente o caminho.

— Isso não parece certo, — murmurou Lyana, olhando ao redor. — Está mais frio aqui dentro.

— É uma presença, — respondeu Rhaedrin, ajustando o aperto no punho da espada. — Algo ou alguém está nos observando.

O grupo chegou ao pátio central, onde o altar ainda estava no mesmo lugar. O medalhão que Lyana havia visto antes continuava ali, brilhando levemente sob a luz da lua. Mas, ao redor dele, símbolos haviam sido desenhados no chão com uma substância escura que parecia sangue seco.

Sanshoukuin aproximou-se cautelosamente, analisando os símbolos.

— Isso não é apenas decoração. É um ritual.

— Ritual para quê? — perguntou Lyana, com um tom de nervosismo em sua voz.

Antes que Sanshoukuin pudesse responder, o som de passos ecoou pelo corredor à direita. O grupo virou-se imediatamente, armas prontas, enquanto uma figura emergia das sombras.

Era um homem de aparência desgastada, mas com olhos brilhantes e insanos. Ele carregava um cajado ornamentado, e suas roupas eram rasgadas, mas ainda exibiam traços de símbolos que Lyana reconheceu do medalhão.

— Vocês ousaram perturbar este lugar sagrado, — disse o homem, sua voz ecoando pelas paredes. — E agora pagarão o preço.

Rhaedrin deu um passo à frente, sua expressão séria.

— Não queremos sua vida, mas precisamos saber o que Alastair está planejando.

O homem riu, um som que fez os cabelos de Lyana se arrepiarem.

— Alastair é apenas o começo. Vocês não têm ideia do que despertaram.

Com essas palavras, ele ergueu o cajado, e o chão sob os pés do grupo começou a tremer. Das sombras, criaturas começaram a surgir — pequenas, rápidas e com olhos brilhantes que pareciam perfurar a escuridão.

— Cuidado! — gritou Rhaedrin, enquanto a primeira criatura avançava.

A batalha começou novamente. Lyana movia-se com agilidade, usando suas adagas para desviar e atacar os pequenos monstros que tentavam cercá-la. Sanshoukuin enfrentava dois ao mesmo tempo, sua espada girando em movimentos precisos que mantinham as criaturas afastadas.

Rhaedrin, por sua vez, avançou diretamente para o homem com o cajado. Ele sabia que derrotar as criaturas não era suficiente — o verdadeiro perigo estava em quem as controlava.

— Não será tão fácil, Highlander, — disse o homem, girando o cajado para bloquear o ataque de Rhaedrin.

Os dois engajaram-se em uma luta intensa, o som de suas armas ecoando pelo pátio. Enquanto isso, Lyana e Sanshoukuin continuavam enfrentando as criaturas, que pareciam infinitas.

— Precisamos acabar com isso rápido! — gritou Lyana, desviando de um ataque que quase a atingiu.

Sanshoukuin assentiu, avançando para ajudá-la enquanto mantinha as criaturas afastadas.

— Rhaedrin, termine isso!

Com um golpe preciso, Rhaedrin desarmou o homem, fazendo o cajado cair no chão. Ele apontou a espada para o pescoço do oponente, sua voz carregada de autoridade.

— Fale. O que Alastair está planejando?

O homem sorriu, mesmo derrotado.

— Vocês não entenderiam. Mas logo, tudo fará sentido.

Antes que Rhaedrin pudesse reagir, o homem murmurou algo em uma língua desconhecida. Seu corpo começou a se desintegrar, transformando-se em cinzas que foram levadas pelo vento.

As criaturas ao redor desapareceram instantaneamente, deixando o pátio em silêncio novamente.

Lyana aproximou-se, ofegante, enquanto olhava para o medalhão no altar.

— Isso tudo está ligado a ele, não está?

Rhaedrin assentiu, guardando a espada.

— Sim. E precisamos descobrir como parar isso antes que seja tarde demais.

Sanshoukuin analisou os símbolos ao redor do altar novamente, seus olhos sérios.

— Isso foi apenas um aviso. O verdadeiro ritual ainda não começou.

O grupo trocou olhares, o peso da missão ficando ainda mais claro. Eles sabiam que não podiam recuar agora. O tempo estava se esgotando, e cada passo os levava mais perto do confronto final com Alastair.

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