Território Marcado

Oiiii, pessoal! Peço desculpas pelo atraso neste episódio. Só lembrando que são dois episódios por dia! Se vocês estão gostando da história, não se esqueçam de salvar, curtir, comentar e me seguir. Isso me motiva a continuar escrevendo para vocês! Obrigada pelo apoio e agora, fiquem com o Capítulo 4.

Capítulo 4

Robert sai, mas algo dentro de mim diz que ele ainda está observando a situação. Ele pode ter virado a esquina, mas parece que sua presença ainda está pairando no ar, como uma sombra incômoda. Meu pensamento ainda está em Liam, e não consigo acreditar que ele realmente veio até aqui, depois de tudo o que aconteceu. O que ele pensa que está fazendo? Tentando me seduzir de novo? Será que ele acha que pode me controlar assim, como se eu fosse apenas mais uma conquista no seu jogo?

Liam está parado à minha frente, como se estivesse preparado para dizer algo. Ele abre a boca, mas as palavras não saem. Ele hesita, e o silêncio entre nós parece denso, carregado de algo que eu não consigo identificar. Finalmente, ele consegue falar, mas a frustração que sinto é visível em cada palavra dele.

– Seu ego é alto o bastante para me pedir desculpas? – Eu pergunto, franzindo a testa. A irritação transborda na minha voz. Não posso acreditar no que ele está dizendo. Quando o conheci, ele parecia tão diferente. Tão romântico, tão cavalheiro. Agora, ele parece um completo estranho, e não consigo mais confiar nas suas intenções.

Ele tenta explicar, mas é claro que não está arrependido. A frieza nas suas palavras me faz questionar tudo o que eu achava que sabia sobre ele.

– Não é isso, Mel. Eu não vou pedir desculpas porque não sinto arrependimento. Só estou tentando proteger o que é meu. – Ele diz, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Proteger o que é meu? Eu não posso acreditar no que ele está dizendo. Fico perplexa. A raiva toma conta de mim, e eu respondo imediatamente:

– O quê? *O que é meu*? – Eu rio sarcasticamente. – Fala sério, Liam! Nós não temos nada! Eu te conheci faz tão pouco tempo, e você já se acha no direito de falar dessa maneira? Você nem sequer me convidou para jantar, nem sequer me beijou, como fez com a Pietra. Você está se comportando como um cachorro marcando território!

Liam tenta mais uma vez, sua expressão agora carregada de uma confusão palpável. Ele não parece entender o que aconteceu entre nós, e a dor nos seus olhos me faz parar por um segundo. Eu não sei se fico com raiva ou se sinto pena dele.

– Pouco tempo que nos conhecemos? Você não se lembra de como tudo começou? – Ele diz, e agora há algo nos seus olhos que me desconcerta. Ele parece estar tentando me alcançar de alguma forma, mas eu já não sei mais o que sentir por ele.

Eu não sei o que ele está tentando insinuar, mas o fato é que eu não posso me permitir cair novamente nesse jogo. Eu preciso me afastar, mas minha vontade de estar com ele ainda me puxa, me atrai. Eu não posso deixar isso acontecer, não agora.

– Eu sei o que você quer, mas não vou deixar que você decida por mim, Liam. Não dessa maneira. – Eu tento ser firme, mas minha voz sai um pouco mais baixa do que eu gostaria.

Ele me observa, e por um momento, parece que ele está prestes a dizer algo mais, mas a expressão nos seus olhos diz tudo: ele não vai desistir tão facilmente.

– Saiba que não vou desistir de você, Mel. Vou te conquistar. – A voz dele é baixa, cheia de uma determinação que me dá arrepios.

Eu fico sem palavras enquanto ele se vira e sai, seu carro rugindo ao acelerar pela rua. A sensação de estar sendo observada permanece, e eu não consigo afastar o olhar fixo que parece estar me perseguindo. Ele vai voltar, disso eu tenho certeza.

Dia seguinte – 10:00 AM

Acordo cedo, como sempre. A rotina de médica universitária não me permite desperdiçar tempo. Eu me arrumo rapidamente, mas hoje há algo diferente no ar. Eu sinto uma sensação de inquietação que não consigo explicar. Mas o mais estranho é que, por mais que queira deixar tudo para trás, a lembrança de Liam está presa em minha mente.

Faz cinco anos que meu pai faleceu, e, apesar de estar indo bem na faculdade, há sempre aquele vazio. Eu me esforço todos os dias para ser tão boa quanto ele, para ser a neurocirurgiã que ele sonhava que eu fosse. Mas, se eu for honesta comigo mesma, a ideia de completar 20 anos daqui a cinco dias me assusta. Não quero comemorar. Festas me fazem pensar no que perdi.

Minha manhã segue normal, mas, antes de ir para a faculdade, decido parar em uma cafeteria. Sinto falta do café daqui, do ambiente acolhedor, do cheiro do grão torrado e da sensação de conforto. Ao entrar, tudo parece como eu me lembrava – simples, mas reconfortante. As mesas, o aroma forte e familiar no ar.

Entro na fila, e, enquanto espero, abro meu Instagram. Alguns novos seguidores, e entre eles, dois que logo chamam minha atenção: Liam e Robert. Liam está interagindo com minhas fotos, curtindo todas as minhas postagens. Meu estômago dá um salto.

– Que psicopata. – Digo, baixinho, com um sorriso torto no rosto. É estranho, mas uma parte de mim se diverte em ver que Liam está tão obcecado assim. Ao mesmo tempo, me sinto completamente irritada.

– O que vai querer? – A voz familiar me faz olhar para frente. Eu a reconheço imediatamente.

– Um queijo quente com ovo e um café gelado, por favor. – Respondo distraída, ainda absorta no meu celular. Quando levanto a cabeça, me deparo com Mia.

– Mia? Você trabalha aqui? – Pergunto, surpresa.

Mia era uma das minhas melhores amigas há cinco anos. Essa era a nossa cafeteria, o nosso lugar. Ela tem a mesma aparência, mas agora algo nela mudou. Sua pele pálida, os cachos loiros presos em um coque improvisado e a expressão amarga no rosto.

– Sim, Mel. Infelizmente, tem gente que não nasce em família rica como você. A gente tem que batalhar para conseguir as coisas na vida. – Ela sorri com um toque de sarcasmo, mas é um sorriso forçado.

– Próximo! – Ela grita, não tão alto, mas o suficiente para chamar a atenção.

Sinto uma raiva fervendo em meu peito. Ela sempre foi assim, tentando roubar o que é meu, virando as pessoas contra mim. Mesmo quando fui leal a ela, sempre me usou. Eu nunca deveria ter deixado isso acontecer.

– Pode ficar com o troco. Gorjeta para você. – Eu digo, forçando um sorriso, antes de sair apressada, a raiva ainda queimando dentro de mim.

Eu acelero o carro e deixo a cafeteria para trás. O cheiro de café e as memórias de Mia são rapidamente substituídos pela raiva. Eu sei que ela só namora o Tom por causa do dinheiro dele. Sempre foi assim.

Chego à faculdade, e sigo para o meu armário. Decoro com algumas fotos do meu gatinho, que infelizmente ficou em Boston. Fecho a porta do armário e, ao dar um passo para trás, vejo uma imagem que faz meu coração acelerar.

– Meu Deus! – Eu digo, sem conseguir conter a surpresa.

– Está perdida, Mel? – Robert aparece à minha frente, com um sorriso ingênuo. Ele tem um olhar atento, e algo nele me deixa nervosa.

– Eu estou bem, obrigada. – Respondo, tentando disfarçar a sensação de que estou sendo observada.

– Olha, você quer sair comigo hoje à tarde? – Ele pergunta, e a forma como fala faz com que minha cabeça gire.

Eu sei o que ele quer, e por algum motivo, sinto que posso confiar nele. Robert é gentil, romântico e parece genuíno, ao contrário de Liam, que é apenas um enigma de ego e manipulação.

– Claro! Vamos no meu carro. – Eu respondo, mais leve do que imaginava.

– Desapega um pouco do seu e vem no meu. – Ele diz, com um sorriso travesso.

– Tá bom, tá bom. – Respondo, sorrindo de volta. Algo em Robert me faz sentir segura, mas ainda assim, eu não consigo me livrar da sensação de que alguém está por perto, observando.

– Combinado. Te pego depois das aulas. – Ele sai com um sorriso encantador, deixando uma sensação boa no ar.

Robert é o tipo de pessoa difícil de decifrar. Às vezes, sinto que ele não é completamente sincero, mas hoje não quero pensar sobre isso. Preciso me distrair.

Entro na sala

de aula e me sento na última fileira, anotando tudo o que o professor diz. O dia passa lentamente, mas, por incrível que pareça, não vejo Liam em lugar nenhum.

A Hora do Encontro

Quando chego em casa, começo a me arrumar. Escolho algo não muito extravagante. O dia já está escurecendo, e o vento frio me faz querer me aconchegar. Coloco uma calça preta larga, um cropped branco que realça minhas curvas e minha jaqueta da Ferrari. Faço uma maquiagem leve, só um delineado e gloss de morango.

Ouço a campainha tocar. Com um sorriso, vou até a porta, mas, ao abri-la, meu sorriso desaparece instantaneamente.

– Liam? O que você está fazendo aqui? Eu tenho um encontro agora. – Pergunto, irritada e surpresa ao vê-lo de pé na minha porta.

Ele entra, sem pedir permissão, e me encara com um olhar intenso.

– Olha, Mel, eu só vou embora quando você voltar ao normal comigo. – Ele dá uma pausa, e, por algum motivo, parece ainda mais irritado. – Que encontro? – Ele franze a testa, desconcertado.

– Meu Deus, Liam. Eu prometo que vou resolver isso com você, mas agora você precisa ir embora. Eu tenho um encontro com o Robert. – Minha voz é firme, mas algo dentro de mim ainda deseja que ele ficasse.

Ele parece tentar se controlar, mas a raiva em seus olhos é evidente. Ele dá um passo para trás e diz, antes de sair:

– Ok, Mel. Mas, se esse cara encostar em você ou fizer algo, ele vai conhecer Jesus. – Ele sai com a expressão fechada, acelerando a Skyline com raiva.

Depois que Liam vai embora, finalmente o Robert chega. Ele é gentil e romântico, como sempre. Me dá flores, algo que nunca pedi, mas que me faz sorrir. Ele abre a porta do carro para mim, me leva a um cinema de carros e nos acomodamos para assistir a um filme de terror. Durante o filme, a sensação de estar sendo observada nunca me abandona, mas tento ignorá-la.

Quando saímos do cinema, ele me olha, um sorriso suave nos lábios.

– Mel? Obrigada por hoje. – Ele diz, com sinceridade, e então me beija suavemente. É inesperado, mas o beijo é delicioso, como se fosse algo que ambos esperávamos. Ele desliza a mão pelos meus cabelos, e a sensação de estar sendo tocada de maneira delicada me deixa sem palavras.

Mas, no fundo, aquela sensação de que estou sendo observada me persegue.

Ele me deixa em casa, e eu entro, ainda tentando processar tudo o que aconteceu. Ao abrir a porta, me deparo com algo que faz meu coração parar por um momento.

– Mãe? – Digo, surpresa, com a expressão congelada no rosto.

Continua...

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