Zoe Narrando
Não consegui pregar o olho a noite inteira. Era como se meu corpo estivesse exausto, mas minha mente a mil, rodopiando sem parar. A insônia me consumia, e, em certo momento, me dei por vencida. Levantei da cama e decidi abrir o computador. O notebook que o pai de Vicenzo me deu, claro, todo monitorado pelos capangas dele. Eu só uso para tratar dos assuntos relacionados ao Vicenzo, jamais ousaria usá-lo para outra coisa.
Assim que o liguei, vi uma notificação. Os resultados dos últimos exames do Vicenzo estavam ali. Meu coração acelerou, e, de repente, a insônia não parecia tão ruim. Abri os arquivos e, conforme lia os números e as observações, senti uma onda de alívio invadir o meu corpo. Vicenzo está recuperado, 100%. Ele finalmente está bem. Aqueles meses de tensão e incerteza pareciam, enfim, dar lugar a uma esperança concreta. Ele está curado.
Meus olhos se encheram de lágrimas, mas tentei conter. Sabia que isso não era uma vitória só minha, mas a felicidade era inevitável. Olhei para a janela, e os primeiros raios de sol já começavam a aparecer. O dia estava nascendo, e com ele, uma nova fase para nós, para ele. Talvez, para mim também. Talvez eu pudesse finalmente ir embora.
Levantei e fui até o quarto do Vicenzo para contar a notícia. Bati na porta suavemente e entrei. Ele estava acordado, ainda na cama. Quando contei sobre os exames, ele sorriu. Seus lábios formaram um sorriso grato, mas seus olhos, havia algo neles que eu não conseguia interpretar. Parecia uma mistura de sentimentos que não conseguia decifrar, como se ele tentasse me dizer algo sem palavras. Fiquei desconcertada, mas ele agradeceu e eu sorri de volta.
Saí do quarto dele com a cabeça a mil. Eu precisava saber se ele cumpriria sua promessa? Agora que está recuperado, ele me deixaria ir embora? Ou eles ainda tinham outros planos para mim? Decidi que no café da manhã, eu perguntaria. Não dá mais para adiar essa conversa.
Voltei para o meu quarto e decidi tomar um banho. Talvez a água pudesse me acalmar um pouco, me ajudar a organizar os pensamentos. Enquanto a água quente escorria pelo meu corpo, as lágrimas começaram a escorrer também. Eu estou apavorada. O que acontecerá comigo se ele decidisse não me deixar ir? E se ele me matar? A ideia era aterrorizante. Já vi de perto o que esses homens são capazes de fazer, e eu sei que não terei escapatória se resolvessem que eu sou um problema.
Respirei fundo, tentando afastar o pânico, e terminei o banho. Me enrolei no roupão e estava me preparando para me vestir quando ouvi batidas na porta. Meu coração disparou. Quem poderia ser? Fui até a porta e, ao abrir, lá estava ele. Vicenzo, parado na minha frente. O olhar dele me atingiu como um choque. Ele me olhava de um jeito que eu nunca tinha visto antes, algo diferente, intenso. Senti uma euforia tomar conta de mim, mas rapidamente disfarcei e o convidei para entrar.
Mas antes que eu pudesse reagir, ele estava ali, na minha frente, rápido como um raio. Sem dizer nada, Vicenzo me puxou pela cintura, seu toque quente contra minha pele através do tecido do roupão. Meu coração disparou. Ele fechou a porta com uma mão, mantendo a outra firme ao redor de mim.
Por um momento, o tempo parou. Eu não sabia o que pensar, o que sentir. Só sabia que estava ali, nos braços dele, e algo dentro de mim gritava por mais. Não tive tempo para processar. De repente, os lábios dele estavam sobre os meus, e tudo ao meu redor sumiu.
O beijo de Vicenzo era intenso, cheio de urgência e paixão. Senti seu calor, o cheiro amadeirado de sua pele. Era um beijo quente, daqueles que parecem consumir tudo em volta. Eu deveria me afastar. Eu deveria dizer algo. Mas tudo que fiz foi ceder. Ceder ao que, no fundo, eu já sabia que estava sentindo há algum tempo.
Minhas mãos, antes hesitantes, subiram até o pescoço dele, e correspondi ao beijo com a mesma intensidade. O coração parecia que ia explodir no peito. Eu não conseguia pensar em nada além dele. Ele me puxou ainda mais para perto, como se quisesse me fundir ao seu corpo.
O calor de nossos corpos misturados fez tudo ao redor desaparecer. Não havia quarto, não havia problema, não havia mundo lá fora. Só nós dois, entregues àquele momento.
Finalmente, quando nos separamos, estávamos ofegantes. Vicenzo me olhava com uma intensidade que quase me assustava. Eu não sabia o que dizer, o que pensar. Meu corpo inteiro tremia, e eu sentia como se tivesse cruzado uma linha da qual não poderia mais voltar.
— Vicenzo — Comecei, mas ele colocou o dedo indicador sobre os meus lábios, silenciando qualquer palavra que eu tentasse formar.
— Não fala nada — ele disse, a voz baixa, quase um sussurro. Seus olhos queimavam nos meus, como se tentasse me dizer tudo o que estava sentindo sem precisar de palavras. Eu apenas assenti, o coração ainda disparado.
Ele se afastou lentamente, mas antes de sair do quarto, me lançou um último olhar. Aquele olhar que parecia prometer algo, algo que eu não sabia se estava pronta para enfrentar. Assim que ele saiu, senti minhas pernas fraquejarem. Me sentei na cama, tentando recuperar o fôlego, tentando processar o que acabou de acontecer.
Vicenzo me beijou. E eu retribuí.
Fechei os olhos por um momento, tentando organizar meus pensamentos. Aquilo não estava nos meus planos. Eu deveria estar focada em sair daqui, em garantir minha liberdade. Mas agora, agora tem algo mais. Algo entre nós que eu não sei como explicar. E isso muda tudo.
Me arrumei rapidinho e fui tomar café da manhã , já meio sem saber o que esperar. Vicenzo tava lá, evitei o seu olhar. Mal terminei de sentar, ele olhou pra mim e falou
— Arruma suas coisas. Vou te levar de volta pra casa — Eu até parei no meio da mordida, meio sem acreditar. Não sabia se ficava aliviada ou se algo mais estava por vir. Só sei que meu coração acelerou de felicidade.
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Nazidi Vasconcelos
eita autora logo agora que ela ficou de coração molinho será que ele vai conseguir deixar ela ir já que ele tá apaixonado quero mas capítulos
2024-11-21
0
F Valeria Feliciano
deixar ela ir pra kza, não quer dizer q não irá lutar pelo seu amor, é apenas um voto de confiança, q td q foi feito ficará em sigilo
2025-01-18
1
Rosa Pinto
Será que o pai do Vicenzo vai deixar a Zoe ir embora ?
2025-03-02
2