Eu acordei devagar, me espreguiçando na cama com um longo bocejo. Peguei o celular e olhei a hora: ainda faltavam dez minutos para o despertador tocar. Perfeito, pensei. Dez minutos a mais na cama. Mas esses dez minutos passaram voando, e, antes que eu pudesse perceber, o despertador começou a tocar. Com um suspiro, desliguei o alarme e me levantei.
Caminhei até o banheiro e tomei um banho rápido. A água morna escorrendo pelo meu corpo me ajudou a despertar completamente. Saí do banho e segui minha rotina matinal: hidratante no rosto, um protetor solar leve, e prendi o cabelo em um coque alto e firme, prático e necessário para o ambiente hospitalar.
Escolhi o uniforme limpo, passando as mãos sobre ele para garantir que não havia amassados. Coloquei um par de meias confortáveis, tênis brancos, e por fim, meu jaleco branco impecável. Verifiquei no espelho para ter certeza de que tudo estava em ordem. Como médica, cada detalhe importa; a aparência transmite confiança e cuidado, tanto para os pacientes quanto para a equipe.
Já pronta, saí do quarto. O apartamento estava mergulhado em um silêncio absoluto. Ainda era muito cedo, e minha mãe continuava dormindo. Temos uma pessoa que cuida da limpeza, mas a minha mãe não abre mão de cozinhar. Ela morre de ciúmes da cozinha e de suas panelas, por isso que o café da manhã só depois das 9 horas. Que é o horário que ela acorda, como quase não tenho folga, Mal consigo tomar café da manhã com a minha mãe. Desci até a garagem, o som dos meus passos ecoando pelos corredores vazios.
Quando cheguei na garagem, olhei discretamente na direção do portão de saída do condomínio, verificando se havia algum paparazzi à espreita. Para minha sorte, não havia ninguém. Soltei um suspiro de alívio. Peguei o carro e dirigi até o hospital, a cidade ainda meio adormecida.
Ao chegar no hospital, estacionei e desci do carro. Mas, antes que pudesse dar mais do que alguns passos, dois homens vestidos de preto apareceram ao meu lado. Pareciam dois robôs, com expressões impassíveis e movimentos calculados. Fiquei confusa quando me mandaram entrar no carro que estava estacionado ao lado do meu. Aquela vaga pertencia a outro médico.
— Mas o que está acontecendo? — perguntei, minha voz soando mais trêmula do que eu gostaria. Os homens apenas repetiram a ordem, seus olhares frios e decididos. Um sentimento de pavor tomou conta de mim, mas obedeci, entrando no carro. No banco de trás, um homem forte de barba grisalha me esperava. Me Sentei o mais afastada possível dele, meu coração batendo como um tambor.
O carro começou a se mover, e eu, assustada, perguntei novamente o que estava acontecendo. O homem me olhou fixamente e disse com uma voz grave:
— Você vai curar meu filho.
— Que loucura é essa? — respondi, o pânico crescendo dentro de mim. — Eu não posso curar ninguém assim! Posso ajudar, mas preciso saber onde ele está!
— Estamos indo ao encontro dele — disse o homem, a frieza em sua voz só aumentando meu desespero.
O carro deu várias voltas, como se estivéssemos tentando despistar alguém. Quando finalmente parou, estávamos em frente a um prédio alto. Saímos do carro, rodeados pelos homens de preto, e meu coração parecia que ia explodir de tão rápido que batia. Sentia um nó na garganta e uma vontade incontrolável de chorar.
Subimos várias escadas, depois entramos em um elevador que nos levou até o telhado. Lá em cima, um helicóptero enorme nos esperava.
— Eu não posso entrar! — gritei, o pavor tomando conta de mim. Mas o homem não hesitou; ele sacou uma arma e a apontou para mim, ordenando que eu entrasse no helicóptero.
Com as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, entrei no helicóptero. O barulho das hélices começou, e logo estávamos no ar. A viagem durou cerca de quinze minutos, mas pareceu uma eternidade. Quando finalmente pousamos, estávamos em outro telhado, e eu não tinha ideia de onde estava ou o que me aguardava.
Descendo do helicóptero, o vento bagunçava meus cabelos, mas não me distraí. Continuei seguindo o homem, cercada por outros homens. A tensão no ar era palpável, e o silêncio entre nós parecia ensurdecedor.
Entramos em um elevador, e senti meu estômago revirar enquanto deciamos. Quando as portas se abriram, saímos em um corredor silencioso e bem iluminado. Olhei ao redor, tentando entender onde estávamos. Notei as placas de sinalização e reconheci o ambiente: um hospital. Mas não era um que eu conhecia.
O homem à minha frente parou em frente a uma porta, abriu-a e me fez sinal para entrar. Dentro, havia um rapaz deitado, dormindo. Me Aproximei cautelosamente, tentando decifrar a situação.
— Qual é o caso dele? — perguntei, minha voz saindo mais firme do que eu me sentia por dentro.
— Vou chamar o médico responsável — respondeu o homem, ignorando meu tom inquisitivo.
Segundos depois, o médico entrou no quarto, seu semblante era sério.
— Ele tem uma má formação congênita no coração, Síndrome de Ebstein— explicou o médico, me encarando com olhos avaliadores.
— Esse hospital é especializado? — indaguei, sentindo uma onda de preocupação me invadir.
O médico trocou um olhar com o homem ao meu lado antes de responder:
— Você está no hospital da máfia Calábria.
Senti o chão sumir sob meus pés. Arregalei os olhos e meu coração começou a bater descontroladamente. Um arrepio de puro medo percorreu minha espinha.
O senhor que havia apontado uma arma para mim anteriormente se adiantou, como se quisesse garantir que eu entendesse bem a gravidade da situação.
— Eu sou o Don da máfia Calábria — disse ele, com uma voz fria e imponente. — E esse é meu filho. Ele é o capô, o futuro Don. A vida dele está nas suas mãos, Dra Zoe.
Meu coração gelou, e uma sensação de pavor tomou conta de mim. A responsabilidade que acabara de ser jogada sobre mim era esmagadora.
— A vida dele… nas minhas mãos? — murmurei, incapaz de processar completamente o que acabara de ouvir.
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Adriana Santos
eita eita eita
2025-04-01
0
Neca Lopes
Que horror
2025-03-25
0
Rosa Pinto
haja coração ❤️❤️❤️
2025-03-02
2