Correntes do Destino - Dom Leandro Alighieri

CAPITULO 9 - Celeste Venturi

* Celeste Venturi *

A tarde estava caindo, e a expectativa no ar era palpável. Eu estava sentada no banco de trás de um luxuoso Rolls-Royce, enquanto o motorista manobrava pelas ruas iluminadas da cidade. A música suave tocava ao fundo, mas minha mente estava distante, presa em um turbilhão de emoções. Olhando pela janela, observava as luzes da cidade refletindo em minha pele, sentindo cada vez mais a responsabilidade que estava prestes a assumir.

Quando o carro finalmente saiu das ruas movimentadas e se dirigiu para uma estrada tranquila, o cenário começou a mudar. As luzes da cidade foram gradualmente substituídas por árvores altas e sombras dançantes. Ao longe, uma mansão majestosa se erguia, rodeada por um amplo jardim repleto de flores brancas que iluminavam a paisagem. A beleza do local parecia saída de um conto de fadas, uma visão encantadora que contrastava com a confusão que eu sentia por dentro.

Assim que o carro parou, meu coração disparou. Respirei fundo, tentando absorver a magnitude do momento. Ao sair do veículo, uma brisa suave acariciou meu rosto, e fechei os olhos por um instante, sentindo a magia do lugar.

Minha mãe estava na entrada, e ao ver-me, seu semblante mudou rapidamente de expectativa para preocupação.

— Celeste! Você saiu escondida de casa para ir a uma boate, e hoje o Leandro pela manhã foi a nossa casa discutir com seu pai! — sua voz transbordava de preocupação e raiva.

— Mãe, eu... — comecei a explicar, mas ela me interrompeu.

— Não tente se desculpar, você sabe que não pode fazer isso! O que você estava pensando? — ela insistiu, gesticulando com as mãos enquanto seu olhar penetrante me avaliava.

— Eu só precisava de um tempo para mim. Não foi tão grave assim! — respondi, tentando manter a calma.

Logo, meu pai apareceu, um sorriso firme no rosto, mas com uma expressão que indicava que ele também estava ciente do tumulto.

— Vamos, é hora de te levar até o altar, — disse ele, estendendo a mão para mim. Segurando-a, senti uma onda de conforto, mesmo em meio à tempestade emocional.

Conforme caminhávamos, as flores brancas que adornavam o caminho exalavam um aroma doce e fresco. O céu se tornava mais vibrante à medida que o sol começava a se pôr, lançando um brilho dourado sobre tudo. A suave melodia de um piano preenchia o ar, criando uma atmosfera quase etérea. Meus olhos passearam pelo local, notando a quantidade de convidados — amigos e familiares que vieram para celebrar essa união, olhei para frente vendo o Leandro com sua vestimenta elegante, com seu rosto sério, observando cada passo que eu dava, ele era o homem mais lindo que eu já conheci.

Quando finalmente cheguei ao altar, levei um instante para respirar. Olhei para Leandro, que estava à minha frente, sério e bonito como sempre. Ele parecia confiante, e isso me deu uma dose de coragem.

Conforme a cerimônia progredia, o celebrante, com uma voz clara e serena, começou a falar:

— Caros amigos e familiares, estamos aqui reunidos hoje para celebrar a união de Celeste Venturi e Leandro Alighieri. Este momento marca não apenas a união de dois corações, mas a junção de duas famílias e a construção de um futuro juntos.

Ele fez uma pausa, olhando para nós com um sorriso gentil antes de continuar:

— O amor é uma jornada, repleta de altos e baixos, e ao longo dessa jornada, vocês devem se apoiar mutuamente, enfrentar os desafios que surgirem e celebrar as alegrias. O casamento é um compromisso profundo, que exige respeito, compreensão e, acima de tudo, amor.

Olhei para Leandro, seu olhar fixo em mim, enquanto as palavras do celebrante ressoavam em meu coração.

— Celeste, você aceita Leandro como seu legítimo esposo, prometendo amá-lo, respeitá-lo e apoiá-lo em todos os momentos de suas vidas, sejam eles bons ou ruins?

Senti o peso da expectativa no ar. Engoli em seco, mas a resposta fluiu naturalmente de meus lábios.

— Sim.

O celebrante sorriu e virou-se para Leandro:

— E você, Leandro, aceita Celeste como sua legítima esposa, prometendo amá-la, respeitá-la e apoiá-la em todos os momentos de suas vidas?

Ele respondeu com firmeza:

— Sim.

— Com as promessas feitas, e diante de todos aqui presentes, eu os declaro marido e mulher. Agora, pode beijar a noiva.

O mundo ao nosso redor pareceu desaparecer. O murmúrio dos convidados e o suave toque do piano tornaram-se um eco distante. O olhar de Leandro era intenso, como se só houvesse eu e ele naquele instante.

Com um movimento suave, ele se inclinou em minha direção, seus olhos fixos nos meus. O tempo parecia parar enquanto ele segurava meu rosto delicadamente, sua mão quente e protetora contra minha pele. Senti uma mistura de nervosismo e expectativa, meu coração acelerando à medida que ele se aproximava.

Quando nossos lábios se encontraram, foi como se uma centelha tivesse acendido. O beijo era ao mesmo tempo firme e gentil, repleto de promessas silenciosas e um desejo inegável. O toque dos nossos lábios parecia iluminar o ambiente, e eu me perdi no momento, envolvida na intensidade daquela conexão.

O calor do beijo se intensificou, e eu senti as palmas de Leandro envolvendo minha cintura, puxando-me mais para perto dele. Era como se todo o resto do mundo tivesse se desvanecido, deixando apenas nós dois, unidos naquele instante mágico.