Correntes do Destino - Dom Leandro Alighieri

CAPITULO 4 - Celeste Venturi

* Celeste Venturi *

Eu precisava de um tempo para mim, longe da opressão da mansão Alighieri e das expectativas que pesavam sobre mim. O jardim da família era o lugar perfeito para escapar, um refúgio entre flores vibrantes e árvores frondosas que pareciam sussurrar segredos. A luz suave do sol filtrava-se através das folhas, e eu me permiti relaxar por um momento, ignorando a realidade que se aproximava.

Sentei-me em um banco de madeira, observando as flores dançarem com a brisa, tentando encontrar um pouco de paz em meio ao turbilhão de sentimentos que me consumia. Mas esse momento de tranquilidade foi interrompido quando ouvi passos firmes se aproximando. Antes que eu pudesse me preparar, Leandro apareceu, sua presença imponente imediatamente preenchendo o espaço.

— Hum, então minha noiva está se escondendo? — ele disse, o tom dele provocativo.

Revirei os olhos, desejando que ele simplesmente me deixasse em paz.

— Não estou me escondendo, Leandro. Só precisava de um tempo sozinha.

Ele se aproximou, observando-me atentamente, e a tensão no ar começou a aumentar.

— O casamento será daqui uma semana — anunciou ele, sem rodeios.

— O quê? — exclamei, meu coração disparando. — Você está falando sério?

— Completamente. Já está tudo planejado. Então, comporta-se. Vou observar cada passo que você der.

— Isso é um absurdo! — respondi, a raiva crescendo dentro de mim. — Você não pode simplesmente decidir isso por mim!

Leandro deu um passo mais perto, com um sorriso arrogante nos lábios.

— Eu quero que você seja só minha, Celeste. Mas, para isso, é necessário que você se comporte.

— Tenha responsabilidade de uma boa esposa que sabe o seu lugar — disse ele, com um tom sério. — quero que você seja forte, porque isso fará de você uma parceira melhor.

— Responsabilidades? Como obedecer a você? Não sou uma boneca para ser manipulada! — minha voz saiu mais alta do que eu pretendia.

Leandro inclinou a cabeça, o sorriso dele agora mais sério.

— Isso me obedecer, logo mais você pertence a mim de hoje em diante, e depois que eu te levar para cama saiba que se tornara oficial minha mulher.

— Não fale isso — respondi, a determinação crescendo dentro de mim. — Eu não vou ser sua prisioneira em um casamento arranjado. Você não é meu dono e nunca será.

— Vamos ver até onde essa determinação te levará, Celeste. Mas lembre-se: estarei observando cada passo seu.

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Depois do jantar, enquanto entrávamos na BMW, a atmosfera estava leve, mas eu ainda sentia a pressão das expectativas pesadas sobre mim. Meus pais estavam animados e comentavam sobre como tudo tinha sido perfeito.

— Você viu como a família Alighieri é? — disse meu pai, um brilho de satisfação nos olhos. — Eles têm um jeito muito elegante de lidar com as coisas. Esse jantar foi uma ótima oportunidade para estreitar os laços.

— Foi, sim — respondi, tentando absorver a empolgação deles. A verdade é que eu me sentia um pouco deslocada. Embora soubesse do envolvimento da minha família com a máfia, sempre vivi distante desse mundo e nunca havia estado tão próxima de seus representantes.

— O que achou de Dom Alighieri? — perguntou minha mãe, observando meu rosto atentamente.

— Ele é... intrigante — murmurei, lembrando do modo como ele me tratou. A palavra "intenso" quase escapou, mas eu sabia que precisava manter as aparências.

— Intrigante? — minha mãe repetiu, rindo suavemente. — Esse é um eufemismo. Ele é o futuro da família. E você está prestes a se tornar parte disso.