Com a mente ainda cheia de preocupações com minha mãe e a situação da loja, tentei me concentrar no motivo pelo qual estava ali.
Adam tinha sido direto: eu estava sendo paga para acompanhá-lo, e essa era minha função, nada mais.
Depois de um banho demorado, me vesti com cuidado, optando por algo elegante, mas sem exageros. Não queria me perder em algo que não fosse eu mesma. Escolhi um vestido simples, de caimento suave, e fiz uma maquiagem discreta, mas que trouxesse um pouco mais de sofisticação ao rosto.
Enquanto me olhava no espelho, ajeitando uma mecha solta, me vi pensando alto:
— Será que Adam vai gostar?
Assim que as palavras escaparam, corei e balancei a cabeça, me repreendendo. O que eu estava fazendo? Desde quando me importava com o que ele pensava da minha aparência?
Respirei fundo, tentando afastar a sensação de que algo em mim tinha mudado desde que ele aparecera em minha vida. Esse pensamento, mais do que qualquer outra coisa, me deixou inquieta. Mas engoli o desconforto, peguei minha bolsa, dei uma última olhada no espelho e segui para o andar de baixo, onde ele me esperava.
Assim que desci, a mãe de Adam me recebeu com um sorriso caloroso:
— Você está linda, querida! — disse ela, com um brilho sincero no olhar. Seu elogio me fez sorrir e relaxar um pouco.
Já o pai de Adam, embora mais contido, acenou com a cabeça, observando-me com um olhar discreto, mas afiado. Sentia que ele analisava cada detalhe, cada reação.
Adam, no entanto, não me elogiou. Simplesmente se aproximou e, de maneira tranquila, posicionou-se ao meu lado. Sua presença ali, tão próxima, era uma espécie de declaração silenciosa, um gesto mais poderoso do que qualquer palavra de aprovação.
Mas, assim que seu tio começou a se aproximar, Adam não hesitou. Com um movimento firme e natural, colocou a mão em minhas costas, me guiando para longe. Ele não deu margem para que houvesse qualquer troca de palavras entre nós e o homem que o observava com aquele olhar tão frio e possessivo.
Enquanto nos afastávamos, senti um misto de alívio e proteção. Aquele simples gesto deixava claro que Adam sabia exatamente como me manter longe de qualquer situação incômoda naquela casa. E, por algum motivo, estar sob sua proteção trazia uma estranha sensação de segurança.
Enquanto nos afastávamos do salão, Adam e eu caminhávamos lado a lado, em silêncio por um instante, até que ele finalmente comentou:
— Espero que o jantar não seja entediante, posso não ser a companhia que uma menina como você gostaria — disse ele, com um leve sorriso, quebrando o gelo.
— Tenho certeza de que não será nada entediante, e você hoje é a companhia que me agradaria, afinal vai me levar no museu e me levou ao julgamento. — respondi, tentando aparentar confiança. — Desde que aproveitemos a trégua para ficar em paz.
Ele soltou uma risada curta e aprovadora, fiquei hipnotizada pela bela risada que ele deu, mas antes que pudesse responder, meu celular vibrou. Olhei para a tela e vi que era minha mãe. Algo no tom de urgência dela me deixou tensa, então atendi rapidamente.
— Mãe? Está tudo bem? — perguntei.
Do outro lado da linha, ela estava em êxtase.
— Isabella! — disse, quase chorando de emoção. — Você não vai acreditar! Tem uma quantia enorme na minha conta… algo inacreditável! Como se fosse um presente do céu, minha filha! Não sei quem enviou, mas é o suficiente para salvar a loja, pagar todas as dívidas. Meu Deus, é um milagre!
Senti meu coração acelerar. Ela continuava a chorar de felicidade, agradecendo repetidamente. Eu, por outro lado, estava feliz por ela, mas algo me fazia questionar essa "divindade" que teria enviado o dinheiro.
— É mesmo, mãe... que bom que algo assim aconteceu — respondi, hesitante, mas sorrindo.
__ Sim filha, ligamos para o banco e foi enviado para nós agora a pouco, um depósito com uma descrição que dizia: para a família Fontes, somos nós amor, vou desligar, só não pude esperar para te contar, sei que ai é tarde — falou ela tão eufórica que desligou na minha cara.
Ao desligar, senti uma onda de alívio por ela, mas minha mente ainda se enchia de dúvidas sobre quem teria realmente enviado essa "ajuda divina". Olhei para Adam, que parecia curioso, embora mantivesse seu habitual semblante neutro.
— Algo importante? — ele perguntou, com um olhar ligeiramente atento.
— Sim, sim... Só uma… notícia inesperada — respondi, meio perdida em pensamentos, enquanto tentava entender o que poderia estar por trás daquele "presente dos céus".
Ao chegarmos ao restaurante, a atmosfera era elegante, e o aroma dos pratos sofisticados preenchia o ar. Pedimos um prato típico de Toronto, Poutine de Lagosta, essa versão requintada do clássico prato canadense combina batatas fritas crocantes, cobertas com pedaços suculentos de lagosta fresca, tudo envolto em um molho de queijo cremoso e bem temperado. O prato é finalizado com um toque de cebolinha picada e um leve drizzled de azeite trufado, que traz um aroma inconfundível e sofisticado. Assim que a comida chegou, a conversa fluiu naturalmente entre nós.
A cada risada, a cada troca de olhares, eu me permitia sentir que aquela versão de Adam era realmente encantadora e apaixonante. Até me arrisquei a tomar um pouco de vinho, um gesto de ousadia que me fez sentir leve e relaxada.
Porém, a sensação de bem-estar foi abruptamente interrompida quando uma mulher loira se aproximou de nossa mesa, com um sorriso que parecia muito ousado.
— Olá, querido — disse ela, com um tom suave, mas que imediatamente deixou a tensão no ar palpável.
Olhei para Adam e vi sua expressão mudar instantaneamente. O sorriso que antes iluminava seu rosto desapareceu, dando lugar a uma fúria controlada. Ele se endireitou na cadeira, e eu podia sentir a mudança na energia ao nosso redor. A mulher, percebendo a mudança, hesitou por um segundo, mas logo se recuperou, mantendo a postura confiante.
— O que você está fazendo aqui? — Adam disse, a voz mais baixa e carregada de um tom que eu nunca havia ouvido antes.
A mulher sorriu, mas não havia calor em seu olhar. Ela parecia insistir em permanecer na conversa, como se sua presença fosse uma provocação, ela em nenhum momento me direcionou o olhar deixando claro que não gostava da minha presença ali.
— Só queria dar um oi — ela respondeu, como se isso justificasse sua intromissão. — É sempre bom ver você.
A tensão entre eles era quase palpável, e eu me sentia como uma observadora em um jogo de xadrez, sem saber quais seriam os próximos movimentos. Adam não parecia disposto a brincar, e sua postura rígida transmitia claramente que ele queria que ela se afastasse.
— Não digo o mesmo, está atrapalhando o jantar com minha convidada — ele disse, em um tom firme, mas controlado. A resposta foi rápida, e a mulher hesitou mais uma vez, claramente incomodada.
Ela deu um olhar para mim, como se estivesse avaliando a situação, e então se afastou, mas não sem deixar um rastro de desconforto na atmosfera. Assim que ela desapareceu na multidão, Adam soltou um suspiro pesado, sua raiva ainda presente.
— Desculpe por isso — ele disse, virando-se para mim, sua expressão suavizando um pouco. — Não deveria ter deixado que ela interrompesse nossa noite.
— Tudo bem — respondi, tentando desviar a atenção do ocorrido. — Parece que você não gosta muito dela.
Ele riu levemente, mas havia uma seriedade em seu olhar.
— Não, definitivamente não — disse ele, e eu percebi que havia mais história entre eles do que ele estava disposto a compartilhar.
Tentei mudar o foco da conversa, mas a interrupção ainda pairava sobre nós, como uma sombra não convidada.
Vamos à praia? — questionou ele.
E o horário no museu? — reclamei.
__ Não se preocupe Isabella, levarei você, fechei o salão do museu para que sua experiência fosse inigualável, mas vamos primeiro à praia, quero te mostrar a Hanlan's Point — finalizou levantando e me dando a mão, aquilo era estranho, mas se for analisar toda a situação estamos em maus lençóis mesmo.
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Angel Pereira
eu não sei como ums pais deixa esses dois traidores frequentar a casa deles,sendo ele seu único filho,e essa vadia se acha no direito de falar com ele.
2025-02-27
7
Maria DA Gloria
muita falta de consideração com o filho,os pais continuarem aceitando os traidores numa boa, não vê que o filho sofre tendo que olhar pra cara do tio talarico e a vagaba da ex mulher
2025-03-30
1
Andréa Debossan
Algum mistério tem pir traz de td, porque não é possível que depois do que essa mulher é o tio fizeram poder frequentar a casa dos pais dele assim
2025-03-17
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