A aula terminou, mas a tensão ainda pairava no ar. Enquanto os alunos se levantavam e se dispersavam, não consegui desviar meus pensamentos da insolente que havia ousado desafiar minha autoridade, ouvi depois que seu nome era Isabella.
O nome dela ecoava na minha mente, e uma mistura de curiosidade e raiva borbulhava dentro de mim. Aquela menina era uma provocadora nata. Havia algo intrigante em sua audácia, mas também havia uma imprudência que eu não poderia ignorar.
Saí da sala, dirigindo-me à secretaria para buscar a ficha dela. O que poderia levar alguém a ser tão imprudente? Eu sabia que a maioria dos alunos tinha medo de cruzar minha linha, e Isabella parecia ter se tornado a exceção. Ao chegar à secretaria, procurei informações sobre sua história, seu passado. O que havia moldado essa garota que parecia tão destemida?
__ Hum, menina pobre, cidade minuscula, melhor aluna da escola, notas excelentes, solteira — analisava sozinha caminhando.
Quando voltei, passando pelo corredor, uma visão me fez parar abruptamente. Isabella estava cercada por um grupo de meninos e meninas, todos rindo e conversando de maneira despreocupada. O que a tornava tão especial? Por que eles estavam tão interessados nela? O olhar de desprezo em seus rostos não passou despercebido, e uma chama de irritação se acendeu dentro de mim.
Fiquei parado ali, observando-os. A percepção de que estavam zombando de mim, do meu poder e da minha reputação me deixou furioso.
A maneira como se inclinavam para ela, rindo, como se fossem íntimos, era insuportável. Aquela situação parecia um jogo, e Isabella era a caçadora, enquanto eu, por outro lado, era o alvo. Um jogo que eu não pretendia perder.
Os risos aumentaram, e eu não consegui mais ignorar. A sensação de que eles estavam rindo às minhas custas se tornou insuportável.
O que ela pensava que estava fazendo? Como podia ter coragem de me desafiar e ainda se cercar de um público para isso? Eu precisava me controlar; sabia que não podia agir por impulso, mas a raiva pulsava dentro de mim, pronta para explodir.
__ Isso não ficará assim — murmurei para mim mesmo, com uma determinação crescente. Isabella não tinha ideia do que havia desencadeado. Ela podia estar pensando que estava se divertindo, que suas palavras não teriam consequências, mas eu estava prestes a mostrar a ela que suas ações tinham um preço.
Com cada passo que eu dava em direção à minha sala, a ideia de como lidar com aquela insolência começava a se cristalizar na minha mente. Havia um jogo a ser jogado, e eu sempre jogava para vencer. Isabella seria uma adversária formidável, mas eu era Adam Blake, um homem que não se deixava intimidar facilmente.
Enquanto caminhava, a determinação em meu peito se solidificava. Ela me desafiou, e agora eu não tinha escolha a não ser responder. Um confronto estava a caminho, e eu estava pronto para tornar essa batalha não apenas uma questão de autoridade, mas também um jogo de estratégia. Com cada palavra que ela havia dito, o laço entre nós tornava-se mais complicado, e a expectativa de descobrir até onde isso iria me deixava ansioso. Eu estava prestes a mergulhar em um jogo onde as regras estavam prestes a mudar, e Isabella, sem saber, havia se tornado uma parte essencial desse enredo.
Isabella:
Quando Adam retornou para a segunda aula, o clima estava mais tenso do que antes. Ele entrou na sala com uma presença afiada, os olhos azuis brilhando como se contivessem um fogo prestes a explodir. Era impossível ignorá-lo; seu olhar cortante parecia varrer cada aluno, mas, ao pousar em mim, eu senti a intensidade que me causava calafrios.
Assim que ele começou o conteúdo, fui dominada por uma irritação que nem tentei disfarçar. Afinal, ele parecia disposto a transformar cada ponto da matéria em um campo de batalha, e eu não conseguia evitar. Mal a discussão tomou forma, e eu já estava novamente rebatendo seus argumentos, sentindo que a sala inteira estava focada em nós. Sua postura rígida e seu olhar afiado pareciam absorver cada palavra que eu dizia, como se quisesse analisá-las e devolvê-las com ainda mais fervor.
__ Professor Blake, ainda acho que a maneira como a lei é apresentada aqui é limitada. Está focada demais em estatísticas e quase nada na realidade das pessoas que...
Antes que eu pudesse terminar, ele me interrompeu, os lábios contraídos em um esboço de irritação:
__ Isabella, me acompanhe à minha sala depois da última aula. Preciso discutir um trabalho extra com você.
Senti meu rosto queimar, uma mistura de fúria e surpresa. Ele realmente estava me convocando para algo fora do horário, e justo hoje, quando eu já tinha planos de ir ao bar onde a amiga da Gisa trabalhava, na tentativa de conseguir um bico para me ajudar a me manter aqui.
__ Mas eu... — comecei, sem conter a frustração que escapou antes mesmo de eu pensar nas palavras.
__ Não aceito recusas — ele cortou, em um tom inflexível — Se você tem algo mais importante para fazer, sugiro que repense suas prioridades — Ele me lançou um olhar provocador, como se esperasse que eu questionasse novamente sua decisão.
Com o olhar fixo nele, senti minha raiva aumentar. Ele realmente acreditava que o mundo girava ao redor do que ele quisesse, sem se importar com nada além de sua vontade, ver que fiquei quieta o deixou feliz, era como se aquilo o fizesse ter prazer e fez crescer em mim um ódio extremo.
Assenti com o mínimo de entusiasmo possível, mordendo o lábio para não dizer o que realmente pensava. Sabia que precisaria daquele tempo para ir ao bar e verificar a vaga, mas uma voz dentro de mim sussurrava que não adiantaria lutar.
Enquanto o restante da aula prosseguia, meu olhar pairava em um ponto qualquer, o pensamento de ficar a sós com Adam Blake após a última aula me deixava em um misto de frustração e curiosidade. Ele era uma presença ameaçadora e magnética ao mesmo tempo, e mesmo que eu nunca fosse admitir, havia algo nele que, apesar de tudo, parecia me desafiar e fascinar, como se tudo isso fosse mesmo um jogo.
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Vilma Teixeira Roquete
O aluno tem que questionar pra aprender, qual é professor!!!???....Vai em frente Isabella mostra a que veio ,você é Brasileira e não desiste nunca....kkkkkkkkkk
2025-03-04
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ʎqǝᗡ 🐝
🤦♀️ Professor Blake, uma das formas de aprendizado é a argumentação, afinal o professor está em sala de aula para ensinar, não para discursar ! 🤦♀️
2025-03-18
0
Cintia Maria Lemos Tavares
Sou professora e alunos assim me instiga,me motiva fui e sou uma aluna desta pegada, nossa como me meti em confusão na faculdade.
2025-03-28
0