Cheguei na madrugada e me preparei para logo dormir, acordaria cedo e viajaria, nem acreditei que ele vai me pagar como honorários $ 800,00.
Ele chegou antes do horário combinado, me pegando de surpresa, para minha sorte estava pronta, nunca seria pega desprevenida.
Mal trocamos algumas palavras quando ele sinalizou para o carro, já esperando que eu o seguisse. Adam parecia um homem de poucas explicações, e, embora eu estivesse curiosa, sua falta de abertura era quase tão irritante quanto intrigante.
Seguimos para um hangar particular, e meu queixo quase caiu ao ver o jato elegante estacionado ali, esperando. Tentei disfarçar a surpresa, mas não consegui evitar um comentário:
__ De quem é essa preciosidade?
Ele apenas apresenta uma sobrancelha, o olhar cheio de um mistério calculado.
__ É apenas uma conveniência — disse ele, como se fosse nada mais do que pegar um táxi.
__ Conveniente — murmurei, ainda incrédula — mas um tanto extravagante. — resmunguei.
Sem me encarar, ele ajeitou o paletó e, finalmente, disse:
__ Diremos que o trabalho como professor não é minha única fonte de sustento — Sua expressão era séria, quase desafiadora, e notei um leve sorriso surgindo no canto dos seus lábios. Ele parecia estar se divertindo com o meu espanto, embora disfarçasse bem.
Algo não faz sentido. Se ele possuísse tanto dinheiro assim, a ponto de ter um jato disponível, por que diabos escolheriam ser professor? Decidi jogar o comentário, como quem não quer nada:
__ Interessante que alguém tão 'bem de vida' escolheria se ocupar com um trabalho tão... comum, como professor.
Ele se virou para mim, o rosto deixava claro como ser questionado o incomodava.
__ Algumas pessoas escolhem fazer o que querem, mesmo que não façam sentido para os outros, às vezes são apenas válvulas de escape e não questão de sobrevivência — respondeu. Eu sabia que a resposta era vaga de propósito, um tipo de evasão.
Enquanto subíamos a bordo, a pergunta continuava martelando na minha cabeça. O que levaria um homem a se dedicar a uma carreira que claramente estava bem abaixo do seu padrão financeiro?
Adam:
Assim que nos acomodamos no jato, percebi que Isabella estava exausta. Seus olhos já meio fechados, como se o peso da semana tivesse finalmente caído sobre ela. Em poucos minutos, ela adormeceu ao meu lado, respirando fundo, serena.
A expressão dura e desafiadora que ela sempre trazia estava, enfim, ausente, dando lugar a algo muito mais vulnerável, quase... doce.
Mas foi então que percebi o detalhe. O vestido leve que ela usava havia deslizado ligeiramente sobre a coxa, atraindo os olhares furtivos dos seguranças que também estavam a bordo, geralmente não andavam comigo, mas indo para a cidade da nossa empresa era necessário, eles mal haviam notado o movimento, mas eu, imediatamente, os fixei com um olhar firme e ameaçador, avisando, sem precisar de palavras, que qualquer um que ousasse observá-la de novo teria sérios problemas. Era como se uma parte de mim já tivesse assumido uma postura protetora, algo que, francamente, eu não estava acostumado a sentir.
Decidi que seria melhor que ela estivesse mais confortável. Em um movimento cuidadoso, a peguei no colo, tentando não a acordar.
Ela estava leve, o rosto relaxado em seu sono profundo, e, para minha surpresa, ela continuou dormindo enquanto eu a carregava até a suíte na parte traseira do jato.
A porta se fechou, e eu a acomodei com cuidado sobre a cama, ajeitando a coberta até seus ombros. Por alguns instantes, fiquei parado ali, apenas observando-a. Algo me hipnotizou em sua tranquilidade, na forma como ela havia deixado a guarda baixa, sua aparente doçura me prendeu. Isabella era uma contradição, orgulhosa, forte, mas, ao mesmo tempo, havia uma fragilidade escondida ali, uma chama que não me parecia disposta a se apagar fácil.
Por algum motivo, aquele momento, mesmo sem qualquer palavra, parecia dizer mais sobre ela do que tudo que já tínhamos trocado até agora. Com um último olhar, saí da suíte, fechando a porta atrás de mim.
Assim que me acomodei em uma das poltronas confortáveis do jato, meu celular vibrou no bolso. A identificação mostrou que era meu pai, e por um momento hesitei em atender.
Nós não conversamos recentemente, principalmente desde que eu decidi me afastar da sucessão do império familiar. Para ele, aquela decisão foi uma traição, uma quebra de tradição. Mas, respirando fundo, pressionei o botão e atendo.
__ Adam — Sua voz tinha um tom animado que eu não ouvia há tempos — Estou muito feliz em saber que você vem para o aniversário da sua mãe, torço para que recupere o juízo e venha para casa de vez.
Eu pude ouvir a expectativa em suas palavras, um prazer contido que costumava ser raro entre nós:
__ Obrigado, pai. Eu também estou animado para vê-los e não, não voltarei ainda — respondi.
No entanto, a alegria dele, logo foi proveniente de uma preocupação súbita:
__ Só para você saber, a sua ex Vivian, estará presente. Não sei como você se sentirá com isso, mas sabe da amizade da sua ex sogra com sua mãe né.
A menção do nome dela me pegou de surpresa, fazendo meu coração vacilar. Vivian tinha uma presença trágica e um histórico complicado com a minha família. Por um breve segundo, a ideia de estar naquele evento, na presença dela, me fez recuar.
Mas, então, uma nova sensação tomou conta de mim, dissipando uma nuvem de ansiedade. Isabela. A beleza dela, a ousadia, e o fato de estarmos juntos nessa situação inesperada, realiza um contraste que, de algum modo, acendeu algo em mim.
__ Eu vou levar uma acompanhante — disse, não escondendo um sorriso ao pensar nela — E espero que isso deixe a atmosfera um pouco mais leve.
Meu pai respondeu com uma risada, mas também um tom de curiosidade.
Uma acompanhante? Espero que ela não seja uma de suas... escapadas.
Não tenho nada com ela, na verdade é minha aluna, mas muito interessante, garanto que te fará repensar qualquer argumento que tenha — falei o instigando a esperar por ela.
Isso me fez revirar os olhos mentalmente. Não, Isabella não era uma dessas. Ela era única, e eu sabia que ter sua companhia ao meu lado tornaria tudo mais suportável. A influência da família de Vivian sempre pesou em cada interação, mas agora, ao menos, eu não estava indo sozinho. A ideia de apresentar Isabella à minha família e a Vivian me deixou curioso e, ao mesmo tempo, ansioso.
Teríamos nossa própria dinâmica nesse momento e mesmo que seja entre aluna e professor aqui ninguém sabe nada sobre nós.
__ Até mais — despedi-me, desligando o celular, a mente girando em torno do que estava por vir. Sabia que a presença de Isabella ao meu lado tornaria essa situação intrigante e, de alguma forma, emocionante. Eu estava decidido a enfrentar eles junto, meu tio e Vivian eu não queria ao meu lado e não pretendia ter um só segundo de interação.
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Judes Nascimento
a alta sociedade é tão egoísta, só pensa em dinheiro, os sentimentos não tem valor algum😒 o filho deles foi traído pelo tio e a esposa, sei que perdoar é necessário, mas conviver já chega ao nível absurdo do egoísmo financeiro affff espero que ele fale com ela antes de levá-la ao covil das serpentes e cobras venenas
2025-03-21
3
Vilma Teixeira Roquete
Viiiixiiiii!!!!!A prova de fogo, vamos ver no que vai dar.Torcendo por você Isabella...manda ver.
2025-03-04
2
Andréa Debossan
Eiiita lasqueira espero que eles não falem besteira com a Isabela e se falar tomara que ela reside na mesma proporção, tô quase acreditando que são tds mafiosos
2025-03-17
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