Cheguei em casa ainda com aquela empolgação vibrando no peito. A ideia de ter conseguido um pouco mais de reconhecimento de alguém como o professor Blake me fez sentir que, talvez, esse caminho que eu escolhi não fosse tão impossível quanto parecia. Cada passo tinha seu preço, mas, aos poucos, eu sentia que valia a pena.
Respirei fundo e joguei a mochila na cadeira, aproveitando alguns minutos para relaxar antes de me arrumar. Eu precisava estar pronto para meu primeiro turno na boate mais tarde, e, honestamente, eu estava curiosa para ver como seria.
À noite, depois de uma breve pausa para me alimentar e estudar um pouco, fui ao espelho. Preparei uma maquiagem leve, mas com o toque certo de confiança, e escolhi roupas que me deixassem confortáveis e com cara de que não iria me "divertir".
Era meu primeiro turno, e sabia que os olhares curiosos estariam em mim. Mas, na verdade, até isso me animava, era uma nova experiência, um passo a mais para fazer minha vida funcionar.
Assim que terminei de me arrumar, olhei para o relógio.
__ É isso mesmo, Isabelle. Vamos lá — Coloquei um casaco, peguei minha bolsa e saí.
Assim que entrei, vi Sofie me esperando com um sorriso acolhedor. Ela se moveu, abrindo os braços como quem recebe uma velha amiga.
__ Isabella! Que bom que você chegou! Pronta para sua primeira noite? — me perguntou.
Sorri de volta, tentando parecer mais confiante do que eu sentia:
__ Mais pronta do que nunca, Sofie.
Ela me levou para os bastidores, onde algumas das funcionárias se prepararam.
Vou te apresentar o pessoal. Não se preocupe, você se acostuma rápido — disse, gesticulando para as meninas ao redor, que acenaram de volta.
Aquele é o Alex — ela continuou, apontando para um dos bartenders. Ele estava concentrado enfileirando os copos, mas levantou os olhos ao ouvir seu nome e me lançou um sorriso.
__ Bem-vinda gatinha, Bela igual o nome diz, é você que vai me ajudar aqui né, vai ser um prazer te ensinar tudo — falou piscando e revirei os olhos, me posicionei ali ao seu lado e fiquei observando.
Ao lado de Alex, aprendi rapidamente onde tudo estava, como servir as bebidas, e o básico para manter o bar organizado antes que o movimento começasse. Sofie e Alex são profissionais, ela dança ali e eu juro que não sabia, será que sai com homens aqui? Ele parecia dominar copos e bebidas, cumprimentava todo mundo como se já conhecesse a anos.
Quando o movimento finalmente começou, as pessoas lotaram o bar, a música ficou mais alta. Em meio ao ritmo frenético, fui pegando o jeito, ganhando confiança e já fazia algumas coisas enquanto Alex se afastava.
Foi então que, entre os rostos desconhecidos, notei alguém familiar. Adam Blake. Professor Blake, aqui, no meio de todo aquele caos, sentado à minha frente no balcão.
Meu coração deu um salto. Alex foi servir diretamente sua bebida, mas não houve troca de palavras entre eles; apenas uma troca de olhares rápida e, por algum motivo, desconfortável. A ocorrência de Alex me fez questionar o que Adam quis dizer quando descobriu que o dono era seu “amigo”. Não parecia haver nenhum tipo de amizade ali, será que por ser amigo do dono eles o temem por seus empregos?
Adam não tirou os olhos de mim. Eu tentei fingir que estava focado no trabalho, mas era difícil ignorar aquele olhar. Ele se mantinha ali, imóvel, saboreando sua bebida lentamente, com os olhos fixos em mim, como se cada movimento meu fosse um espetáculo particular. Cada vez que eu me virava para atender um cliente, conseguia sentir o peso do seu olhar me acompanhando, e isso me fazia arrepiar, ele não fazia o tipo da pista e sim de algum camarote, por que está ali no meio de uma bagunça e pior, me observando?
__ Você está bem? — Alex disse, notando meu desconforto.
Assenti com um sorriso rápido, mas minha mente estava agitada. Tinha algo naquele olhar de Adam que eu não conseguia decifrar, e a tensão entre nós parecia ocupar mais espaço no bar do que os próprios clientes. Eu queria entender o que ele estava fazendo ali, mas não ousava perguntar.
Eu estava a ponto de perder a paciência. Saí do bar por um momento, precisando respirar e me refrescar. Depois de lavar o rosto, sinto-me renovada, pronta para encarar o trabalho até o final do turno. Ao sair do banheiro, no entanto, fui surpreendido por um homem cambaleante, o hálito pesado de álcool tomando conta do espaço entre nós.
__ Oi, gatinha… onde estava escondido essa noite? — ele murmurou, mal conseguindo sustentar o próprio peso. Revirei os olhos, tentando sair de lado, mas ele segurou meu braço com mais força do que eu esperava.
__ Me solta — falei, tentando manter a calma enquanto puxava o braço, mas ele não me deixava ir.
__ Ah, não fica assim. Vamos só nos divertir um pouco — insistiu, inclinando-se ainda mais na direção. O coração começou a bater acelerado; por mais que eu tentasse me soltar, ele não cedia. Quando me dei conta, ele estava a centímetros do meu rosto, prestes a forçar um beijo.
Foi quando senti um puxão brusco e, de repente, o homem estava sendo arrancado para longe de mim. Virei-me, o choque me atravessando, e dei de cara com Adam. Ele estava lá, os olhos azuis ardendo de pura fúria, a mandíbula travada. Eu nunca o tinha visto assim, e, sinceramente, a intensidade no seu olhar era assustadora e… estranhamente reconfortante ao mesmo tempo.
__ Se encostar nela de novo, eu faço questão de te ensinar o que é diversão de verdade — Adam disse, a voz baixa e letal. O homem parecia finalmente entender a situação em que estava e, sob o olhar mortal de Adão, se demorou, balbuciando desculpas e tropeçando pelo caminho.
A tensão ali parecia inundar o ambiente e o homem recuperando a consciência o desafiou.
Eu faço o que quiser — ele respondeu, sem desviar o olhar.
Você só pode estar ficando louco, saia daqui agora mesmo — falou Adam e o homem foi levado por dois seguranças.
__ Agora, você entende que isso aqui é algo que não vale a pena? — Ele gesticulou em direção ao salão da boate onde as meninas dançavam, se exibiam e homens bêbados e descontrolados faziam de tudo por uma noite de sexo.
Eu engoli em seco, mas sustentei o olhar, a situação foi assustadora sim eu confesso, mas se não tiver outro emprego não conseguirei me manter.
__ Sim, porque é o que eu tenho para me manter aqui. Eu não preciso da sua ajuda. — reclamei.
Adam respirou fundo, passando a mão pelo cabelo:
__ Você nunca aprende, não é, Isabella? Sempre tão teimosa… — Ele balançou a cabeça, mas o tom dele não era de crítica. Era… de preocupação.
E pela primeira vez, vi um lampejo de algo diferente em seus olhos.
Obrigado por me ajudar, mas me deixa voltar ao trabalho, hoje quinta tem muito movimento — falei saindo e ele me puxou.
Espera, o gerente te liberou, vamos amanhã, pegue meu cartão e me chame para que possamos combinar amanhã a viagem, vamos às 9h da manhã, posso te buscar em que lugar? — falou e só assenti completamente confusa em relação a sua troca de humor.
Estou morando com uma colega da faculdade, te envio a localização, estarei pronta às 8h — falei e ele assentiu.
Te pagarei $200,00 por dia, sexta, sábado e domingo, estarei ali às 8h — falou com um sorriso de satisfação.
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Ivaniza Silva
eu acho que ele e o dono da boate
e o amigo e o gerente.rsrsrs
2025-03-20
6
Nilce Fernandes
Eu acho que ele,além de dono da Boate,ele é mafioso.Muito da hora kkkk
2025-03-29
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Jacira Poliano
eu também acho que ele é o gonorreia da boate e amigo e o dono
2025-03-23
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