Pacto de Sangue

Pacto de Sangue

prólogo

Saint Claire é uma cidade comercial vibrante, onde empresas de todos os portes se estabelecem e prosperam. No coração dessa metrópole movimentada, encontra-se a sede das Indústrias Ferres, um conglomerado multinacional especializado na extração e produção de aço. Com seu imponente arranha-céu de vidro e aço, as Indústrias Ferres dominam o centro da cidade, simbolizando a força e a inovação da família Ferreira, que lidera o conglomerado.

A família Ferreira, conhecida por sua visão estratégica e ambição implacável, transformou a Ferres em uma potência global, influenciando não apenas a economia de Saint Claire, mas também o mercado internacional. Apesar de seu sucesso, a família Ferreira é uma das mais assediadas pela mídia, que pouco sabe sobre seus membros. Envoltos em um mistério enigmático, eles despertam curiosidade e especulação, mas guardam suas vidas privadas a sete chaves.

Na tarde de 15 de maio, no escritório da corporação, uma mulher que usava um terninho azul escuro se encontrava em sua sala no topo do edifício. Em sua mesa, havia uma placa com seu nome e sua função na empresa: -CEO Teresa-. Com uma bela vista de Saint Claire, Teresa estava concentrada nas informações na tela de seu computador, até que, de repente, a porta é aberta abruptamente.

“Mamãe, mamãe, me conte uma história,” disse uma garotinha, com seus olhos brilhando de curiosidade enquanto entrava no escritório. Era sua filha, Leonor, que acabara de entrar de forma abrupta.

Teresa, uma mulher de aparência jovem com uma aura de mistério, desviou seu olhar da tela do computador para a filha. Sua expressão neutra e os cabelos negros como carvão acentuavam a seriedade de seu trabalho. Uma mulher de sua equipe, Maria, apareceu silenciosamente atrás de Leonor. “Desculpe, senhorita Teresa,” murmurou.

Embora Teresa mantivesse uma expressão neutra, havia algo em sua presença que deixava todos intrigados, mas ao mesmo tempo perturbados. Seus olhos penetrantes encararam Maria como se vissem sua alma, fazendo um frio percorrer a espinha da mulher. Ela então olhou para a garotinha com a mesma intensidade, mas, ao contrário da mulher, a menina não sentiu nada. Em vez disso, correu para os braços da mãe.

Teresa sorriu e abraçou a filha, dizendo suavemente: “Claro, meu amor. Vou te contar uma história antiga.” Ela acomodou a garotinha em seu colo e começou a narrar.

“Há muito tempo, no ano de 1348, na Europa, os seres sobrenaturais viviam em harmonia com os seres humanos. Vampiros, bruxas e lobisomens coexistiam pacificamente, respeitando as leis de convivência. Mas tudo mudou quando uma bruxa chamada Lecia, ambiciosa e gananciosa, decidiu lançar a Europa em uma guerra sangrenta pelo poder. Usando um grimório antigo e proibido, Lecia lançou uma poderosa maldição sobre a terra, despertando uma praga tão devastadora que ficou conhecida como Peste Negra. Essa praga afetou tanto os humanos quanto os sobrenaturais, espalhando-se rapidamente e causando morte e destruição em larga escala.”

A garotinha mantinha seus olhos castanhos vidrados nos olhos verdes da mãe, que estava à sua frente. “Mas mamãe, a Peste Negra não era uma praga? Foi o que a senhora me contou,” disse a garotinha, ainda com os olhos fixos na mãe.

Teresa sorriu levemente e explicou: “Sim, meu amor, para a maioria das pessoas, foi apenas uma praga. Mas, para aqueles que conhecem a verdadeira história, sabem que a origem da Peste Negra foi uma maldição lançada por Lecia.” Ela fez um carinho nos cabelos longos de sua filha. O olhar de Teresa se perdeu por alguns segundos, como se tivesse se lembrado de algo.

“Continua, mamãe,” disse a garotinha.

Teresa voltou a sorrir para a filha e começou a contar a história novamente. “Os humanos e os sobrenaturais foram atrás dela, mas, como mágica, ela desapareceu.” Teresa fez um sinal com as mãos como se fosse fumaça, fazendo uma cara engraçada, o que fez a garotinha rir.

Depois de alguns segundos de risada, ela olhou para sua mãe, que tinha os olhos nela. “Depois que ela desapareceu sem explicação, muitas guerras surgiram. Mas o mais importante é que os sobreviventes conseguiram reerguer a sociedade. Com muito esforço e dedicação, os humanos provaram que nem mesmo uma bruxa conseguiria impedi-los enquanto estivessem unidos,” Teresa disse, segurando sua filha em seu colo e fazendo cafuné em sua cabeça.

Teresa olhou para a garotinha, que agora não tinha um olhar tão alegre, parecendo ansiosa. “Aconteceu algo, querida?” Teresa perguntou, olhando nos olhos da filha.

“Mamãe, é verdade que a nossa família causou muita guerra e destruição?”

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