DANTE DEVOR
Hanna estava dormindo, seu rosto angelical estava sendo iluminado pelo reflexo da lua na água.
Sua respiração era calma, seus ombros subiam e desciam calmamente, eu observava ela dormir, afastei algumas pequenas mechas de cabelo de seu rosto, ela involuntariamente levava as mãos até os braços, suas unhas penetraram na pele com força, a segurei.
Realmente estávamos ferrados naquela ilha, barulhos estranhos vinham da floresta atrais de nós, fiquei atento.
E um sorriso se formou em meus lábios ao lembrar que a chamei de "Angélica".
-Sou um merda... Consciente... —Sussurrei enquanto descia minhas mãos acariciando suas pernas, fiz o mesmo em seus braços, se as minhas cicatrizes coçavam imagina as dela.—
Não posso me importar com Hanna, não posso desviar o meu objetivo... E esse objetivo é com Angélica... A minha doce Angélica...
Um sorriso diabólico se formou em meus lábios ao pensar em Angélica, tão doce, e frágil...
[...]
Hanna estava acordando, eu apenas a observei, sua perna estava ficando roxa, e consequentemente, ficaria preta em breve caso ela não recebesse tratamentos médicos.
-Bom dia senhor... Precisa de algo? Se sente melhor ? O senhor me reconhece ? —Perfeitamente... Perguntou Hanna freneticamente.—
-Eu estou bem Hanna... Pensei em adentrar a floresta em busca de alguns suprimentos... Vamos ? —Digo saindo do abrigo.—
[...]
Caminhamos em silêncio, Hanna mancava bastante, ela estava pálida, havia perdido muito sangue, mas por algum motivo ela continua de pé.
-Perdeu muito sangue. —Digo em um tom seco observando os arredores.—
-Eu estou bem... Eu não vou morrer aqui... Eu não posso. —Disse ela como um sussurro.—
-Eu não permito. —Ela ficou em silêncio.—
Ela não morreria aqui, a essa altura os relatórios da lancha afunda já haviam sido enviados para a base de tragetos marítimos, minhas lanchas estão em dia e licenciadas, de certa forma me sinto culpado por não ter prestado atenção no caminho... Tinhas coisas melhores para observar...
Um sorriso se formou em meus lábios.
-Do que está rindo? —Ela parecia um pouco irritada.—
Ignorei ao ver algumas castanhas e pés de abacaxi.
-grrn... —Rosnou ela sapateando.—
O chão estava repleto de formigas, algumas haviam me machucado, mas nada que doesse tanto.
-Ah caralho! —Aposso falar o palavrão ela levou a mão na boca.—
-Não diga palavrões... —Digo pegando alguns abacaxis e ela catando castanhas.—
-Mas você sempre fala...
-Um de nós tem que dar o exemplo, e você sabe que eu não sou um belo exemplo.
Retirei a minha camiseta para por o máximo de fruta que consegui pegar.
-As suas... Costas... —Ela disse surpresa.— O que aconteceu?...
Eu havia me esquecido desse pequeno detalhe.
-Está tão curiosa assim? —Digo me dirigindo até a praia. Hanna veio atrás sapateando.—
-Estou... Eu estou curiosa.
-Presentes de aniversário dos meus pais. —Digo me sentando no abrigo, ela fez o mesmo, não retirava os olhos das minhas cicatrizes que inutilmente havia tentado cobrir com uma tatuagem.—
HANNA STARK
Senhor Davor estava quieto e eu também, não conseguia continuar essa conversa. Comemos dos abacaxis e das castanhas, bebemos água potável e descansamos, eu ainda queria devorar aqueles crustáceos.
-Só um minuto...
-ok...
Me levantei com dificuldades e caminhei até a água, retirei com dificuldades o meu sutiã e então, mergulhei, e lá embaixo pude ver os crustáceos, utilizei o gancho do sutiã para desaprender cada um deles das pedras, ao ficar quase sem fôlego subi agora a superfície, desci mais uma vez e repeti o processo por oito vezes, conseguindo pegar uma boa quantidade de ostras e crustáceos.
Caminhei novamente para o abrigo e molhada me sentei ao lado do Senhor Dante, que me encarava boquiaberto.
-Você fez todo esse mistério para pegar crustáceos ?—Diz ele incrédulo.—
-Sim.
-Porra Hanna a sua perna está ficando preta, não se importa consigo mesma ? —Ele estava irritado.—
-Não... Não até certo ponto... —Ele ficou quieto e tomou a ostra que eu segurava, e com força esmagou a mesma, abrindo seu interior com a força das próprias mãos. Ele fez isso com todas que eu quis comer.—
Comi as ostras abertas por ele, cruas mesmo, estavam deliciosas, apenas precisavam de limão.
Olhei para longe e vi uma lancha passando, era muito longe e mesmo que gritasse ou assinasse não iriam nos ver, estavam muito longe.
-Porra... Onde esses incompetentes estão... Já deveriam estar aqui...
DANTE DEVOR
Os dias estavam se passando rapidamente, porém para nós era como uma eternidade, Hanna estava piorando, e não conseguia mais ficar de pé sem ajuda, estou tendo tonturas a dias, e não sinto fome... Mais um indício de que algo estava errado, durante os dias que passamos aqui, devido estarmos debilitados, Hanna não consegue sair para procurar comida, e o nosso estoque de abacaxis haviam chegado ao fim, não consigo ficar de pé, a minha condição era grave, de certo modo o meu cérebro está inchando, eu sentia a sua constante pressão, e poderia morrer a qualquer momento.
Sinto que estou chegando ao meu limite.
Eu também havia me aproximado um pouco mais de Hanna. E devido a minha dor e sofrimento neste momento, estamos deitados juntos no abrigo, havíamos feito um sinal maior com pedras e fogo, alguns metros do abrigos, Hanna ainda estava relutante quando a isso, mas a convenci.
-Então... Vai me contar o que aconteceu com o seu corpo?...—Digo me virando com dificuldades para olhá-la.—
-Não. Morrerei com isso...
[...]
A noite era fria, e nós dormíamos abraçados a fim de evitar hipotermia, Hanna mal se mexia durante esse processo, porém essa noite ela se debatia aos poucos enquanto falava palavras aleatórias.
-Porfavor...
-Hanna?
-Não... Não...eu...
-Hanna? —Tentei acordar a mesma que ao mesmo tempo deu um berro.— Ei... Ei... Shh, está tudo bem...—Hanna parecia está chorando, mas nesse breu eu não via quase nada, a lua ainda não estava no pico do céu para iluminar.—
-Dói... Dói tanto....—Disse ela me abraçando, apenas retribuí.—
-Eu sei... Eu sei que ainda dói... —Confesso.—
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