Loki estava quieto demais, ele também ainda estava sonolento depois da limpeza intestinal, eu estava preocupada com ele.
Estava deitada na cama com Loki nos braços, eu acariciava seu pêlo macio enquanto ele cochilava encolhido em meu colo.
A conta do veterinário estava ao meu lado. 2,900 dólares, eu não tenho esse dinheiro, mas ver que Loki estava bem, era um alívio.
Será impossível para mim pagar essa conta se eu for demitida. Foquei em nossa alimentação, em vez de poupar dinheiro para alguma emergência, eu realmente não sei o que fazer, talvez deva implorar ao Senhor Devor, para continuar trabalhando, mesmo que a minha saúde mental seja totalmente consumida, eu faria qualquer coisa pela saúde do Loki continuar boa.
Meu corpo ainda está marcado com as agressões que sofri, mas não culpo Devor por isso, ele não sabe a verdade e agiu como um protetor, destruindo qualquer um que ousasse tocar em sua preciosa Angélica.
-Eu adoraria ter alguém que se preocupasse e me protegesse assim...
Isso me lembra de Oliver, o meu primeiro amor no colegial, mas infelizmente, teve que se mudar para o Canadá para fazer a faculdade.
Recentemente descobri que ele se casou, e tem dois filhos lindos.
Perdida em meu pensamentos logo peguei no sono.
[...]
O sol brilhava intensamente sobre o vasto oceano azul, refletindo uma superfície tranquila e serena. A lancha cortava as ondas com facilidade, seus motores zumbindo suavemente enquanto eu estava sentada ao lado de uma pilha de pastas com documentos, Senhor Devor estava pilotando a própria lancha enquanto eu apreciava de uma paisagem deslumbrante.
Era um dia perfeito para uma escapada marítima, um raro momento de tranquilidade longe das pressões do escritório. Meu chefe, um homem respeitado e sempre tão controlado, estava no comando, sua expressão focada enquanto ele manobrava a lancha.
Eu ainda tinha medo dele, o que aconteceu ainda dia muito em meu corpo, as marcas em meu rosto foram cobertas por uma boa quantidade de maquiagem.
O calor na lancha e o tanto de roupa que eu vestia, me deixava tinta e com muitas coceiras, eu geralmente não me coço tanto no trabalho, mas nessa lancha eu me coçava feito um cachorro sarnento, por cima de minhas roupas como nunca.
Senhor Devor estava com uma roupa social de tecido leve, um terno apropriado para a ocasião, enquanto eu cozinhava de dentro para fora com toda essas roupas.
Subitamente, a lancha tremeu com uma força que parecia deslocar o próprio mar. O estrondo de metal contra pedra ecoou através do barco, e a sensação de impacto fez meu corpo ser projetado para frente. Uma dor aguda irradiou pelo meu corpo, mas o medo e a adrenalina ofuscaram o desconforto momentâneo.
Senhor Devor que estava ao volante, foi arremessado para o leme com um estrondo surdo, sua cabeça batendo contra o equipamento.
-Senhor ! —Gritei—
O barco inclinou-se de maneira perigosa, e as ondas começaram a entrar, alagando a cabine e ameaçando submergir a embarcação. Meu coração disparava enquanto eu me esforçava para entender o que havia acontecido. O choque inicial foi seguido por um silêncio sepulcral, interrompido apenas pelo som da água entrando e o ruído dos motores em pane.
A dor pulsante nas minhas costelas e nas pernas não me impediu de agir. Reuni forças para me aproximar de Dante, cujas feições estavam inconscientes e pálidas. Seus olhos estavam fechados e sua respiração era irregular. Com um esforço tremendo, levantei-o, certificando-me de que sua cabeça estava bem apoiada para evitar mais lesões. O sangue estava manchando o leme, e a visão da cena era aterradora.
Eu precisava pensar rápido. A lancha estava se afundando rapidamente, e cada segundo contava. Verifiquei se ele tinha algum sinal de vida, tentando não entrar em pânico. Seu pulso estava fraco, mas havia. Eu sabia que precisava de um plano para escapar e garantir sua segurança.
O barulho das ondas entrando na lancha tornou-se ensurdecedor. Sentia a lancha afundar lentamente sob nossos pés. Com um último olhar para a lancha que estava se tornando nosso túmulo, peguei coletes salva-vidas, tentando colocá-los em nós antes que a situação piorasse. Não havia tempo a perder. A lancha estava agora inclinada a um ângulo perigoso, e a água estava subindo rapidamente. Rápido, muito RÁPIDO!
Segurei meu chefe de maneira firme, mas cuidadosa, e comecei a arrastá-lo em direção à borda da lancha. A água fria e o caos ao nosso redor tornavam a tarefa quase impossível. Com esforço combinado de força e coragem, consegui levá-lo para fora da lancha e o coloquei em uma posição relativamente segura na água.
Ele era pesado como um saco de batatas, a água do oceano salgado ardia todas as minhas feridas, a dor na minha perna era excruciante, mas não parei para olhar o que havia acontecido com ela.
O oceano estava agitado e as ondas eram implacáveis. A ilha estava visível a poucos metros, mas cada movimento parecia uma luta constante contra a correnteza. Com meu chefe ainda inconsciente e vulnerável, eu precisava encontrar uma maneira de nadar sem perder a esperança.
Eu não posso morrer... Eu me recuso a morrer... Eu quero viver...
Eu o segurava firme enquanto nadava, usando técnicas de natação que permitiam que ambos permanecessem flutuantes e minimizassem o esforço. O peso de sua condição e a pressão da situação tornavam cada braçada extenuante. Mas a visão da ilha se aproximando lentamente me dava um fio de esperança.
Finalmente, o fundo da ilha se fez visível, e eu me arrastei para a areia, exausta e molhada. A sensação de solo firme sob meus pés foi um alívio temporário. Proporcionei algum conforto ao meu chefe, colocando-o em uma área seca e tentando o aquecer com qualquer coisa disponível.
O desespero e o medo estavam palpáveis, mas eu precisava manter a clareza. Verifiquei novamente seu pulso e a respiração, e o cenário se tornava mais urgente. Eu sabia que precisava de ajuda e não havia tempo para esperar que alguém passasse por aqui.
No desespero, eu procurei qualquer meio de comunicação. Não havia sinal de celular, e as opções eram limitadas.
Usando uma rocha e alguns galhos, improvisei uma sinalização de emergência, criando um sinal visível para qualquer navio ou avião que passasse. As horas se arrastaram e a esperança de socorro era uma constante no fundo da minha mente.
Havia se passado horas, o sol já estava se pondo, saímos da empresa ao meio dia, e agora já estou vendo o sol subir no horizonte.
Senhor Devor acordou lentamente, como se estivesse emergindo de um longo e profundo pesadelo. Seus olhos se abriram de forma hesitante, piscando contra a luz do pôr do sol que penetrava a densa folhagem ao redor.
Ele estava deitado em uma área relativamente seca da ilha, envolto em um manto de improviso feito com as peças de roupa que consegui encontrar e a vegetação local. O rosto dele estava sujo, o cabelo desalinhado, e havia uma expressão de confusão e dor.
Eu estava ao seu lado, sentindo uma mistura de alívio e preocupação enquanto observava sua recuperação. Ao perceber que ele estava acordando, me aproximei com cautela, tentando não fazer movimentos bruscos que poderiam agravar qualquer possível lesão.
Ele tentou se levantar, mas imediatamente se deitou novamente, seu corpo fraquejando.
-O que... o que aconteceu?— Sua voz estava fraca e arrastada, evidenciando o impacto da colisão e a exaustão que ambos tínhamos enfrentado.—
-Você se machucou na colisão, digamos que o senhor beijou o leme da lancha com força, precisa ver seu rosto... está com um imenso corte na testa e um galo enorme. —Expliquei calmamente, tentando manter a voz firme e tranquilizadora.— Ah e a lancha afundou. Você é muito pesado... nadei com você nas costas até a ilha.— Eu estava tentando amenizar a situação, não vou chorar, não dessa vez.—
Ele olhou ao redor com um olhar atônito, a realidade da situação começando a se formar em sua mente.
-A lancha... está...?—Sua pergunta ficou incompleta, mas o significado era claro. Eu assenti com a cabeça, confirmando o que ele já intuía. O desespero e a angústia se refletiram em seus olhos.—
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