Ali estava ela, nos braços do senhor Devor, sorrindo alegremente, linda.
Angélica tem um rosto sexy, sem nenhuma espinha ou lesões, ela tem o corpo perfeito, que muitas lutam na academia para obter. Ela é educada e de uma família nobre, embora Angélica seja uma mulher fisicamente encantadora, era o pesadelo de meu passado e hoje, presente.
Senti as minhas pernas fraquejarem quando ela levou os olhos até mim, ela parecia estar surpresa por me ver.
-Hanna ?, Hanna Stark? —Perguntou ela ainda sentada no colo do senhor Devor.—
Eu não consegui dizer uma palavra, deixei a comida na mesa.
-Vocês se conhecem ? —Perguntou senhor Devor—
-É uma longa e dolorosa história, meu amor.—Eu olhei para ela, confusa. Será que ela se arrepende de ter destruído a minha vida? —
Não deixei que continuassem a falar comigo, saí da sala em passos largos e fui para a cozinha.
A cozinha estava repleta de aromas de café fresco e pão quente. Era um espaço acolhedor, geralmente um refúgio durante as pausas do trabalho. Mas nesse exato momento, o ambiente familiar começou a se transformar em uma armadilha.
Enquanto as conversas animadas de colegas ecoavam ao fundo, eu me afasto um pouco, buscando um momento de tranquilidade. No entanto, assim que me apoio na bancada, uma onda de desconforto a atingiu. Seu coração começou a acelerar, batendo contra o peito como uma prisão que estava prestes a se romper. Pensar em Angélica sendo noiva ou esposa do meu chefe, me apavorava, só em pensar tudo o que passei, toda tortura, toda angústia...
Sinto a minha visão começar a estreitar. As luzes fluorescentes sobre a bancada começaram a brilhar intensamente, e a cozinha, com suas paredes amarelas e quadros de avisos coloridos, parecia se distorcer. Meu ar ficou denso, como se tivesse sido retirado da sala. Tentei respirar fundo, mas cada inspiração se transformava em uma luta, como se estivesse tentando puxar ar através de um canudo.
Minhas mãos começaram a suar, escorregando sobre a superfície fria da mesa. "Está tudo bem", eu repeti para mim mesma, mas a frase soava vazia e sem sentido. O pânico começou a se infiltrar em minha mente, sussurrando que algo estava errado, que eu estou à beira de perder o controle.
Os sons ao meu redor se tornaram distantes, como se estivesse ouvindo através de uma concha. As risadas e conversas se transformaram em murmúrios indistintos, e a realidade parecia escorregar pelos meus dedos. O medo me envolveu como uma névoa, obscurecendo a linha entre o que era real e o que era uma construção de uma ansiedade.
Eu me apoiei contra a bancada, tentando encontrar um ponto de apoio, mas a sensação de despersonalização tomou conta. Era como se estivesse assistindo a mim mesma do alto, uma estranha presa em uma tempestade interna. O mundo girava, e eu senti mais uma vez as minhas pernas fraquejarem. "Não, não agora", pensei, desejando desesperadamente que aqueles momentos de terror cessassem.
Quando finalmente consegui abrir a boca, a única coisa que saiu foi um suspiro entrecortado. As lágrimas começaram a se acumular em meus olhos, mas ela forçou-se a permanecer firme. O desespero não poderia consumir-me ali, naquele espaço que costumava ser seguro e agradável.
Após o que pareceu uma eternidade, a tempestade começou a se acalmar. Meu coração ainda batia rápido, mas a pressão sobre o meu peito começou a se aliviar. Eu me permiti um instante para recuperar o fôlego, sentindo a realidade voltar a tomar forma ao meu redor. As vozes dos colegas começaram a ficar mais claras, e a cozinha, com seus cheiros reconfortantes, começou a parecer familiar novamente.
Eu sabia que não era apenas um episódio passageiro, mas uma batalha constante. E, apesar do medo que ainda pulsava em minhas veias, naquele momento, eu me comprometi a enfrentar não apenas a crise, mas tudo o que viria a seguir.
Eu quero sobreviver...
[...]
Estava na minha cadeira em frente ao computador, trabalho depois de ter passado por aquela terrível crise de pânico juntamente com um pico altíssimo de ansiedade,quando ouço alguns soluços e choramingos ecoando de dentro da sala do senhor Devor, apenas ignorei, eu não ligo nem um pouco para o bem estar de Angélica.
Não demorou muito tempo, mas ela logo saiu da sala com os olhos vermelhos, ela parou em frente a minha mesa.
Ela se posicionou com uma firmeza quase desdenhosa, o olhar penetrante fixo em mim. Os lábios se curvaram em um sorriso frio, que não chegava aos olhos. A tensão no ar era palpável, cada palavra carregava a carga de um desprezo profundo, como se cada sílaba fosse uma lâmina afiada.
-Eu nunca imaginei que te veria aqui...— Ela começou, a voz baixa, mas repleta de ódio.— Você nunca será capaz de derrubar o meu império. Hanna você não é nada, e além disso se contar algo... o meu noivo nunca acreditaria em você.
As palavras saíram com um tom cortante, como se cada uma fosse uma promessa de que sua determinação era inabalável. Sua expressão era uma mistura de desdém e raiva, como se a minha simples presença fosse uma ofensa insuportável. Percebi também o medo de que eu possa arruinar o seu então noivado milionário.
Os olhos dela brilhavam com a intensidade do ódio, refletindo uma determinação feroz e uma vontade de não se deixar intimidar. Naquele momento, ela era a personificação de um desafio, pronta para defender aquilo que havia construído com tanto esforço, sem qualquer hesitação em mostrar a aversão que sentia por mim.
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