Quando acordei, a primeira coisa que percebi foi a luz intensa que penetrava pelas janelas do escritório, mesmo filtrada por cortinas pesadas. O ambiente estava envolto em um silêncio quase absoluto, quebrado apenas pelo ocasional som distante de tráfego. Meu corpo estava pesado e dolorido, como se tivesse sido atropelada por um caminhão. Tentei me mover, mas uma onda de dor percorreu meu corpo, especialmente no rosto.
Olhei ao redor e percebi que estava deitada em um sofá grande e escuro, o revestimento de tecido áspero pressionando contra minha pele machucada. Cada pequeno movimento que fiz provocava uma nova onda de desconforto. Quando tentei me sentar, a dor se intensificou, e uma sensação de náusea me tomou. O mundo ao meu redor parecia girar levemente, como se estivesse em um barco balançando nas ondas.
Com dificuldade, levei a mão ao rosto, tentando avaliar a extensão dos danos. A pele estava quente e inchada, e eu podia sentir a textura áspera de marcas e hematomas por toda parte. Minhas bochechas estavam tão inchadas que mal conseguia abrir a boca; o toque leve se transformava em dor aguda. A cada tentativa de mover os lábios, um novo golpe de dor me lembrava da brutalidade que havia sofrido. Era como se meu rosto estivesse coberto por um manto de dor, e a realidade do que havia acontecido começava a se infiltrar em minha mente.
As lembranças dos ataques de Senhor Devor estavam nebulosas, mas as emoções de pânico e medo ainda estavam frescas. Tentei gritar, chamar por ajuda, mas a voz não saiu. Um som rouco e abafado escapava de minha garganta, como se estivesse presa em um pesadelo. O desespero começou a se instalar, e uma sensação de impotência tomou conta de mim. Eu estava completamente vulnerável, e a solidão daquele sofá parecia infinita.
A sala estava desordenada, com papéis espalhados e objetos pessoais em desordem, mas minha mente estava focada em uma única coisa: como escapar daquela situação. O medo de Senhor Devor ainda pairava no ar, e eu sabia que não podia ficar ali indefinidamente. Com um esforço tremendo, tentei me levantar do sofá, determinada a encontrar uma saída, mesmo que cada movimento me custasse uma nova onda de dor. A luta pela sobrevivência havia começado, e eu precisava encontrar forças dentro de mim para enfrentar o que estava por vir.
A atmosfera na sala ficou pesada e opressiva enquanto o Senhor Devor se levantava de sua poltrona, um semblante determinado e ameaçador. O som das persianas sendo fechadas ecoava como um prenúncio de que tudo se repetiria novamente, não sei o que fiz para merecer isso, mas estava acontecendo, Angélica disse algo para ele que despertou sua ira sobre mim.
A escuridão se aproximava, envolvendo o ambiente em uma penumbra que refletia a ira e o desespero que assolava no ar.
Quando ele falou, sua voz soou com um misto de rancor e desdém.
-Onde pensa que vai? Eu ainda não terminei.
Essas palavras cortaram o silêncio como uma lâmina afiada. Dante Devor estava realmente apaixonado pela vilã de minha história de vida, e ela venceria se eu não fizesse nada.
Sabia que Angélica era dissimulada desde a época da escola, queria gritar toda a verdade, mas soaria como uma mentirosa desesperada, e pela personalidade arrogante e autoritária de Dante, ele nunca acreditaria, mesmo mostrando as provas em meu corpo, o jeito que ele se referia ao mal que causei a Angélica, estava revelando a profundidade de sua obsessão por ela, o fato dele está me machucando por achar que fiz mal a sua amada, o deixava transtornado, eu apenas apanhei em silêncio, meus pensamentos, sentimentos e ações eram confusas, eu realmente estou quebrada, e só consigo pensar em Loki, ele nunca entenderia o porquê eu nunca voltarei para casa se eu cometesse suicídio.
O nome dela, proferido com tanta intensidade, parecia ressoar em cada canto da sala, só de ouvir o nome dela, sentia como se estivesse afundando em uma lama preta como petróleo e não conseguindo subir para a superfície.
-Estarei em busca de outra secretária, não é porque o seu currículo é brilhante, que você mereça estar aqui, lixos como você devem ser descartados e nunca reciclados. —Disse ele após estourar ainda mais os meus lábios com socos e chutes, meu abdômen doía a cada respiração.— E se realmente precisa do seu pagamento, serei piedoso em deixar vocês trabalhar até encontrar uma substituta.—Disse ele ajustando sua gravata.—
Eu mal conseguia raciocinar, eu mal escutei o que ele disse, desmaiei.
DANTE DEVOR
A garota havia desmaiado, havia exagerado, e eu estava falsamente orgulhoso por isso, "amo" Angélica e pretendo torná-la minha esposa, Angélica é meiga e doce, o fato de Hanna ter tocado e machucado Angélica, me fazia sentir a vontade de matá-la aqui e agora.
Monstro... Eu sou um... Monstro
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