É o meu primeiro dia de trabalho, tomei um bom banho, prendi meus cabelos em um coque. Vesti um terno vagabundo que tinha guardado a anos, um pouco apertado.
Coloquei um tênis, mas não ficou tão bom, então retirei e calcei um scarpin.
Fiz uma maquiagem caprichada, a única coisa em meu corpo, que é bonita, faço questão de realçar o meu rosto para ficar mais apresentável.
Estava nervosa, mas o que mais eu sentia era alívio. Olhei para Loki dormindo em sua caminha e seu pote como sempre cheio.
Peguei minha bolsa e saí de casa.
[...]
Ao chegar na empresa, uma mulher grávida, de cabelos pretos, rosto mórbido, caminhou até mim e se apresentou, explicando tudo o que eu faria na empresa, eu ficaria no lugar dela como recepcionista. Também ficaria responsável pelo café e refeições do senhor Dante Devor, dono da empresa.
O nome dela era Eleonor. Ela pegou sua caixa com todos os seus pertences e se dirigiu para o elevador. Me sentei na cadeira em frente ao computador, e já tinha tudo o que eu precisava fazer, incluindo horas e minutos, também todas as minhas refeições seriam na empresa, aparentemente grátis, nunca me senti tão feliz.
Eram 9:20 da manhã, fiquei organizando o layout do computador, conectei meu celular no computador, para que ele carregasse um pouco, já que se eu ficasse com ele algumas horas, desconectado ao computador, ele poderia desligar. Aproveitei e coloquei a foto de Loki.
9:45am
Me levantei da minha mesa e caminhei até a cozinha que ficava ao lado da recepção, lá havia uma cafeteira, açúcar, café, biscoitos e leite. Comecei a preparar o café do senhor Devor, seguindo restritamente o manual em um bloco de notas deixado por Eleonor.
Café forte, quente e com dois cubinhos de açúcar. Ela não deixou especificado se deveria levar biscoitos ou não, mas por garantia peguei dois e coloquei no pratinho junto com a xícara de café, posicionei tudo na bandeja e aguardei atrás da porta, dar 10 horas em ponto para entregar o café.
Bati a porta e ouvi sua voz estridente solar pela sala chegando até meus ouvidos, como um trovão.
Entrei na sala.
-Se aproxime. —Disse ele olhando fixamente para a tela de seu computador, quanto rabiscava algumas folhas.—
Me aproximei colocando o café em sua mesa, ele logo estendeu a mão e pegou.
Tive tempo para analisá-lo. Seus cabelos ruivos, olhos vermelhos, certamente ele tinha albinismo, a raiz de seu cabelo estava um pouco branqueada, indicando que ele pinta o cabelo para combinar com os olhos, ele tem a pele pálida como papel, suas sombrancelha são vermelhas e grossas, seus lábios são grossos. Seu cabelo estava amarrado em um coque samurai, com o restante solto. Seus dedos estavam vermelhos e havia uma aliança dourada brilhante, seus ombros largos e seu pescoço dava para ver o início de uma tatuagem.
Ele toma um gole do café e logo cospe em minha direção, me fazendo sair do transe.
-Porra Eleo- —Ele para ao me ver.— Ah, você é a novata ? —Questionou ele enquanto limpava os lábios.—
-Sim senhor. —Respondi confiante.— o café está ruim ?
-Droga... Terei que te ensinar tudo ? A Eleonor não te deixou instruções?—Questionou irritado enquanto esfregava sua têmpora.—
-Coloquei duas colheres de açúcar como estava no bloco de notas, senhor.—Digo tirando a folha que havia removido do bloco de notas, de meu bolso, o mostrando.—
-Esse é o número três, e não dois, um óculos imenso na cara e não consegue diferenciar um número ?—Parecia um dois, Eleonor tem uma letra horrível.—
-Desculpe senhor, darei o melhor da próxima vez.—Pedi desculpas, abaixando a cabeça.—
-O qual o seu nome ?—Perguntou ele olhando em meus olhos, ele tem um olhar intenso e intimidador.—
-Hanna, Hanna Caphenyha Stark.
-Hanna. Ok, capetinha, volte a cozinha e me faça um café descente. —Estava me virando para sair quando ele completa.—Outra coisa, quero uma recepcionista, não um segurança, trate de vestir roupas melhores e apropriadas, o cheiro de naftalina em suas roupas, me causam ânsia.
-Sim senhor. —Me retirei—
Era isso, pela sua personalidade forte, sinto que meus dias de trabalho não seram fácil.
Fiz um novo café e levei para o mesmo que conversava em seu telefone. Ele estava sorrindo de canto.
-Você sabe que não pode me torturar assim senhorita, sabe que devemos aguardar.
Do que ele estava falando?
-Não fala assim, sabe que posso te foder bem gostoso quando e onde você quiser assim que você chegar.
Fiquei envergonhada com tamanha baixaria. Também não sou uma santa, meu vibrador está de prova, ando com ele para todos os lugares, as vezes fico entendida e o coloco na vagina o controlando pelo pequeno bolão.
Deixei o café acima da mesa e ele desligou o celular ao me ver em frente a sua mesa, ele parecia desconcertado.
-Silenciosa... —Ele toma um gole de seu café.— e obediente, bom trabalho senhorita Stark, espero ter uma boa visão amanhã, está dispensada.
Mal trabalhei e já estava voltando para casa, de fato as minhas roupas e o cheiro o fez me querer longe o mais rápido possível.
Na volta para casa comprei com meus últimos centavos um bom amaciante e um burrito.
Em casa, pude tomar meus antidepressivos e pude aproveitar a companhia do meu fiel cachorro Loki.
Enquanto a máquina de lavar, zumbia lavando minhas peças de roupas, meus olhos vagaram pelo pequeno apartamento repousando no calendário, estamos no final da primavera, o verão é a estação que eu mais detesto, sinto minha pele queimar como se eu estivesse em chamas, todas as vezes que está perto do verão, meu corpo fede, e não posso fazer nada... Não tenho dinheiro para um simples perfume, todo meu dinheiro é para medicamentos e pomadas, além de cuidar do Loki e pagar o apartamento que comprei.
Fui tirada de meus pensamentos quando Loki late para a máquina de lavar.
Loki é bem esperto embora seja somente um filhote.
Retirei a roupa quase seca da máquina e pendurei no varal ao lado da janela, na área de serviço.
Ao olhar pela janela vejo que já está tarde da noite.
-Droga... Fiz novamente...
Eu estava frustrada, não era a primeira vez que fico estática, parada como uma estátua perdida no tempo.
Loki late novamente.
-A sua comida... —Caminhei para a cozinha pegando seu saco de ração, estava leve, quase acabando e eu não tinha dinheiro... — Pequeno, não se preocupe, em breve comprarei muitas comidas gostosas para você. —Digo colocando uma pequena porção em seu potinho.—
Caminhei para a cozinha e abri a geladeira que só continha o burrito, garrafas d'água e sacos grandes com gelo. Peguei um dos sacos, e arrastei até o banheiro, despejei na banheira todo conteúdo, e entrei, era uma tortura tomar banho todos os dias com água gelada, ou com cubos de gelo adicionados, mas era o meu fardo, sinto que estou sendo forte a toda essa tortura chamada vida, mas eu nunca vou desistir.
Acabei pegando no sono na banheira.
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Comments
Sineia Soares
Nossa fizeram isso com ela e ninguém foi preso
2024-10-25
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