Ao acordar após um desmaio, meus sentidos estão aguçados pela dor e confusão. A primeira coisa que percebo é a sensação de um ambiente estranho e desconfortável. Meus olhos se abrem lentamente, revelando um teto branco, iluminado por uma luz fria e artificial. A visão é turva e embaçada, e preciso piscar várias vezes para tentar focar.
Sinto uma dor intensa em várias partes do corpo, que se espalha por cada movimento. Minhas costas e cabeça estão pressionadas por uma superfície dura, provavelmente uma cama de hospital. Minhas mãos estão pesadas e imóveis, envolvidas em ataduras e curativos que apertam e provocam uma sensação de formigamento. Sinto uma dor persistente nas costelas e na parte inferior das costas, como se estivessem esmagadas.
O rosto está dolorido e inchado, e sinto um calor úmido e pegajoso em várias áreas. Ao tocar o rosto, percebo que há curativos ao redor dos olhos e das bochechas, que estão bastante sensíveis e doloridos. Meus lábios estão secos e rachados, e minha língua se sente pastosa e difícil de mover.
O ambiente ao redor é barulhento com o som constante de máquinas e equipamentos médicos. Há um monitor próximo a mim, piscando com gráficos e números que não consigo entender completamente. O som contínuo de um batimento cardíaco e outros sinais vitais ecoam na sala, criando um ambiente surreal.
Tentando me concentrar, sinto um zumbido leve nos ouvidos e uma sensação de desorientação que faz com que o tempo pareça se estender. A minha cabeça está pesada, como se houvesse um peso sobre ela, e cada movimento é acompanhado por uma onda de dor aguda.
Minha visão ainda está turva, e há uma sensação constante de pressão e confusão mental. Tentando me acalmar, olho ao redor e vejo algumas figuras desfocadas, provavelmente médicos e enfermeiros, mas a imagem deles é distorcida e indistinta. Sinto uma sensação de pânico e incerteza, tentando reunir forças para entender o que aconteceu e o que vem a seguir.
-Você acordou ! Não se levante com tanta pressa, você está no hospital.—Ao ouvir essas palavras rapidamente minhas mãos tapeiam o meu corpo, ótimo ainda estou com as minhas roupas, apenas o soro está em meu antebraço esquerdo, não demorou muito para que eu tentasse puxar.
-Horas...—Digo com dificuldades.—
-São 22:40 senhorita.—Disse o doutor.—
Rapidamente arranquei o soro de meu braço, e tentei me levantar às pressas, Loki não poderia ficar tanto tempo com Nina, ela não tinha ração para ele.
-Eu estou bem ! Preciso ir!
-Não, não pode, irá ficar aí.—Essa voz me faz paralisar, era ele, Senhor Devor.— você bateu a cabeça com muita força durante o assalto, deve ficar em observação.—Que mentiroso de uma figa.—
-Senhor Devor, eu estou bem, não se preocupe... Eu realmente preciso ir para casa...—Estava apavorada, por mais que eu tenha medo dele, ele agiu exatamente como eu agiria se alguém fizesse mal a alguém que amo, eu mataria qualquer um que ousasse tocar em meu cachorro.—
Embora o medo de ele me atacar novamente me faz pensar em demissão, e é isso o que eu faria no dia seguinte, hoje escreverei a minha carta de demissão. Eu poderia contar a verdade, mas a minha palavra contra a da mulher que ele ama, não vale de nada.
-Se você insiste, está bem, lhe acompanharei até em casa. —Diz ele se levantando enquanto passava os olhos em meus braços, ele apenas fingiu não ter visto, abaixei a manga da blusa e peguei a minha bolsa.—
Ainda apreensiva o acompanhei até o estacionamento, senhor Devor ainda caminhando retira uma caixa de cigarro do bolso, abre a mesma e tira um cigarro ponto entre os lábios, em seguida ele respira um isqueiro do bolso, era dourado, parecia importado. Quando ele tenta acender a primeira vez, por extinto, bati em sua mão com força, fazendo o isqueiro voar para longe.
Meu rosto estava horrorizado, eu havia acabado de impedir que uma pequena chama se acendesse, o alívio e o medo me cercavam.
-Tá louca porra ?! —Exclamou ele.—
-P-perdão senhor, perdão... Eu... Eu só...
O pavor de ser agredida novamente toma conta de mim, comecei a chorar alto.
DANTE DEVOR
A garota estava chorando feito uma criança, embora esteja com raiva, o estacionamento era repleto de câmeras, e um homem bem sucedido como eu, não poderia manchar a imagem com algo tão fútil.
-Entra na porra do carro.—Digo caminhando até o isqueiro e pegando o mesmo, Hanna havia entrado no carro ainda soluçando, era patética. Mulheres sujas como, são patéticas.—
Entrei no carro e dei a partida.
-Onde você mora ? —Perguntei.—
-Odvaly senhor, mas eu posso ir sozinha... —Disse ela limpando as lágrimas.—
-Aquele buraco ? Odvaly é perigoso para mulheres, e você não está a fim de ser estuprada, ou está ? —Perguntei ainda olhando para a rodovia.—
-Nunca... —Respondeu ela.—
Havia levado ela até o seu apartamento.
-Precisamos conversar. —Digo saindo do carro e acompanhando ela para dentro, sem nenhuma permissão. Ela parou em uma porta e bateu três vezes, não demorou muito para que uma senhora aparecesse segurando um cachorro.—
-Você se comportou bem? —Disse ela pegando o filhote no colo—
-Dessa vez ele não foi um bom menino senhorita Stark, quebrou a urna com as cinzas do meu falecido marido, mastigou as minhas adoráveis plantas e destruiu a minha colcha novinha.—Disse a senhora, ela parecia não está muito abalada com isso.—
-Me perdoe, eu prometo pagar em breve, perdão senhorita Nina.—Diz Hanna, ela não sentia nada, essa mulher não tem sentimentos por ninguém, Angélica havia me contato tudo sobre essa verme imunda.—
-Não se preocupe com isso querida, eu acabei o levando ao veterinário, ele comeu algumas plantas venenosas, os veterinários cuidaram bem ele, isso aconteceu logo quando você saiu daqui.
A senhora entregou algo a ela, que arregalou os olhos.
-Meu deus... —Sussurrou ela.— Obrigada Senhor Nina... Boa noite.
Hanna abriu a porta de seu apartamento e um cheiro de mofo adentrou as minhas narinas.
Como alguém conseguia viver com esse cheiro horrendo ?
HANNA STARK
Senhor Devor queria conversar, e eu estava envergonhada e aflita, queria o colocar para fora, mas o medo de sua agressividade era maior.
-Essa foi só uma demonstração, de que nunca se deve tocar ou machucar alguém que amo. Você me entende ? Angélica é uma mulher doce e não merecia todo o bullying e intimidação que você fez com ela no colégio, e tudo isso por um pau de uma adolescente? Você é baixa Hanna, você podre, a única coisa que você faz de bom a cálculos.
-Senhor Devor, eu não fiz nada.
-E ainda por cima é mentirosa !
-Mas senhor...
-Já chega ! Amanhã você irá comigo para fechar um contrato, e depois disso irá direto para o olho da rua ! — Ele saiu de meu apartamento deixando a porta aberta que tive que fechar logo em seguida.—
Sentei com Loki no sofá.
-Pelo menos consegui comprar algumas comidas gostosas pra a gente. —Sorri para ele, mesmo estando destroçada por dentro.—
[...]
Havia chegado mensagem do senhor Devor dizendo o cronograma de manhã, as roupas que devo vestir, itens para levar. O transporte seria aquático, eu deveria preparar toda a papelada.
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Comments
Sineia Soares
Não vou ler mais não gosto de violência com mulheres já vejo isso no televisão todos os dias muito triste 😞☹️
2024-10-25
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Sineia Soares
Ela sofre tanto é aceita calada não faz nada não denuncia
2024-10-25
1
Iracema Rosa
Prq não denúncia esse monstro e os ex amigos prq não não denunciou?
2024-10-24
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