-Está sangrando... —Disse Dante olhando para a minha perna.—
Ao examinar a minha perna, noto que a calça está ensanguentada e parcialmente rasgada, escondendo a extensão real do corte.
-Cuidarei disso, não se preocupe...—Digo me afastando e adentrando a mata, estava quase tudo escuro, catei algumas folhas aleatórias e cipós, me encostei em uma das árvores, quando abaixei a minha calça, foi revelado um corte profundo, com bordas irregulares e sangue ainda escorrendo. A dor é intensa, e a área ao redor está inchada, ainda não se infeccionou.
A ferida é grave e exige cuidados médicos urgentes para prevenir infecções e tratar a lesão de forma adequada.
Rasguei um pedaço da manga de minha blusa e passei em volta de meu ferimento, usei o cipó para apertar o tecido com força, gritei semi cerrando os dentes, meus olhos se encheram de lágrimas, mas não as deixei cair.
Agora estava com o antebraço exposto, espero evitar perguntas.
Com um esforço, levantei-me e voltei até a costa da praia, quando estava voltando vi uma pequena fogueira, apreensiva me aproximei, fiquei cerca de quatro metros da fogueira.
-Como você está se sentindo?— Perguntei, tentando avaliar sua condição. Ele tocou a cabeça, onde um hematoma estava.
-Dói para um caralho.— Ele admitiu, tentando sorrir, mas o esforço apenas aumentava a dor.—
A conversa foi lenta e cuidadosa. Ele tentou se levantar mais uma vez, apoiando-se em mim. Suas pernas estavam fracas, e ele parecia ter dificuldade para se manter de pé. Sentamos novamente, e ele tentou se concentrar na situação.
-Onde estamos? —Perguntou, tentando compreender a gravidade de nossa situação.—
-Estamos em uma ilha pequena, mas eu não faço ideia de onde estamos, quem estava me levando para uma reunião era o senhor.— Respondi— Precisamos encontrar uma maneira de pedir socorro. Eu improvisei alguns sinais de emergência, mas pode levar um tempo para sermos encontrados. Eu preciso ir para casa...
Droga... Eu estava chorando em pensar em Loki.
-Ele não vai entender o porquê ainda não voltei para casa...—Digo deixando as lágrimas saírem com força.—
-O seu cachorro? —Perguntou ele.—
Assenti com a cabeça.
-Desde quando você chora por alguém? Você não tem coração. —Ele murmurou jogando alguns gravetos na fogueira.— Venha para cá, precisa secar suas roupas.
-Eu não... Posso... —Digo limpando as lágrimas.—
Ele assentiu, a compreensão começando a se firmar.
-É porque do seu braço? —Olhei para ele surpresa.— O que aconteceu no seu braço? —Questionou ele.—
-Eu não gosto de falar sobre isso... e ... Você não vai querer saber a verdade, e muito menos irá acreditar.
Ele balançou a cabeça em concordância.
A noite caiu completamente, e o som da brisa leve balançando as árvores era o único ruído constante, quebrado apenas pelo crepitar da fogueira. O calor emanava das chamas, mas o ambiente era carregado de tensão. A dor latejante no meu corte e de minha pela devido o calor da fogueira que mesmo de longe, me atingia, tornava difícil me concentrar. Cada movimento parecia exacerbar a lesão, e o medo de infecção começou a se intensificar em minha mente. Olhei para Dante, que parecia estar mais fraco a cada momento.
Eu sabia que precisávamos de um plano. Os olhos de Dante estavam vagos, sua fala estava arrastada.
-Deite. —Digio me aproximando dele.—
-O que...? —Ele parecia confuso.—
-Acho que o senhor está com uma contusão, mas não tenho certeza. Como está se sentindo? Desorientado? Sonolento? —Pergutei encaminhando seus olhos.—
-Sai. —Ele me afasta.— nenhuma outra mulher além da minha noiva pode me tocar, não me leve a mal, e você muito menos deve tocar em mim.
-Egoísta de merda... —Resmunguei.— Irei dormir.
[...]
Acordei cedo na areia da praia, sentindo a brisa suave do mar. O céu, tingido de laranja e rosa, anunciava o nascer do sol. As ondas quebravam calmamente, e o som relaxante me envolvia. Era um momento de paz, a natureza despertando ao meu redor, serena e bela.
Olhei para Dante, que a essa estava aparentemente dormindo.
Então retirei minhas roupas lentamente, sentindo a brisa fresca do oceano tocar minha pele, o alívio de não sentir dor na pele era maravilhoso. O cheiro salgado do mar invadia meus sentidos enquanto meus pés afundavam na areia úmida. O horizonte parecia distante, mas minha mente estava focada nos suprimentos que haviam afundado junto à lancha. A água fria envolveu meu corpo à medida que avançava, o som das ondas abafando meus pensamentos. Cada passo me aproximava do local onde, debaixo da superfície, os objetos preciosos permaneciam perdidos. Mergulhei de uma vez, sentindo o peso da responsabilidade e da necessidade de empurrar meu corpo para o fundo.
A água salgada ainda ardia as minhas feridas, mas nada tão absurdo, somente a minha perna, porém ignorei isso e tentei achar o mais rápido possível os suprimentos médicos.
DANTE DEVOR
Acordei e a garota não estava ao redor, a chamei e obtive uma resposta.
-Onde diabos ela está ? Porra... —Tentei me levantar mas a dor em minha cabeça era absurda, uma tontura se estabeleceu e acabei caindo de volta, deitado.—
Uma dificuldade para respirar se estabeleceu e a minha visão estava escurecendo, não demorou muito para que eu começasse a vitimar, era Sangue.
Ao longe vi Hanna correndo desajeitadamente com uma maleta vermelha em mãos, e a perna sangrando. Ela caiu visivelmente fraca, mas se levantou com dificuldades, ela estava nua, e a medida que ela se aproximava sua visão ficava clara para mim, seu corpo estava machucado, em um nível extremo, queimaduras eram visíveis em seu corpo, ela se sentou ao meu lado começando a me examinar, não demorou muito e acabei ficando inconsciente.
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