Capítulo 10

Bruno.

Eu não fui ao local do crime.

Menti para Alexia porque não suportava mais estar no mesmo ambiente que ela após aquela noite. Ela estava me enlouquecendo, afetando meu estado mental e bagunçando o pouco de sanidade que me restava.

Eu precisava me distanciar dela, precisava de um tempo para refletir, mas isso se mostrava impossível. Ela, sem dúvida, não nutria simpatia por mim, pelo menos era essa a impressão que me passava. E eu não conseguia evitar de me sentir atraído por ela, será que eu realmente estava tão cego assim?

Esta tarde, ela bateu a porta do meu carro com força, e se fosse qualquer outra pessoa, eu teria me manifestado. Mas não, eu não consegui discutir com ela. Não sei o que aconteceu em minha cabeça naquela noite, acabei até dormindo no sofá da casa dela.

Quando cheguei no departamento, ela ainda não estava. Coloquei o Starbucks dela sobre a mesa e me sentei no meu lugar. Quinze minutos depois, Alexia entrou na sala, esfregando as mãos para aquecê-las. O que se passava pela cabeça dela ao usar apenas um moletom no auge do inverno?

— Bom dia! – ela exclamou, dirigindo-se à sua mesa. – Obrigada...

— Bom dia! – respondi, tentando parecer indiferente.

— Bruno... – ela se aproximou de mim. – Sinto muito de verdade, não deveria ter dito aquilo. Eu realmente me arrependo... Não quis insinuar que você é... me pressionou a fazer nada porque...

— Vamos esquecer essa história, Alexia. Nunca aconteceu, lembra?

— Não vamos simular que nada ocorreu. Aconteceu, nós nos beijamos e você passou a noite no sofá da minha casa... O que eu quero é que você me perdoe, Bruno.

— Tudo bem. Se isso vai te fazer bem, eu te perdôo.

— Não faça isso por mim, faça por você.

— Ver você bem já é suficiente para mim, Alexia. – disse, mordendo a bochecha.

Saí da sala e a deixei lá. Precisava conversar com Hamilton; o resultado da perícia seria divulgado hoje e eu queria saber se ele já tinha recebido alguma informação da equipe Florense.

Bati levemente na porta antes que ele me convidasse a entrar. Sentei-me em frente a ele, que imediatamente fechou o notebook e me recebeu com um sorriso amigável.

— Lacerda, o que te traz aqui?

— Os resultados da equipe Florense já estão prontos? Gostaria de conferir os dados das análises.

— Ainda não ficaram prontos; houve um atraso devido a uma falha na energia. Mas devem ser entregues ainda hoje.

— Ah sim tudo bem.

— Já que está aqui vamos conversar. – falou enquanto eu me levantada. – Como esta sendo trabalhar em Seaville novamente?

— Bom eu diria. Gosto daqui.

— E sua parceira?

— A Alexia? O que tem ela?

— Eu espero que esteja medicada. Não quero que aconteça o mesmo imprevisto que ocorreu na CIA, ela andava desequilibrada. Não tomava seus remédios direito.

— Remédios?

— Ansiedade. Sabe como é, se não estiver medicada com certeza fará besteira.

Senti repulsa da forma como ele estava falando, pedi licença e disse que havia algo para resolver. O que Alexia fez não era problema meu, mas devia ser horrível para ele ver todo mundo a julgando e a chamando de descontrolada.

...[...]...

Eu amava minha família. Apreciava a união que tínhamos, talvez isso representasse o verdadeiro espírito brasileiro que ainda permeava nossas vidas. Aos 2 anos, mudei-me com eles para os Estados Unidos.

Entretanto, sempre mantive o hábito de visitar meu país natal, especialmente durante o Natal e as festas de final de ano. Estávamos reunidos na casa dos meus pais, o lar onde eu e meus irmãos crescemos. A moradia, típica de uma família grande, estava situada em um bairro nobre.

— Oi, pessoal! Desculpem pelo atraso! Tivemos um pequeno contratempo antes de chegarmos. — Milena anunciou ao entrar na sala de jantar, puxando um homem ao seu lado.

Instantaneamente, a conversa parou. Será que Milena estava namorando? O homem parecia um pouco envergonhado, mas minha irmã mais nova exibia um sorriso radiante.

— Hã... – Patrícia comentou, visivelmente confusa.

— Este é o Logan, meu namorado. Eu sei que deveria ter contado antes, mas não queria causar expectativa, especialmente porque nem nós mesmos tínhamos oficializado ainda.Mas é exatamente isso.

— Sente-se. A comida vai ficar fria, vamos lá. – minha mãe falou evidentemente feliz.

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Comments

F Valeria Feliciano

F Valeria Feliciano

acho q ela foi assediada pelo chefe, e não conseguiu denunciar pq ele à coagiu.. por isso deu td errado na missão...

2025-02-02

1

Fatima Maria

Fatima Maria

EU ACREDITO O QUE ALEXIA TEM EM SEGREDO 🤐 TEM A VER COM A SUA FAMÍLIA.

2024-11-14

1

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