Alexia.
— Fica atrás de mim.
Bruno disse isso assim que descemos do carro, que ele havia estacionado na esquina da casa onde Clayton morava. Havia algumas crianças jogando futebol na rua e algumas mulheres sentadas nas calçadas. O veículo com o reforço estava parado do lado oposto da rua.
Nos dirigimos até a porta da casa e bati levemente duas vezes. Ninguém respondeu. Bruno então bateu mais forte, mas ainda assim ninguém apareceu. Fiz um sinal para o reforço, pois era bem provável que eles tivessem fugido. Bruno contou até três e arrombou a porta.
— FBI! Mãos para cima! — apontei a arma para um homem que estava sentado no sofá. Algemei-o e segui pelo corredor até o último quarto, onde encontrei duas garotas com cinco caras.
— FBI! Mãos para cima e fiquem de pé! — ouvi a voz grossa de Bruno vindo atrás de mim.
Aguardamos que eles se vestissem e os algemamos. Bruno foi buscar o carro e levamos as duas meninas conosco, enquanto os outros seis seguiram no carro da polícia.
...[...]...
Agora estávamos sentados em frente ao Clayton, que nos lançou um olhar penetrante, mas eu não deixei me abalar. Os dedos dele tamborilavam irritantemente sobre a mesa.
Bruno, com certeza, já estava perdendo a calma, assim como eu. A única coisa que Clayton repetia era que só falaria na presença de um advogado.
Levantamo-nos para sair e, assim que coloquei as mãos na maçaneta, ouvimos:
— Você é gostosa. - sua voz rouca se fez ouvir pela primeira vez, fazendo Bruno fitar Clayton com uma fúria explícita e atacar com um soco no rosto.
— Achou minha mão gostosa também?! - ele o encarou por dois segundos e seguiu em frente, saindo pela porta.
Eu lancei um último olhar para Clayton, fechei a porta e sentei-me novamente à sua frente. Ele me fixou com raiva, a boca machucada e sangrando. Cruzei as pernas e coloquei as mãos sobre a mesa.
Como ele não estava disposto a conversar, eu decidiria aplicar minhas habilidades. Se havia algo em que eu me destacava, era na arte da manipulação.
— Ok. Vamos lá, do início. – falei num tom sério e acusatório. – E eu acho bom você colaborar comigo porque se não eu vou sair dessa sala e investigar até seus antecedentes e vou acabar com todos que você ama e fazer questão de fazer você ver tudo isso.
— Você não ousaria mexer com a minha família.
— Ah.... se eu fosse você não diria isso. – disse e ergui uma sobrancelha. – Qual seu envolvimento com o assassino?
— Nenhuma.
— Para de inventar! – exigi, emburrada. – De qualquer maneira, você já vai enfrentar acusações por abuso de menores e lavagem de dinheiro; vai passar no mínimo quarenta anos encarcerado.
Ele se levantou, mas estava limitado, uma vez que sua mãe estava algemada na mesa. Sorria de maneira triunfante, o que só aumentava seu ressentimento. Apertei minha mão em punho mais uma vez, tentando controlar o tremor.
— Alexia? – senti a mão de Bruno repousar no meu ombro e abri os olhos. – Saia, procure se acalmar. Eu e ele teremos uma conversa de homem para homem.
Levantei-me, peguei minha pasta e saí da sala, fechando a porta com força, mas não pretendia descansar. Permaneci observando através da enorme janela de vidros escuros, que só permitia enxergar quem estava do lado de fora.
Cruzei os braços e fiquei em pé quando o escrivão entrou na sala.
— Vamos resolver isso como homens, tudo bem? A não ser que você prefira ficar preso e depois enfrentar acusações por diversos crimes que cometeu, certo?
— Eu quero um advogado.
— Silêncio! Seu advogado já está a caminho, mas antes disso, quero que me diga um nome. Apenas um maldito nome.
— Eu só falarei na presença do meu advogado.
— Nome?!
— Vai se danar!
Bruno golpeou a mesa com força e eu saio da sala, sem querer ouvir mais nada daquele homem. Fui até o bebedouro e tomei um copo d'água; em seguida, fui para minha sala, fechei as persianas e me joguei na cadeira.
Minhas mãos estavam suadas e tremendo, e a sensação de taquicardia me tomava tão forte que causava dor. Droga, acho que estou tendo uma crise de ansiedade.
Pânico.
Medo.
Desespero.
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Atualizado até capítulo 37
Comments
Fatima Maria
UM CARA DESSE TIRA QUALQUER UM DO SÉRIO. E O PERIGO É ELE DEPOIS SE VINGAR.
2024-11-14
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