Capítulo 07

Alexia.

A iluminação em que ele se encontra o torna ainda mais atraente. Não sou cega, consigo perceber claramente quando um homem possui um charme especial.

Porém, desde que começamos a trabalhar juntos, nunca o percebi da maneira que agora estou percebendo. É como se eu quisesse experimentar o gosto de seus lábios.

Meu olfato se aguça; sinto a fragrância do seu perfume, uma combinação de sândalo com o aroma da bebida, mesmo à distância.

Seus olhos estão fixos nos meus, e não conseguimos reagir. Estou sem palavras para essa aproximação que Bruno acabou de tentar. Não consigo nem mesmo me mover.

Minhas respirações ficam descompassadas, e percebo que preciso escapar dessa situação antes que eu cometa alguma loucura, porque estou convencida de que se eu tomar esse risco, tudo pode mudar.

Não desejo um clima hostil no trabalho.

Toso de maneira nervosa e me levanto apressadamente, pegando o copo vazio de sua mão.

— Vou buscar uma cerveja para você.

Eu olho para ele, reclinado na poltrona com os olhos fixos no teto, enquanto estou de pé ao balcão.

Precisava melhorar minha dose de álcool para disfarçar o quanto aquele instante me afetou. Por isso, pego uma cerveja para ele e, sem pensar duas vezes, uma para mim também.

Após um gole generoso, respiro fundo e me preparo para voltar.

— Aqui está. - entrego a cerveja, e assim que Bruno a recebe, ele segura meu pulso e me puxa, fazendo com que eu me sente em seu colo.

Daquela perspectiva, nossos olhares se cruzam novamente. Não sei se estou pensando com clareza; esse homem é irresistível, e estou batalhando contra meus próprios desejos para me controlar.

E ele parece estar lutando exatamente o oposto, como a evidente presença entre nós embaixo nos mostra. A ereção dele não deixa dúvidas.

Não que eu possa negar o que estou sentindo; felizmente, ele não faz ideia do quanto estou animada com essa situação.

Sua mão desliza pelo meu ombro e seus dedos se entrelaçam nos meus cabelos. Sem conseguir me controlar, acabo mordendo o lábio inferior.

Bruno me empurra suavemente para frente, e nossos lábios se encontram, iniciando um beijo apaixonado e intenso que quase me faz perder o fôlego que ainda resta em mim.

Esse beijo é simplesmente maravilhoso. Parece algo destinado a acontecer, pois nunca ninguém me beijou com tanta intensidade e desejo quanto este homem aqui.

Contudo, isso não deveria acontecer, especialmente porque estou cheia de dúvidas. Ele tem uma namorada, certo?

Eu nunca conseguiria fazer isso com outra mulher. Assim que essa ideia invade minha mente, eu interrompo o beijo e me levanto do colo dele.

— Acho que já é a minha hora - digo, limpando os lábios. - Você pode ficar aqui e dormir no sofá... Não dá para sair assim. Vou buscar roupas de cama para você.

Desvio o olhar, tentando me concentrar e afastar da minha mente o quão bom foi esse beijo, enquanto arrumo meu cabelo para trás.

Aquele beijo é como saborear chocolate. Eu realmente desejava mais.

...[...]...

Ao sair do quarto, percebo que Bruno passou a noite aqui. É um detalhe que tinha esquecido, o que é compreensível, considerando a ressaca horrenda que estou enfrentando.

Minha cabeça pulsa. Preciso urgentemente de um café para começar meu dia. Uma lembrança repentina me atinge, e me sinto a pessoa mais boba do mundo. Droga!

— Bom dia- — digo, quase em um sussurro.

— Bom dia! — responde ele, enquanto calça os sapatos.

— Sobre o que aconteceu ontem, isso não vai se repetir.

— Por que você está me dizendo isso? — ele pergunta, curioso.

— Porque você me beijou.

— E eu beijei sozinho, é? — ele diz, semi-cerreando os olhos.

— Não é apenas isso... foi um erro, você não devia ter me beijado e...

Merda.

— Fica tranquila, Alexia. Não vai acontecer novamente. Nunca mais tocarei em você. — ele assegura, virando-se para a porta e girando a chave para abrir.

Cometi um grande erro. Essa minha habilidade de falar sem refletir é algo que me atrapalha. Sou realmente uma idiota. Muito idiota.

Comecei a me arrumar com a mente sobrecarregada, depois de me arrumar peguei o elevador até o estacionamento. Tinha que ia até a casa dos meus pais para o aniversário da Luna, minha sobrinha.

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