Desafio

Capítulo: O Desafio de Arathia

O sol estava se pondo, banhando o reino de Fênix com um brilho dourado, quando o rei Valenor, com seu humor peculiar e um leve sorriso de canto, deu a ordem:

— Arathia, mostre aos nossos hóspedes os aposentos onde ficarão. E, por favor, assegure-se de que se sintam em casa.

Os olhos de Arathia brilharam com malícia, e ela deu um passo à frente, sua postura elegante e confiante.

— Com todo prazer, Majestade — respondeu, com uma reverência leve, antes de se virar para Alexandre, Elisa e Cristian. — Se me seguirem, terei o prazer de lhes mostrar o palácio.

Elisa, já cheia de ciúmes desde a chegada, não conseguia esconder seu desconforto. Arathia parecia capaz de chamar a atenção de Alexandre com o mínimo esforço, e isso a estava corroendo por dentro. Enquanto eles caminhavam pelos corredores amplos e decorados com tapeçarias, Elisa permanecia em silêncio, observando cada gesto de Arathia com desconfiança e ciúme.

Ao chegarem aos aposentos, Arathia voltou-se para Alexandre, seus olhos fixos nele, com um brilho enigmático.

— O rei mencionou que você será o anfitrião da Festa da Primavera. Parece uma responsabilidade à altura do "grande herói", não? — disse ela, seu tom desafiador.

Alexandre respirou fundo. A proximidade de Arathia o deixava inquieto, e a tensão entre eles parecia se intensificar a cada momento. Ele sabia que ela estava jogando com ele, mas não podia negar que havia algo inegavelmente atraente em sua presença.

— Imagino que já tenha participado de muitas batalhas, Alexandre — continuou Arathia, sua voz suavemente provocante. — Mas me pergunto... como se sairia em um combate contra alguém como eu?

A tensão sexual era palpável. Elisa, ao ouvir isso, perdeu o controle de sua paciência. Sua raiva e ciúmes transbordaram, e ela deu um passo à frente, encarando Arathia.

— Se você está tão confiante em suas habilidades, por que não prova isso agora? — desafiou Elisa, seu olhar feroz.

Arathia levantou uma sobrancelha, visivelmente surpresa, mas aceitou o desafio com um sorriso calmo e despreocupado.

— Se é isso que você deseja, minha querida — disse ela com suavidade, como se já previsse o resultado.

O pátio do palácio foi rapidamente preparado, e uma pequena multidão de soldados e servos começou a se formar ao redor, curiosos para assistir ao confronto entre Elisa e Arathia. Alexandre, perplexo, tentou dissuadir Elisa.

— Elisa, isso não é necessário.

— Fique fora disso, Alexandre — respondeu ela, com raiva. — Isso é entre mim e ela.

Elisa avançou com fúria, suas investidas rápidas e ferozes. Mas, com uma elegância quase sobrenatural, Arathia desviava de cada golpe, usando o mínimo de esforço. Seus movimentos eram precisos, calculados, e, em questão de minutos, ela desarmou Elisa com um movimento ágil, jogando-a ao chão sem esforço.

— Parece que sua raiva a cegou, Elisa — disse Arathia, sua voz sem qualquer traço de arrogância, mas cheia de ironia.

Elisa, humilhada, levantou-se rapidamente, mas Alexandre interveio, colocando a mão em seu ombro.

— Já chega, Elisa.

Ele estava intrigado e incomodado com a facilidade com que Arathia a venceu. Algo dentro dele o impulsionou a fazer o que sabia que era imprudente.

— Eu gostaria de uma chance, Arathia — disse Alexandre, os olhos fixos nela.

Arathia o olhou por um momento, como se estivesse avaliando suas palavras. Então, sorriu, mas desta vez com algo mais profundo em sua expressão.

— Está certo. Mas aviso, Alexandre, este será um combate rápido.

Eles assumiram suas posições, e, antes que Alexandre pudesse sequer se preparar adequadamente, Arathia se moveu com uma velocidade surpreendente. Em um instante, sua lâmina passou pelo pescoço de Alexandre, deixando apenas um corte superficial. O movimento foi tão rápido e preciso que ele mal teve tempo de reagir.

Alexandre levou a mão ao pescoço, sentindo o sangue escorrer levemente. O corte não era profundo, mas a habilidade dela era inquestionável. Ele nunca tinha enfrentado alguém tão rápida e mortal.

— Eu disse que seria rápido — disse Arathia, guardando sua arma com elegância. Mas seus olhos, por um breve momento, pareceram se estreitar, como se ela tivesse percebido algo incomum nele. Ela não disse nada, mas havia algo perturbador em sua expressão. Talvez um feitiço ou algo oculto sobre Alexandre... mas ainda não tinha certeza.

Cristian, que assistia atentamente à cena, se aproximou de Alexandre depois que tudo acabou. Sua mente trabalhava, tentando compreender o que acabara de testemunhar.

— Ela se segurou — disse Cristian, com um tom grave. — E muito. Você não teria chance contra ela em uma luta real.

Mais tarde, no quarto de Alexandre, Cristian falou mais abertamente.

— Não subestime Arathia. Ela é mais poderosa do que parece, e não se trata apenas de habilidades físicas. Há algo mais nela... algo que não consigo decifrar. Mas ela estava testando você, isso é certo.

Alexandre estava deitado, ainda sentindo o corte em seu pescoço, refletindo sobre as palavras de Cristian. Ele sabia que Arathia era perigosa, mas algo além da batalha o inquietava. Algo sobre a forma como ela olhou para ele no final do combate.

No dia seguinte, o Festival da Primavera

Os preparativos para o festival estavam em pleno andamento, e o palácio estava repleto de servos e soldados se preparando para a grande celebração. Alexandre, sendo o anfitrião, tinha várias responsabilidades, e o peso de sua nova tarefa estava começando a incomodá-lo. Porém, enquanto supervisionava os preparativos, o Rei Valenor apareceu, sua voz ecoando pelo salão.

— Alexandre, você não convidou Arathia para o festival? — perguntou o rei, com um sorriso zombeteiro. — É seu dever buscá-la nos aposentos dela. Afinal, ela é a Oráculo de Fênix. Que tipo de anfitrião seria você se a deixasse de fora?

O rosto de Alexandre ficou vermelho de vergonha. Ele sabia que deveria ter pensado nisso, mas a provocação do rei só piorava sua situação.

— Vou buscá-la agora — disse Alexandre, apressado, saindo do salão em direção aos aposentos de Arathia.

Cada passo que ele dava em direção ao quarto dela parecia aumentar sua ansiedade. Quando chegou à porta, Alexandre hesitou por um momento, respirou fundo e, finalmente, bateu.

O que o aguardava do outro lado da porta, ele não sabia, mas uma coisa era certa: Arathia tinha o poder de desequilibrá-lo como nenhuma outra pessoa.

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