Mistério

No dia seguinte, Cristian analisava a pena dourada cuidadosamente. Depois da batalha de Alexandre e da revelação do artefato quando a porta se abriu, muitas perguntas o assaltavam: "Por que nenhum monstro saiu do portal ainda?", "O que a pena representava?", "Por que os monstros protegiam a porta?" Tantas perguntas e nenhuma resposta.

Foi então que um barulho do lado de fora o surpreendeu, tirando-o de seus pensamentos. Enrolando a pena em um pano de seda, Cristian foi ver o que estava acontecendo.

— Senhor, ainda bem que está aqui! Já ia chamá-lo — disse um soldado, curvando a cabeça.

Quando Cristian viu um bispo da igreja da deusa Susani parado do lado de fora, lembrou-se de que havia informado a igreja e o rei sobre os acontecimentos do dia anterior. Precisava de um especialista para tentar entender a situação, já que a deusa estava muito ativa recentemente. Por mais que ele pudesse avaliar o artefato, não sabia sua história. Com a avaliação da igreja, teria suas respostas.

Pediu ao bispo que o seguisse até onde havia deixado a pena. Ao retirar o pano e revelá-la, o bispo deu um passo para trás, apreensivo com o que diria.

— O Oráculo previu isso — disse, com a cabeça baixa. — Senhor, foram dadas as seguintes instruções a mim: "A porta vai se abrir, sua cor de ouro vai aparecer, saberá que a Fênix foi revelada". Bispo, fale para quem teve contato com o artefato da Fênix vir me ver — foi o que o Oráculo disse.

Alexandre ficou surpreso com o que o bispo disse. Então, o Oráculo previu os acontecimentos; não era por menos que ele era Oráculo, por um motivo. Isso não importava. Com um sorriso de esperança, Cristian falou:

— O Oráculo gosta de aparecer, né? Bom, sendo assim — deu uma pausa para guardar a pena novamente — vamos vê-lo.

Depois que o bispo se retirou, Cristian reuniu os nomes de quem havia tocado na pena desde seu aparecimento. Não era difícil, já que ele, o general da linha de frente e Alexandre estavam envolvidos, mas isso deixava Cristian mais curioso e com mais perguntas. A deusa nunca se dera tanto trabalho assim.

NO DIA SEGUINTE

— Você tem certeza? — perguntou Alexandre, tentando entender os fatos. Mais uma vez, o Oráculo estava mandando nele. Alexandre bufou com o pensamento de ser controlado; já tinha divergido demais com o Oráculo.

— Sim, tenho — respondeu Cristian, já arrumando as coisas para sair do acampamento.

Alexandre, relutante, perguntou ao arrumar suas malas para ir embora: — Realmente tenho que ir? — a sugestão do amigo de ver o Oráculo era uma obrigação do reino.

— A investigação não terminou — disse Cristian, terminando de arrumar suas coisas. — Ainda precisamos atravessar o portal — completou.

A travessia do portal era extremamente importante para encerrar o caso da floresta; questionar isso era ir contra a exploração do lugar.

Com as carruagens prontas e prestes a sair, Alexandre deu mais uma olhada no portal, fazendo uma última ronda. Olhando fixamente para a porta aberta, envolta na neblina, em um breve piscar de olhos, assustou-se ao ver alguém parado, também o observando. Olhou mais um pouco e chegou à conclusão de que seus olhos estavam o enganando. Ignorando o que acabara de acontecer, seguiu para o acampamento.

No acampamento, as carruagens aguardavam para ir embora. Na conversa que teve com Cristian, chegaram a um consenso: primeiro iriam para casa e, no dia seguinte, visitariam o Oráculo. Mais do que justo, afinal, Alexandre estava esgotado, tendo derrotado praticamente a floresta inteira em três dias.

Depois de um pequeno contratempo na estrada de volta para casa, onde Alexandre encontrou a estrada principal obstruída por grandes pedras, achou estranho, pois o local não tinha sinal de deslizamento.

Ao chegar na mansão, viu seus empregados como sempre esperando na entrada, mas notou que Elisa não estava ali para recebê-lo. Era muito estranho, pois ela sempre foi tão pegajosa com ele desde o dia em que disse que queria se casar.

— Onde está Elisa, Marcos? — perguntou Alexandre ao seu mordomo.

Marcos não respondeu de imediato, mas fez uma cara estranha quando finalmente disse: — Em seu quarto, senhor.

Era esquisito que ela estivesse no quarto àquela hora da tarde. Alexandre entrou na mansão e pediu a Marcos que preparasse seu banho; afinal, fazia quatro dias que ele não tomava um banho decente. Foi até seu escritório para começar o relatório sobre os acontecimentos de sua missão, quando alguém bateu na porta. Era seu mordomo, avisando que tudo estava preparado. Concentrado em seus papéis, Alexandre nem levantou a cabeça para responder que já estava indo. O que mais o incomodava, mais do que o mistério do portal, era Elisa, que não apareceu para vê-lo ainda. O mais estranho é que, mesmo com esse incômodo, ele não se atrevia a vê-la, como se algo o estivesse impedindo. E o mais estranho é que não era a primeira vez que isso acontecia.

Depois de tomar banho, aquela sensação havia passado, despertando nele o desejo de ver Elisa. Foi até a porta do quarto dela e bateu. Não ouviu ninguém responder, então, como de costume, abriu a porta. Viu Elisa olhando para a janela, com a mão no pescoço, em sinal de dor. Ela ainda não tinha notado sua presença, então ele a observou. Quando notou que sua mão cobria uma marca roxa, Elisa se virou na direção da porta e arregalou os olhos, como se tivesse visto um fantasma. No mesmo instante, a marca que ela acariciava com dor desapareceu. Alexandre achou aquilo estranho, porque, se não conhecesse Elisa, deduziria que era um chupão de um homem, mas quando ela virou, a marca havia sumido, percebendo que era apenas a sombra de sua mão.

— Desde quando está aí? — perguntou Elisa, com a voz embargada.

— Pouco tempo — respondeu Alexandre, fechando a porta e entrando no quarto de Elisa. — Notei que, quando cheguei, você não estava me esperando.

— Não estava bem — disse ela, olhando para o chão com um leve sinal de vergonha.

— Bem, vim informar que tenho assuntos na igreja amanhã, então vamos sair cedo. Fique pronta — disse Alexandre.

— Certo, estarei pronta — respondeu Elisa, ainda olhando para o chão.

O que havia de errado? Elisa não ficava distante assim há tempos; afinal, ela estava curiosa sobre a possível solução do Oráculo.

— O que está acontecendo? — disse Alexandre, segurando o queixo de Elisa para olhar em seus olhos. Ele se incomodava com a atitude dela, fazia muito tempo desde a última vez que teve um contato assim.

Olhando para Alexandre, com o coração acelerado e ofegante, ela não percebeu que ele estava tão perto dela. Dando um passo para trás e retirando suas mãos do queixo, disse: — Estou bem, só estou cansada.

Vendo a recusa dela, Alexandre se virou em direção à porta. Ele estava acostumado a esse comportamento dela; quando ficava estranha desse jeito, não queria ser tocada. Curioso, pois antes ela corria atrás dele, mas agora que finalmente queria acariciá-la, ela o evitava. Então ele buscava outras mulheres.

— Vou deixar você descansar, então — disse, abrindo a porta e deixando-a sozinha novamente.

Quando Alexandre saiu do quarto, Elisa pegou o copo com água que estava na cabeceira da cama e bebeu. Depois de beber, jogou o conteúdo na porta do quarto e pensou: "Por pouco, sou cercada por idiotas". "Aquele homem me tem nas mãos; toda vez que ele vem me cobrar, Alexandre parece que sente." Sentando-se na cama para recompor-se, ela disse: — Não posso pensar nisso; amanhã tenho que ver o Oráculo.

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Comments

Brayan Uriel Vasquez Perdomo

Brayan Uriel Vasquez Perdomo

Vou ficar louca sem a próxima parte, atualiza logo!!

2024-09-30

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