Segurei a mão de Clarisse e a levei até o estacionamento da empresa. Andei até o meu carro e o destravei.
— Meu carro está aqui, não preciso de carona. — Ela disse dura como sempre.
— Eu estou com um problema e quero que me ajude.
Peguei as chaves da minha casa e tranquei o carro novamente. Fui até uma porta preta e coloquei a minha digital.
— Mas o que é isso? Quando colocaram uma porta aqui? — Clarisse perguntou baixo.
A porta abriu nos dando visão para um elevador, entramos e apertei o único botão que tinha. De acordo com que ele subia, víamos toda a empresa, os olhos de Clarisse brilhavam conforme íamos passando por cada andar até parar na cobertura.
Assim que o elevador abriu saímos dele, minha nova casa estava brilhando com tudo novo. Havia ficado pronta e eu já estava morando nela.
— Quando foi que colocaram isso tudo aqui? — Ela perguntou passando a mão no sofá preto de linho. — O prédio tem apenas dez andares, e com esse... São onze andares?
— Não. Ainda são Dez. Esse espaço sempre teve, e é por isso que o décimo andar tem apenas a minha sala e a mesa da Donna. — tirei meu paletó e o guardei no closet.
Tudo ficava á mostra. Assim que o elevador abria, tínhamos a visão da sala de estar com um enorme sofá, lareira e TV. logo à frente, a cozinha com uma ilha no meio e várias banquetas, uma varanda enorme com vidros grandes. O quarto com uma cama de casal no centro e um closet conjugado com o banheiro. A única parte privada era o sanitário, que eu mandei fazerem um pequeno cômodo de madeira maciça, de resto, tudo era vidro, até a ducha não havia parede, tudo divido por vidros e mais vidros.
— Você tem algum tipo de tara em vidros? — Ela perguntou ainda encarando tudo.
— Como assim?
— Até seu elador tem vidro...
— Clarisse... Sou um homem observador. O elevador é apenas para verificar toda a empresa sem ter que passar em cada andar e o bônus é que ninguém me vê e nem sabem que estou os vendo. — Respondi indo até a geladeira e pegando uma garrafa de água.
— E a sua casa? As pessoas podem te ver aqui dentro? — Ela disse apontando para os prédios vizinhos.
— Coloquei um adesivo na parte de fora, só nós vemos o que há no exterior. — falei dando um gole na aula.
Eu já estava suando frio com a presença dela.
— E por que motivo me chamou aqui?
— Pra fazer você ser minha.
Falei sem pensar.
Mesmo com o coração acelerado encontrei os olhos curiosos dela.
— Outro Pietro na minha vida? Por favor... — Ela riu debochando.
Passei a mão na nuca secando todo o suor de nervosismo.
— Clarisse, qual perfume está usando? — perguntei apoiando as mãos na ilha da cozinha enquanto ela se sentava em uma das banquetas ficando de frente para mim.
— Que pergunta é essa? — Ela me olha buscando resposta e por fim responde. — Não estou usando perfume!
— Então que cheiro é esse que vem de você? Eu me torturei a semana inteira tentando não ficar perto de você por causa desse maldito cheiro! — Confessei com mais sinceridade do que queria.
Acontece que desde segunda-feira ela tem usado um perfume completamente diferente dos outros dias. Esse era algo mais sensual e deixava claro que ela estava no lugar mesmo que estivesse fora da minha visão. Esse cheiro mexeu tanto com a minha cabeça que já estava vendo coisas. Na terça eu a via com a saia extremamente curta e com um decote incrível á mostra, na quinta-feira eu quase assinei um cheque com um valor mais alto que deveria porque estava encarando Clarisse de longe conversando com Donna e achei que ela estava piscando e mordendo os lábios na minha direção, mas sempre que eu balançava a cabeça tudo o que eu via era uma loira rabugenta que chegou até a me dar dedo de tanto que eu estava secando ela.
— Clarisse... Dia e noite eu sonho com você e te imagino sem sua saia apertada ou essas blusas sociais que você usa. — Ela levantou do assento como um gato pulando fora da água. — Eu preciso que você pare de usar esse maldito cheiro, não quero que você fique ocupando mais espaço do que deveria nos meus pensamentos.
— Eu... Eu não sei o que dizer...
Pela primeira vez a deixei sem reação e sem resposta na ponta da língua. Dei a volta na ilha e me aproximei dela.
— Nunca me senti dessa forma... — Passei a mão na única mecha de cabelo que estava por cima de um de seus seios. — Nenhuma mulher passou mais que uma hora ocupando minha mente, me deixando desperso e bobo.
Por um instante eu a vi fechar os olhos e aquilo foi uma brecha para poder me aproxima e beijá-la, se não fosse pela campanhia tocando que a fez voltar a si e se afastar de mim.
— Relaxa, deve ser meu pai ou a Donna. — Ela me deu um sorriso fraco e ajeitou sua postura.
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Atualizado até capítulo 61
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