Eu estava pouco me importando se ele estava ou não aqui dentro da minha casa, não devia nada para ele e definitivamente não sentia absolutamente nada com sua presença, a não ser a raiva por ter me tirado do meu emprego sem um motivo plausível.
Me sentei direito no sofá e o encarei.
— Só volto se você me contar o motivo pelo qual me demitiu daquela forma, acho que depois de cinco anos mereço uma explicação. — Cruzei os braços e ele fez uma cara indicando que não falaria nada. — Bom, se não tem nada a falar, pode ir embora! Fique com essas roupas ou pode jogá-las fora.
Levantei e abri a porta esperando que ele saísse.
Ele saiu, deu alguns passos no corredor mas voltou para a frente da porta, que já estava entreaberta.
— Olha, eu não posso te contar o motivo, Clarisse... Mas, saiba que teve sim uma justificativa. Eu assumo que errei, não deveria ter feito isso e muito menos daquela forma. — Talvez ele possa estar falando a verdade.
— Que tal você pensar? Me avise assim que puder me contar o motivo e se até lá eu não estiver trabalhando em outro lugar, aceito sua proposta de retornar para a grenff. — Fechei a porta na cara dele sem algum pingo de remorso.
[...]
— Você quer dizer que Scott Copper esteve aqui ontem? — Sofia perguntou desacreditada.
— Sim? Não vejo nada demais, aliás, ele foi super grosseiro e demitiu vários pessoas sem aviso prévio ou ao menos uma desculpa esfarrapada. — Me joguei na minha cama ao lado de Sofia. — Sabe, eu acho que posso fazer uma visita ao pai dele, sondar o que está havendo.
— Eu quero entender, você nunca foi assim... — Sofia perguntou com um ar de curiosidade na fala — Você está brincando com fogo, Clarisse! Não tinha prometido que ficaria longe dos homens por mais tempo?
— Para de imaginar, não é sobre homem que eu estou falando e sim sobre o meu emprego. O Scott ter vindo aqui não significa que ele me quer ou que eu quero ele. — Falei me levantando.
— Então vai negar que o deixou tomar banho na sua casa e ainda deu as roupas do Fred para ele?
Ela tocou onde não deveria...
— Sofia, pode ir embora? Preciso me ajeitar para umas entrevistas.
Ela me olhou com olhar de pena, odiava isso.
— Me desculpe, loira... Não pretendia te deixar mal, se caso voltar para a grenff, me avise para voltarmos a almoçar juntas. — Ela me deu um abraço e saiu do meu apartamento.
Lembrar de Frederico ainda era difícil, eu o amava muito e quando ele simplesmente pediu demissão da grenff, me culpou pela própria decisão e foi para a França. Mesmo após dois anos de sua saída, ainda me dói um pouco.
Tudo que eu queria era me sentir amada apenas, Fred me salvou tantas vezes quando comecei na Grenff, ele era um dos diretores de marketing, o Sr. Copper sempre nos colocava para trabalhar em algum projeto juntos, resultando em Fred sempre vindo até a minha casa. Nos primeiros dias era apenas na sala de estar, trabalhando mesmo, depois ele quis me mostrar como cozinha bem e nos beijamos após cada prato feito e depois, para acabar com esse "relacionamento", eu, com apenas vinte e três anos, confessei para ele que nunca havia transado de verdade.
— Como assim, de verdade? — Frisou o Fred já com a mão em minha coxa.
— Já tive minha primeira vez, mas foi horrível e apenas me serviu de arrependimento.
— Então irei te mostrar o que é ter uma noite de verdade.
Fui usada aquela noite. Sim, essa era a palavra. Fred havia me prometido o mundo inteiro, mas o que conseguiu me dar foram apenas traumas e angústias. No dia seguinte ao ocorrido, eu abri a porta para sair para trabalhar e dei de cara com uma mulher, bonita mas um pouco acabada, feição cansada e deixou claro que era por causa da gravidez, ao seu lado havia uma criança que estava aos prantos.
— Posso ajudá-la? — Perguntei ao fechar a porta atrás de mim.
— Sim! Meu marido dormiu aqui ontem e queria te perguntar se sabia ou não que ele era casado? — As lágrimas já rolavam pelo rosto da moça, como se fizesse isso com certa frequência.
— Eu acho que deve ser engano... — Questionei mas algo dentro de mim me falava que ela estava certa.
— Frederico Bontelho, alto, moreno, tem uma pequena tatuagem perto da virilha com uma escrita em japonês e uma cicatriz na coxa esquerda. — Ela tirou um celular do bolso e o acendeu na frente do meu rosto. — Esse aqui!
Meu queixo caiu, caí no chão sem forças, eu mal conseguia encarar a grávida na minha frente.
Ela não fez algazarra, não se irritou, não gritou... Ela apenas abaixou ao meu lado e me deu um beijo na testa, me disse que eu era boa demais para ficar caindo no papo de homens como Fred. Um dia depois desse acontecido, ele pediu demissão da grenff mas, antes de mudar até de país, ele me culpou pela separação e por sua esposa ter tomado seu carro e sua casa. Quem me ajudou mentalmente foi o Sr. Copper, me deu conselhos de pai e disse que se caso o Frederico viesse me incomodar era para eu ligar imediatamente para ele.
Sofia não fez por mal, sei que ela falou por impulso. As roupas eram realmente dele e ironicamente ele e Scott tem a mesma estatura, precisava me livrar daquelas roupas e não criava coragem, Scott foi uma mão na roda nessa hora.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Anita Alves
homemquando quer pegar a presa e assim mente descaradamente/Tongue//Tongue//Tongue//Tongue//Tongue//Tongue//Tongue//Tongue//Tongue//Tongue//Tongue/s
2024-12-13
1
Caroline Souza
Que cafajeste, que horror desse Fred
2024-11-11
0