— Pai, largue isso aí! — falei ao puxar uma vassoura das mãos do meu pai. — O senhor não está bem, pelo que sei...
O velho riu da minha cara. Eu sabia que ele não estava passando mal, meu pai apesar de estar na casa dos cinquenta anos, tinha saúde de ferro.
— Vocês são esquisitos, não é? Fizeram tudo isso para que eu viesse correndo para cá? E o meu trabalho, como fica? — Andamos até a enorme varanda de madeira maciça e nos sentamos na grande mesa.
— Você acabou de nos contar que foi demitida, querida. — Minha mãe exclama assim que coloca um pedaço enorme de bolo de chocolate com vários morangos em cima. — É que tem uma pessoa que quer muito ver você...
Ela encarou meu pai e o mesmo abaixou o olhar. Eles não precisavam me dizer quem era, apenas pelo jeito que meu pai ficou eu já sei, Pietro Geveni, um italiano que morava no sítio ao lado dos meus pais. Ele se dizia muito apaixonado por mim, mas um dia ele tentou forçar demais as coisas, pediu a minha mão em casamento sem ao menos termos trocado o mínimo possível de intimidade.
— Por favor, não estraguem meu bolo... — Dei uma boa garfada e me permiti sentir cada pedaço daquele bolo.
— Desculpe, filha... Sabe que só queríamos evitar que ele fosse até a grenff atrás de você. — Meu pai falou com cumplicidade no olhar.
— Pai, Mãe... Muito obrigado pelo bolo e pela breve conversa, preciso voltar. — Entrei na casa e peguei a minha bolsa e as chaves do carro. — Eu vou procurar algum emprego, não posso ficar sem trabalhar.
Me despedi deles e voltei o mais rápido que pude.
[...]
Assim que voltei para o centro, fui direto para a cafeteria de frente para a grenff, assim que entrei o Steves me olhando incrédulo mas logo sorriu.
— Ora, ora... O que a senhorita está fazendo aqui? Não deveria estar trabalhando, sei lá... — Ele olha para a parede ao lado fixando os olhos em um relógio digital. — São onze horas da manhã!
— Preciso de um achocolatado, o mais doce que você tiver e com bastante chantilly. — Pedi, paguei o pedido no caixa e me sentei em uma das mesas bem de frente para a minha - ex - empresa.
Depois de alguns minutos, Steves aparece com o achocolatado em uma bandeja, ele coloca o copo na minha frente e se senta.
— Não vou mentir, estou curiosíssimo! — Ele fala se ajeitando ainda mais no banco de couro vermelho.
— Fui demitida... — Falei sem sentir um pingo de dor.
— Nossa, beba! Se quiser, faço outro até mais forte...
Steves sabe o quanto eu amava trabalhar naquele lugar, eu vim aqui tomar café na minha entrevista e ele me deu vários conselhos sobre como entrar e crescer na grenff, graças ao seus olhos e ouvidos, ele ouvia bastante conversas dos executivos da revista, sabia o que procuravam, o que detestavam... Eu devo muito a ele.
— E foi isso... — Contei tudo que aconteceu na manhã de hoje, Steves tirou a touca higiênica da cabeça e passou a mão por seus cabelos loiros mel, deixando os cachos ainda mais bagunçados.
— Não sei nem o que dizer... — Ele fez uma pausa dramática, então o alto prédio do outro lado da rua e voltou a me olhar. — Eu sinto muito, sei o quanto se dedicou nesses cinco anos, ganhou a confiança do antigo CEO e agora tudo parece ter sido jogado fora.
— Mas tudo bem, certo? Vou para casa, tomar um banho e relaxar. Preciso começar a procurar vagas de emprego.
Steves me desejou boa sorte, apesar de ser mais novo que eu, ele era maduro, sabia que nossa amizade era apenas isso, amizade. Saí da cafeteria e não ousei olhar para a grenff, entrei no meu carro e fui para o meu apartamento.
[...]
Tomei um longo banho, lavei meu cabelo e vesti um vestido curtinho de cetim — que acabou virando pijama pois, achei inapropriado sair na rua com ele. Passei bastante óleo corporal, queria me sentir bem com a minha própria companhia.
Não estava afim de fazer muita coisa, nem almoçar... Dei uma olhada rápida na internet, vi algumas vagas interessantes e enviei o meu currículo. Preparei um super balde de pipoca e muito brigadeiro.
Descontar a minha raiva em comida era a minha terapia favorita.
Aproveitei o tempo nublado e fechei todas as cortinas de casa, coloquei um difusor com cheiro de morango & champagne e liguei a televisão em um filme qualquer de natal.
Estava focada no filme e na minha pipoca quando ouvi a campainha tocar incansavelmente. Me levantei e olhei a tela ao lado da porta, o que eu vi ou melhor, quem eu vi fez minha boca abrir em choque.
— Abra! Sei que está aí! — Scott disse enquanto batia na porta.
Minha curiosidade foi maior do que a minha raiva.
— O que foi? — Abri a porta de uma vez e a visão que eu tive foi de gargalhar alto. — Estava em alguma fonte termal e te ofereceram um banho de lama?
Ele estava ensopado! Havia lama até em seus olhos.
— Não estou brincando, Srta. Thompson!
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Atualizado até capítulo 61
Comments
gata
Kkkkk onde ele achou a lama? Será que foi os funcionários 😳
2024-12-13
0
Rodinélia Souza Oliveira
Já começou o castigo 😋😃🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣😋😋🤣🤣🤣🤣🤣
2024-12-14
0
Anita Alves
kkkkkkkkkkkkk bem feito/Angry//Angry//Angry//Angry//Angry//Angry//Angry//Angry//Angry//Angry/
2024-12-13
1