A mansão dos Cooper brilhava à luz das velas que decoravam a longa mesa de jantar. O ambiente era opulento, com cada detalhe cuidadosamente pensado para exalar a sofisticação. Do lado de fora, o jardim iluminado contrastava com o céu noturno, enquanto dentro, o silêncio era cortado apenas pelo tilintar discreto de talheres e pratos.
Samuel Cooper, o patriarca, estava sentado na cabeceira da mesa, com um ar satisfeito. Ele observava o filho, Scott, que jantava em silêncio ao lado de Donna. O clima entre eles estava tenso desde a reunião com Donavam, mas Samuel parecia alheio a isso.
— Então, filho — Samuel começou, sua voz grave e firme. — Como foi seu primeiro dia oficialmente no comando? Eu sei que você já está na empresa há um tempo, mas hoje marca o início da sua verdadeira liderança. — Ele sorriu, cortando um pedaço de carne. — E claro, como foi a reunião com o Donavam? Espero que tudo tenha corrido como planejado.
Parei de cortar minha comida por um momento. Minha mandíbula tensionada denunciava a frustração que eu vinha tentando esconder desde a reunião. Eu troquei um olhar rápido com Donna, que manteve a cabeça baixa, concentrada em sua refeição, antes de responder.
— Foi... interessante. — Eu disse, hesitando levemente. — A reunião com Donavam não foi exatamente o que eu esperava.
— Interessante? — Samuel arqueou uma sobrancelha. — O que isso quer dizer, Scott? Donavam é um velho amigo e um grande cliente. Ele gosta de provocar, mas no final sempre assina o contrato. O que aconteceu?
Eu respirei fundo, tentando manter o tom neutro.
— Ele fez uma exigência. Algo fora do comum. Ele quer que Clarisse trabalhe na página dele.
A faca de Samuel parou no ar. Ele piscou algumas vezes, confuso. — Clarisse? — Sua voz ecoou pela sala, mais grave agora. — Clarisse, a minha diretora?
— Ex-diretora. — Eu o corrigi, com uma leve tensão na voz.
— Ex? — Samuel deixou os talheres de lado, a surpresa clara em seu rosto. — Do que você está falando?
Donna, até então silenciosa, olhou para mim como se pedisse permissão para intervir. Então, suspirei antes de falar.
— Eu a demiti, pai. Há alguns dias. Tomei a decisão depois de analisar todos os funcionários. Ela não me parecia confiável, e com os cortes de orçamento, achei que...
— Você o quê? — A voz de Samuel subiu um tom, interrompendo Scott. Seu rosto, que até então estava relaxado, endureceu imediatamente. — Você demitiu a Clarisse? Você sequer consultou alguém antes de tomar essa decisão?
— Eu estava tentando otimizar a equipe e cortar custos. Ela não se encaixava na estratégia que planejei. — Eu tentei me justificar, mas sabia que a explicação não satisfaria o meu pai.
— Cortar custos? — Samuel deu uma risada incrédula, sua voz agora carregada de frustração. — Clarisse era uma das funcionárias mais valiosas que temos! Ela conhece a empresa melhor do que qualquer um. Ela estava comigo em todas as reuniões importantes, cuidando de tudo nos bastidores. Como você pôde ser tão precipitado?
Donna pigarreou levemente, tentando acalmar a situação.
— Scott estava seguindo o plano de reestruturação que discutimos, senhor. Clarisse não parecia essencial naquele momento...
— Não parecia essencial? — Samuel lançou um olhar severo para Donna, antes de voltar-se para Scott. — Você não tem ideia do valor de Clarisse, não é? Ela era praticamente o meu braço direito. A mulher cuidava de coisas que você nem sabia que precisavam ser feitas. Eu confiei a ela responsabilidades que nenhum outro funcionário poderia lidar!
— Pai, eu não sabia que você a envolvia tanto... — Eu disse, tentando apaziguar a situação, mas o rosto de Samuel já estava avermelhado de raiva.
— Isso é óbvio! — Samuel bateu com o punho na mesa, fazendo os pratos tremerem. — E agora Donavam a quer! Ele sabe do valor dela, e você, que deveria saber mais do que ninguém, a demite? Você colocou em risco um dos nossos maiores contratos por puro ego e falta de visão!
Fiquei em silêncio, sentindo o peso das palavras do meu pai. Eu sabia que havia cometido um erro, mas a maneira como Samuel me repreendia fazia a frustração crescer dentro de mim.
— E agora, o que vai fazer? — Samuel perguntou, sua voz ainda afiada. — Vai perder um cliente importante porque não quis ouvir? Você vai recontratar a Clarisse e vai fazer isso imediatamente. Caso contrário, você nem precisa voltar ao escritório amanhã.
Olhei para o meu pai, surpreso com a severidade de suas palavras.
— Pai, você realmente quer que eu...
— Não é uma questão do que eu quero, Scott. — Samuel o interrompeu, levantando-se da mesa. — É uma questão do que é melhor para a empresa. E você vai corrigir esse erro, ou não vai durar um mês no meu lugar.
Samuel saiu da sala sem esperar resposta, deixando eu e Donna em um silêncio desconfortável. Donna, sempre diplomática, inclinou-se levemente para mim e disse baixinho:
— Eu avisei que seu pai tinha um carinho especial por Clarisse.
Eu apenas suspirei, sentindo o peso da responsabilidade cair sobre seus ombros como uma pedra.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Alexsandra Sousa
🤣🤣🤣🤣🤣🤣adoooorooo ,não fez a lição de casa,tirou nota vermelha 😉🤣🤣🤣🤣🤣
2025-02-27
0
Carmen Borges de Oliveira
bem feito, vai dirigir a empresa e não sabe de nada kkkk
2025-03-23
1
erica taiara Forgerini
Toma distraído
2025-01-31
1