CAPÍTULO 15

Meu coração palpitou de uma forma que eu não conseguia conter, minha respiração saiu do controle e em meu corpo irradiou uma corrente elétrica apenas pelo leve toque que ele fez no meu cabelo. Um arrepio e a ansiedade tomou conta do meu corpo, os olhos estreitos de Scott me encarando, parecendo estar hipnotizado, me deixou extremamente fraca. Por um breve momento fiz uma leitura de seus lábios e em seus olhos, pude jurar que eles estavam implorando por um beijo. Fechei meus olhos instintivamente na esperança de que ele me entendesse e se aproximasse de mim, mas antes mesmo de acontecer a campanhia disparou a tocar me fazendo recobrar a consciência e lembrar que era apenas mais um rosto bonito na terra e eu, trabalhava para ele.

— Querida, não sabia que iria vir também... Donna falou ao colocar sua bolsa em cima do sofá. — Eu não demorei muito, não é?

— Até que não. — Scott respondeu com naturalidade. — Quer um suco, mãe?

Oi?

— Mãe? Quem é mãe aqui? — Perguntei confusa e eles riram de mim.

— Ela não é minha mãe biológica, mas me criou e amou muito o meu pai, então...

— Vocês... Você e o Sr. Samuel são casados? — Falei exasperada.

Sempre ouvia as piadinhas dele para cima da Sra. Donna, mas nunca achei que fossem verdadeiras.

— Sim, querida! Acontece que eu trabalho aqui a várias anos e sempre fui secretária da presidência, ouve uma época em que o Samuel preciso ter um herdeiro para assumir seu lugar, os acionistas da empresa praticamente o obrigaram a ter um filho. — Ela abraçou Scott de lado com os olhos cheios de lágrimas. — Acontece que eu estava saindo de uma separação conturbada e o homem com quem fiquei casada por dois anos exigiu uma multa altíssima para mim, arrumou várias provas falsas e pagou o juiz para que tu tivesse que pagá-lo. O Samuel me ajudou e em troca, fui barriga de aluguel para ele, com óvulo de outra pessoa. Mas nós dois nos aproximamos bastante e decidimos ficar juntos já que eu daria luz ao filho dele e desde então somos uma família.

— Uau! Vocês são ótimos em esconder as coisas. Ninguém sabe, nem a imprensa que é tão fofoqueira.

— Já calamos algumas com dinheiro, infelizmente só assim... Vamos começar? — Scott disse levantando as mangas da blusa dele.

— Olha, eu ainda não entendi porque eu estou aqui. — Falei meio sem jeito.

— Você não falou pra ela? — Donna perguntou para Scott. — Você trouxe ela para cá sem falar o que era? — Ela deu alguns tapas no braço dele e depois virou para mim.

— Domingo será aniversário do Samuel, ele nunca comemorava pois Scott sempre estava estudando ou trabalhando em algum outro país, mas dessa vez ele está aqui, então vamos aproveitar isso.

Nos sentamos no sofá e começamos a planejar tudo. Donna ia me falando o que precisaríamos e eu ia anotando tudo no tablet da empresa, ele sempre ficava em minha bolsa.

Scott não parava de me olhar, principalmente depois de secar sozinho uma garrafa de vinho.

[...]

— Já que marcamos tudo, irei indo embora, Samuel já deve estar em casa. — Donna falou após abraçar o filho e virar-se para mim. — Quer carona? Ou está de carro?

— Meu carro está aqui, muito obrigado. — Agradeci dando um beijo no rosto dela.

— A Thompson vai ficar, mãe. Ainda temos um assunto para falar, mas é sobre a Empresa.

Ela apenas concordou com a cabeça e entrou no elevador. Assim que a porta fechou fui encurralada na parede ao lado dela.

— Onde eu estava mesmo? — Ele perguntou segurando meu queixo.

— Em lugar algum. Se afaste! — Falei na tentativa de quebrar esse clima completamente palpável.

— Você é arisca demais, Clarisse. Mas, sei que a partir do momento que eu beijar você não terá mais volta. — Ele disse calmo enquanto alisava meu rosto com a costa da mão. — Eu estou tão encantado com você que sei muito bem que após ter o mínimo de contato com a sua boca, vou querer explorar cada pedacinho seu. Sei também que o que eu sinto não vai se apagar, por enquanto é só uma pequena vela acessa, mas estou na ponta de um precipício e se eu der apenas um passo à frente, essa vela se tornará uma chama intensa e após isso uma fogueira e quando eu achar que não poderá mais piorar, irá se tornar um incêndio incontrolável, Srta. Thompson. Então, se você me odeio o tanto que demonstra e não quer cair naquela cama rodeada de paredes de vidros e lençóis pretos, sugiro que para de usar esse maldito cheiro e essas saias tão apertadas.

Segunda vez.

Segunda vez que ele me deixava sem resposta, sem reação... Eu mal conseguia reagir com ele tão próximo, nunca alguém me dominou dessa forma, apenas usando palavras.

Me afastei dele, juntei as minhas coisas e entrei no elevador, antes da porta fechar o vi levantar uma taça de vinho para mim e a beber.

Só pode ser um sonho.

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Comments

Gisa Mendes

Gisa Mendes

Hummm...acho que inventaram essa "história" que a mãe dele morreu no parto para encobrir a verdade...e depois de um tempo de convívio se apaixonaram e resolveram ficar juntos...
Será que é isso?

2025-03-25

0

Gilvanise Azevedo

Gilvanise Azevedo

Ai é que eu usava esse perfume pra ele deixar de ser idiota....

2025-01-26

0

🦊Guminho🦊

🦊Guminho🦊

não entendi , se ela não é mãe biológica , se a mãe dele morreu no parto , como ela foi barriga de aluguel ? scoot mesmo fala que ele tinha 15 anos quando Donna casou-se com samuel . autora fiquei confusa agora .pode mim explicar ?

2024-12-07

4

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