O jantar

Ele acaba de tomar banho e sai, como se aquele Pitbull duro não fosse nada. Depois do jantar, vamos ver quem pode mais.

Fui ao quarto me trocar, coloquei o vestido verde, justo que desenha meu corpo, a saia vai até o meio da coxa todo em renda, por baixo coloquei o conjunto preto todo rendado e a tira da liga bem na beira onde termina a saia.

Passei uma maquiagem leve, um batom vermelho e um salto de 15 cm, assim fico na altura do Ricardo.

Me olhei no espelho e me achei muito gostosa, vamos ver se vou ter que pedir, senhor meu marido, hoje acabo com você. Deixei avisado para a Suzy que me desse um toque quando Ricardo saísse do quarto, me troquei no quarto do lado, técnica da surpresa, sempre funciona. Suzy bate na porta e eu saí, ele ia saindo do quarto principal todo perfumado, penteado e com um terno bordô.

Meu marido é lindo e muito perfumado, quando ele me vê começa a me avaliar de cima para baixo, quando chega na coxa fica parado, acho que tentando ver o que tem no pingente e ainda ele nem me viu andando.  

— Você está linda, minha bela. Fui eu que escolhi esse vestido para você?  

— Foi, sim, por quê? Não gostou?  

— Acho que estou querendo morrer de tesão, esse vestido pede para ser tirado, você está muito gostosa, o que tem nesse pingente pendurado na sua coxa?

— Espera ver o resto.

— Que resto? O que eu não estou vendo? A única coisa que não defini foi o pingente, porque só consigo ver um pedaço.  

— Você vai descobrir, fica tranquilo. E posso te garantir que o pingente é o menor dos seus problemas. Ele me dá o braço e descemos jantar. A mesa foi posta com requinte, e as luzes foram apagadas, ficaram só as luzes laterais, as velas foram acesas e o cheiro de flores está tomando conta do ar.

Agradeci ao pessoal da cozinha que organizou tudo e pedimos que saíssem, levei-os até a porta e virei de frente com ele, e fui na sua direção olhando a reação dele à hora que visse a minha liga aparecendo e o pingente com um osso.

“Ricardo”

 Quando vi Eliza saindo do quarto, fiquei extasiado da beleza que estava na minha frente.

Quando comprei o vestido, sabia que ia ficar bonito, todo justo, grudado como uma segunda pele, mas nada me preparou para a beleza que está na minha frente.

E o perfume parece que me atrai, mas não vou estragar a noite dela, vou me segurar até o final, dei o braço para ela e descemos as escadas. Ela me disse que ainda não vi tudo, o que será que ainda não vi? Acho que é o pingente, mas ela disse que ele é o menor dos meus problemas. Chegamos à sala, ela vai até a porta e dispensa os funcionários.

Vira de frente comigo e vem minha nossa, a liga aparecendo naquela coxa dela me hipnotizou, tem um osso no pingente, não consigo parar de olhar.

Quanto mais perto ela chega, mais meu Pitbull quer sentir aquela liga.

Calma, meu amigo, eu sei que você quer comer aquele osso, mas vamos ter que esperar, isso se eu sobreviver essa noite, ela vai me matar.  

  — Gostou da surpresa, Ricardo.

   — Adorei, isso também fui eu que comprei para você?   

 — Não! Isso, fui eu que comprei para você, achei que você ia gostar da combinação, o que você achou?

— Uma combinação explosiva, você vai me enlouquecer até o final da noite, minha bela. Você não vai me deixar ver seu pingente mais de perto?

— Agora não vamos jantar primeiro, aí penso se deixo você comer mais de perto, meu pingente.  

— Acho que perdi a fome, vem aqui um pouco, bem pertinho de mim, me deixa olhar para você. Eliza se aproxima e eu levei minha mão, toquei a liga e peguei o pingente na mão.

— Esse osso é para meu Pitbull?

— Pode ser quem sabe?

Coloquei a mão na coxa dela e, quando subi a mão, não tem nada, comecei a perder o foco, não acredito que ela esteja sem calcinha.   

— Eliza está faltando uma peça aqui, não está?  

— Você quer que eu vá lá em cima colocar?

— Não! Isso está ficando ótimo, senta aqui ao meu lado, por favor, não quero você longe de mim. Ela sentou do lado e eu resolvi entregar minha parte da surpresa antes que eu perca totalmente o foco. Enfiei a mão no bolso e tirei uma caixinha, entreguei a ela.  

— Não tive tempo para te dar um anel de noivado, mas estou resolvendo essa falha agora. Elisa quer namorar comigo?  

Vi ela abrir a caixinha e ficar emocionada com o anel, colocar no dedo e disfarçar.

— Estou ficando maluca, somos casados e você me pede em namoro?  

— Quero fazer todas as fases com você, então vou começar te pedindo em namoro.   

— Tudo bem, eu aceito, que jeito vai ser isso? Eu nunca tive um namorado, então não sei ao certo como agir.  

— Vamos passear, se conhecer e dividir experiências boas juntos.

— E a parte do namoro?  

— Está na sua mão, o que você pedir, eu faço, mas vai ter que pedir.

— Não acredito nisso, você vai mesmo ficar nessa que vou ter que pedir?  

— Sim, não vou abrir mão, você tem que pedir, não é difícil, quer ver, vou te dar um exemplo.

   — Eliza, me dê um beijo agora, senão vou morrer de vontade de sentir seu gosto.  Agora é só você vir aqui e me beijar, e satisfazer o meu desejo por você.

“Ricardo”

Vi ela levantar e virar o corpo, sentar no meu colo e me beijar, com calma, e vai aprofundando o beijo até eu começar a ficar sem ar. Ela vai me matar, mas vou aguentar, minha bela. Você vai ter que pedir. Levantou-se de novo e sentou-se na cadeira do lado. Estou tendo que me concentrar em outra coisa, porque cada vez que olho para ela, imagino minha mão acariciando o meio das pernas dela, que está sem calcinhas.

  — Viu só, pede e eu farei o mesmo.  

— Vamos comer, Ricardo, é só o que vou te pedir por agora.

Ricardo está irredutível, como vou fazê-lo se render a mim?

— Você é muito má, são só algumas palavras e faremos tudo o que você pedir. Arranco esse seu pingente nos dentes e o Pitbull vai brincar com sua amiguinha, que já deve estar melada esperando por ele.   

— Vamos ver quem vai pedir o que, até o final da noite.  

— Te dei um anel lindo, você poderia pelo menos ficar grata e me pedir alguma coisa.

  — Tá bom, vou pedir, mas não agora mais tarde.  

— Isso é uma promessa?

— Claro, eu vou te pedir alguma coisa hoje, eu prometo.

Ricardo é teimoso, mas eu também sou, ele vai implorar por mim. Ou não me chamo Eliza Rico.

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