Meu marido

Não deu 5 minutos, a empregada entrou chorando no quarto, abracei-a e perguntei:  

  — O que aconteceu? Você está bem?  

— O senhor Ricardo me mandou embora, disse que não sirvo nem para limpar o chão da casa.

Nossa, ele pegou pesado, mas vou lá e vou falar umas verdades para ele. Quem ele pensa que é para tratar a moca assim?  

— Calma, pode voltar ao seu trabalho que cuido disso.  

— Obrigado, senhora.

“Empregada”

Consegui, bem que o senhor Ricardo falou que, se eu chorasse direito, ela ia descer para defender-me. Só não sei se ele esperava que ela iria descer de baby-doll.

“Eliza”

Cheguei na sala, aí que reparei que estou de baby-doll, mas o que importa? Ele já viu tudo, chamei, mas ele não me respondeu, continuei procurando e o encontrei sentado na sala lendo um jornal, como pode ser tão bonito, cheguei com tudo.  

— Ricardo, se cada vez que eu recusar comer com você, você mandar a empregada embora até o final do mês, estaremos só eu e você aqui.  

— Boa noite! Para você também, minha bela. Até então, ele não havia levantado a cabeça para me olhar. Quando me olhou, ficou parado, me medindo de cima embaixo.

— Acho que fiquei com fome de outra coisa, você está muito gostosa nessa roupa.

“Eliza”

Tentei fugir, mas ele foi mais rápido, me pegou pela cintura e começou a me beijar no pescoço.  

— Não foge de mim, minha bela. Você cheira muito bem, eu fico louco de tesão cada vez que sinto seu cheiro.

— Ricardo, eu só vim porque você mandou a coitada da empregada embora porque eu não desci, então vim te avisar que ela vai continuar conosco.

— Eu sabia que você não ia deixar eu cometer uma injustiça com a moça, devido a uma teimosia sua.

— Teimosia minha? Você é um cretino mesmo, tem mais que jantar sozinho.

— Não vou, não, hoje vou deixar você manter ela no emprego, mas se amanhã você não descer, eu mando embora e não vou retroceder, sou o senhor da casa e eu quem mando.  

— Pois fique aí mandando, senhor da casa, eu vou dormir.

— Se você subir, mando-a embora agora.  

— Você não faria isso?  

— Quer apostar? Suzy vem aqui.  

— Tudo bem, Ricardo, eu janto com você, deixe a moça em paz. Você já traumatizou ela, falando que ela não serve nem para limpar o chão.

Suzy, já estava esperando o que seu patrão tinha a dizer.

 — Pode ir, Suzy, muito obrigado por sua atenção e avisa todos os empregados que quero privacidade, pode deixar que eu e minha esposa nos servimos.  

— Sim, senhor.

“Ricardo”

Mandei a cozinheira preparar uma ceia especial, para comemorar nosso casamento, e quando Eliza não desceu, pedi para a empregada subir chamar-lhe. Quando a empregada voltou com a resposta, tive vontade de subir lá e trazê-la à força, mas tive uma ideia, mandei a menina chorar e falar para Eliza que a mandei embora, tenho quase certeza de que ela vai se compadecer da situação e vem discutir comigo. Só não esperava que ela descesse de baby-doll e descalça, quase tive um infarto quando ergui minha cabeça do jornal que eu estava fingindo ler e vi minha bela.

Tão linda na minha frente, nossa, a ideia deu certo, mas como vou conseguir ficar sem colocar as mãos na minha esposa? Que coisa mais gostosa que está na minha frente! Começou a falar defendendo a empregada e eu só pensava em possuir e chupar cada pedaço daquele corpo maravilhoso. Quando ela percebeu meu olhar em cima dela, tentou fugir, mas peguei pela cintura e dei um beijo no pescoço. Quando ela me mandou parar, resolvi usar a coitada da empregada para mantê-la comigo. Achei seu ponto fraco, minha bela, agora vai fazer o que eu quiser.

“Eliza”

Fomos jantar, quando chegamos à mesa, estava tudo arrumado para um jantar romântico, flores na mesa, suporte com velas aromáticas, pratos em formato de coração, e os guardanapos dobrados de um jeito formando o símbolo do infinito.  

— Que mesa linda, foi você que mandou arrumar?

— Foi, você gostou?  

— Adorei, mas por quê?

— Para comemorar nosso casamento, minha bela.  

— Nosso casamento é uma farsa, não precisava ter tanto trabalho por nada.

 — Eliza, vamos viver juntos um ano, será que podemos ser pelo menos amigos?  

— Você quer ser meu amigo? Como vai funcionar?  

— Prometo para você que só vou fazer com você o que você me permitir.

Fiquei olhando para ele, tão lindo, mas tão sem vergonha, será que dá para confiar? Será que vou conseguir me controlar? Acho que vou tentar, não dá para viver brigando.

— Tá bom, Ricardo, mas não se esqueça, promessa é dívida. Só vamos ser amigos.

Ele abre um sorriso, e eu quase me perco nos olhos verdes dele. Vai ser difícil conviver com esse homem lindo e não fazer nada. Sentamos jantar e ele não tentou me tocar, me serviu um filé ao ponto que estava delicioso e a conversa fluiu tranquilamente.  

— Eliza, qual sua cor favorita?  

— É verde, Ricardo, e a sua?  

— Dourado, como seus cabelos, desculpa, prometi não te pressionar, mas você é tão linda, que não consigo me controlar. Pensa como um elogio de um amigo.  

— Deixa eu tentar, Ricardo, o que você faz nas horas vagas?  

— Faço paraquedismo, qualquer dia desse levo você comigo.  

— Isso é meio perigoso, não é?

 — Feito com as medidas de segurança certas, é bem seguro e a emoção é tanta que não sei nem te descrever, é como andar de montanha-russa, mas o pico de adrenalina é mil vezes maior. Só a nossa transa daquele dia superou a adrenalina do salto.

— Quem sabe um dia crio coragem e vou com você, mas sou mais de assistir a um bom filme, conversar com pessoas interessantes, jogar xadrez.

— Você não me parece ter paciência para jogar xadrez.  

— Você não me conhece, não sabe nada de mim.  

— Sei, sim, sei que você adora um sexo bem feito, ama sua liberdade, é órfã e me ama, só não sabe ainda.

— Estava muito bom para ser verdade, estávamos até conversando, mas você já estragou tudo. Que tipo de amigo fala de sexo a cada duas frases?

— Por quê? Falei alguma mentira? E aquele tipo de amigo que não quer ser só um amigo.  

— Muito obrigado pela refeição, acho melhor eu ir dormir, boa noite, Ricardo.

  — Me espera, não esquece que vamos dormir juntos.

— Nossa, eu havia esquecido esse detalhe. Vou ter que dormir com você.

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