Um Dia para Recordar.

O sol começava a despontar no horizonte quando finalmente chegaram em Rachel. O céu, tingido de tons suaves de laranja e rosa, iluminava as ruas vazias da cidade. A mãe de Tsubaki dirigia em silêncio, exausta após a longa viagem. Tsubaki, Seraphin e Ethan estavam igualmente cansados, mas aliviados por estarem de volta.

Quando chegaram à casa de Tsubaki, a sua mãe os conduziu até a porta, suspirando de cansaço.

- Bem, já que vocês estão aqui, preciso saber onde todos vão ficar - Disse ela, lançando um olhar questionador para Seraphin e Ethan.

- Tsubaki, que parecia ter algo em mente, hesitou antes de responder. - Eu tenho um lugar onde eles podem ficar. Um quarto secreto que ninguém usa. Está dentro do meu closet.

Seraphin e Ethan se entreolharam, surpresos.

- Um quarto secreto? - Repetiu Seraphin, intrigada.

- Sim, - Confirmou Tsubaki, abrindo um leve sorriso.

- Eu fiz dele meu quarto de jogos. Tem uma TV, duas camas de solteiro, um sofá, uma geladeira com algumas besteirinhas e até um banheiro. - É perfeito para vocês ficarem.

A mãe de Tsubaki franziu a testa, mas acabou concordando. - Tudo bem, desde que vocês não façam bagunça.

Eles subiram as escadas, ainda meio incrédulos, e Tsubaki abriu a porta do closet do quarto dele, revelando uma pequena escada que levava a um cômodo escondido. O quarto de jogos era aconchegante, com um clima acolhedor e confortável. A TV ocupava uma das paredes, e as camas de solteiro estavam estrategicamente posicionadas em cantos opostos do quarto. No meio, havia um sofá macio e, ao lado, uma pequena geladeira que emitia um leve zumbido. O banheiro, embora pequeno, era funcional.

- Isso é incrível - Disse Ethan, impressionado. - Como você conseguiu tudo isso?

- Tsubaki deu de ombros, tentando parecer casual. - Eu fui juntando aos poucos. Era meu espaço para ficar sozinho, mas agora é de vocês também.

- Seraphin sorriu, aliviada. - Obrigada, Tsubaki. Isso vai nos ajudar muito.

Eles arrumaram suas coisas rapidamente e, exaustos, se deitaram nas camas, adormecendo quase instantaneamente. A viagem havia sido longa e cansativa, e o conforto do novo espaço foi bem-vindo.

Horas depois, o sol estava alto no céu quando Tsubaki acordou primeiro. Ele olhou para os amigos, ainda dormindo profundamente, e decidiu que era hora de mostrar um pouco mais da cidade para eles. Acordou Seraphin e Ethan com um sorriso.

- Vamos ao shopping hoje - Anunciou ele.

- Vocês precisam de roupas novas, sapatos, e também de um pouco de diversão.

Seraphin e Ethan se espreguiçaram, ainda sonolentos, mas animados com a ideia.

- Shopping?. - Perguntou Seraphin, empolgada.

- Vamos nos trocar e sair. - Exclamou ele empolgado

Depois de se arrumarem, os três seguiram para o shopping. O lugar era gigantesco, com várias lojas, restaurantes, e até um parque de diversões interno. Tsubaki liderava o grupo, mostrando tudo com entusiasmo.

Eles começaram pelo parque de diversões. Tsubaki, que recebia uma mesada generosa, insistiu em pagar pelos ingressos. Subiram em montanhas-russas, se perderam em casas de espelhos e riram até o estômago doer em brinquedos que giravam e os deixavam tontos.

- Seraphin estava radiante. - Isso é tão divertido!. - Eu nem lembrava o quanto gostava de fazer isso.

Ethan, que normalmente era mais reservado, estava rindo abertamente, se deixando levar pela euforia do momento.

- Eu não fazia ideia de que você era tão rico, Tsubaki. - Brincou, enquanto se preparavam para mais um brinquedo.

- Eu só sou bom em economizar. - Respondeu Tsubaki, dando uma piscadela. - Agora, vamos fazer umas compras.

Eles se separaram para explorar as lojas. Tsubaki foi com Ethan a uma loja de roupas masculinas, enquanto Seraphin, com os $100 que a avó de Tsubaki dera-lhe, foi em busca de algo que gostasse.

Tsubaki ajudou Ethan a escolher algumas roupas novas e um par de sapatos.

- Você precisa de roupas decentes. - Disse ele, analisando o estilo de Ethan. - Essas vão ficar boas em você.

Ethan, que não estava acostumado a ganhar tantas coisas de uma vez, aceitou com um sorriso tímido. - Valeu, Tsubaki. Isso é mais do que eu imaginava.

Enquanto isso, Seraphin encontrava peças que refletiam seu estilo único. Escolheu algumas blusas, um par de calças confortáveis, e até um vestido que a fez se sentir especial. Com o dinheiro que tinha, ainda conseguiu comprar um par de botas que combinava perfeitamente com o resto.

Depois de terminarem as compras, os três se reencontraram na praça de alimentação. Escolheram uma mesa e pediram diferentes tipos de comida. Enquanto comiam, relembraram os momentos divertidos que tiveram no shopping.

- Hoje foi ótimo. - Disse Seraphin, com um sorriso sincero. - Eu precisava disso.

- Eu também. - Acrescentou Ethan, mastigando um pedaço de pizza. - Foi bom poder relaxar um pouco.

Tsubaki olhou para os dois, sentindo um calor reconfortante em seu peito. - Sabe, eu estava pensando... passamos por tanta coisa juntos. Muitas vezes desconfiamos uns dos outros, mas hoje percebi que a única coisa que importa é que a gente se apoie. Se não pudermos confiar um no outro, em quem vamos confiar?

Seraphin assentiu. - Você tem razão. Estamos juntos nessa, e precisamos acreditar em cada um do grupo.

Ethan, que sempre foi mais cético, concordou. - É, vocês têm razão. Vamos fazer um acordo. A partir de agora, não importa o que aconteça, nós confiamos uns nos outros cegamente. Sem dúvidas, sem segredos.

Eles se entreolharam, sentindo a seriedade do momento, e concordaram em silêncio. Era um pacto que solidificava a amizade deles, algo que precisavam depois de tudo que enfrentaram.

O resto da noite foi tranquilo. Voltaram para a casa de Tsubaki, onde organizaram as compras, guardaram as roupas novas, e finalmente relaxaram. Estavam satisfeitos e felizes, sabendo que, a partir daquele momento, não estariam mais sozinhos. Independentemente do que viesse a seguir, enfrentariam juntos, confiando um no outro.

E assim, o dia chegou ao fim. Exaustos, mas com os corações mais leves, deitaram-se, com a certeza de que, mesmo em meio ao caos e ao desconhecido, tinham algo inquebrável: a amizade e a confiança que haviam construído naquele momento.

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