A noite pairava densa sobre o castelo, o silêncio cortado apenas pelo som do vento frio daquele inverno que uivava nas frestas das janelas. Nos aposentos de Arüna, a penumbra era quebrada pela luz fraca de velas, que tremulavam ao menor movimento. Ele estava sentado na beira da cama, os pensamentos tão caóticos quanto as chamas que oscilavam à sua frente.
A porta se abriu de repente, com força suficiente para ecoar pelo corredor. Arüna levantou os olhos, surpreso, ao ver Kaur entrar sem aviso, como uma tempestade prestes a desabar.
— O que está fazendo aqui? — Arüna perguntou, levantando-se de imediato.
Kaur não respondeu. Ele fechou a porta atrás de si, os olhos fixos em Arüna com uma intensidade quase predatória.
— Eu perguntei o que está fazendo aqui! — Arüna repetiu, a voz subindo.
— Você fala demais. — Kaur respondeu, a voz baixa, mas carregada de ameaça.
Ele avançou, e antes que Arüna pudesse reagir, Kaur o segurou pelos ombros, puxando-o para um beijo brusco e agressivo. Arüna tentou resistir, empurrando-o com as mãos, mas Kaur era mais forte.
— Kaur, me solte! — Arüna exigiu, a voz abafada pelo beijo.
Kaur o empurrou contra a cama, o peso de seu corpo esmagador. Arüna lutou, mas Kaur o imobilizou com facilidade, seu olhar tomado por algo entre raiva e desejo.
— Não me negue, preciso fazer agora. — Kaur murmurou, o tom frio enquanto segurava Arüna com firmeza.
— Espera! Me solte! — Arüna gritou, lutando para se soltar.
A interação que se seguiu foi tão intensa quanto violenta. Kaur começou a arrancar as roupas de ambos com brutalidade, rasgando os tecidos. Quando Arüna se deu conta ele ja estava metendo dentro dele.
— Ah...! Espera... — Enquanto lágrimas caiam pelo rosto, o disse com a voz trêmula— Tá doendo… Ngn...
— Você não é inexperiente nisso haah, só faça como sempre fizemos.
Sentando-se na cama, Kaur o pôs sobre o seu colo, o fazendo montar sobre ele, enquanto proferia beijos em toda a extensão de seu pescoço até peito.
— Espera...
— Arüna. — Kaur afastou a sua face do pescoço dele e acariciando o rosto de Arüna continuou— Você fala demais.
Ele avançou lentamente, sem pressa, mas com firmeza. Quando ficou próximo o suficiente para que Arüna sentisse seu calor em seus lábios, Kaur ergueu a mão, tocando-lhe as costas com cuidados, as deslizando até suas nádegas, os dedos ásperos contra a pele macia.
— Não vim aqui para brigar, você quer parar? — murmurou, o olhar fixo nos lábios de Arüna.
Arüna tentou manter a firmeza, mas a proximidade de Kaur sempre o deixava vulnerável. O calor do guerreiro parecia derreter suas defesas, e quando Kaur o puxou para um beijo, foi ele quem, dessa vez, cedeu.
O beijo começou intenso, cheio de urgência, mas logo se transformou em algo mais profundo, mais lento, como se Kaur estivesse tentando comunicar algo que não sabia colocar em palavras. As mãos dele desceram pelos braços de Arüna, apertando-o com força, mas sem machucá-lo.
— Não precisa me tratar como se eu fosse quebrar — Arüna murmurou, o olhar desafiador, enquanto Kaur sorria de canto.
— E precisa parar de fingir que não quer isso tanto quanto eu — Kaur respondeu, a voz grave.
— Mas eu não quero...
— Hahaha sei, vou fingir que acredito.
Kaur começou a mover seu quadril em direção à ele, indo fundo com movimentos de vai e vem intensos e excitantementes calculados, mas com um cuidado que contrastava com sua força. Ele se inclinou, os lábios viajando pelo pescoço de Arüna novamente, deixando uma trilha de beijos que arrancavam suspiros involuntários.
— Haah... ! Está indo muito...! — murmurou ele para Kaur contra sua pele, enquanto as mãos dele exploravam o corpo de Arüna, arrancando os tecidos com uma precisão quase meticulosa.
— Porra...! Tão apertado...! —Kaur com as mãos firmes segurando sua cintura enquanto guiava seus movimentos. O ritmo era lento, intenso, como se ambos estivessem tentando gravar cada momento na memória.
Arüna segurou nos ombros de Kaur, o rosto corado, os olhos fechados, enquanto deixava escapar um gemido baixo. Ele sabia que havia algo mais por trás daquele desejo avassalador — uma guerra de sentimentos que nenhum dos dois admitia.
— Você me tira do controle, Arüna... — murmurou Kaur, o tom quase um sussurro, enquanto seus olhos encontravam os de Arüna.
— Ah... Cala a boca um pouco.... — respondeu Arüna, sua voz suave, mas carregada de provocação.
E ali, na penumbra daquele quarto, o inverno parecia desaparecer, dando lugar ao calor de um encontro que, embora marcado por conflitos, era inegavelmente arrebatador.
Quando tudo terminou, Kaur se afastou, mas Arüna se levantou de imediato, segurando o próprio braço, a confusão queimando em seus olhos. "O que foi isso agora? Como nós fizemos hoje foi diferente..."
— E Indah? — Perguntou Kaur enquanto ainda estava recostado na cabeceira da cama, olhando Arüna com um olhar distante, diferente de alguns minutos atrás.
— Como?
— Se eu desconfiar que você da essa bunda pra ele eu o mato.
— O que você está dizendo?! — Arüna cuspiu, o tom carregado de desprezo.
Kaur o encarou, sem um traço de arrependimento no havia a acabado de dizer.
— E você é fraco. Com certeza qualquer homem pode se apossar aproximando-se.
— Por que você é assim? Você é um homem vazio Kaur...
As palavras atingiram Kaur como um golpe invisível, mas ele não demonstrou. Ao invés disso, deu um passo à frente, sua presença imponente.
— E você acha que esse joguinho de "rainha perfeita" vai te salvar? Acorde, Arüna. O mundo não gira ao seu redor.
— Melhor ser uma "rainha" do que um bárbaro sanguinário como você!
— Bom, mas o povo que é bárbaro aqui não é o meu — Arüna pegou um manto e saindo do quarto, bateu a porta com força.
Andando rápido pelos corredores, Arüna tentava segurar as lágrimas. Seu corpo ainda doía, mas a dor física era nada comparada à humilhação e à raiva que sentia. Ele se odiava por ter deixado Kaur se aproximar, por não ter conseguido afastá-lo.
Foi quando uma voz suave o chamou.
— Arüna.
Ele se virou e viu Indah, parado a poucos passos, a expressão cheia de preocupação.
— O que aconteceu? — Indah perguntou, aproximando-se com cuidado.
Arüna tentou desviar o olhar, mas os olhos de Indah o prenderam.
— Não quero falar sobre isso. — disse, a voz trêmula.
Indah ignorou a resistência e colocou uma mão gentil no ombro de Arüna.
— Por favor, fale comigo.
Arüna cedeu, as lágrimas finalmente escorrendo por seu rosto.
— Eu não aguento mais... Não aguento mais isso. Eu tô confuso, não sei o que devo fazer...
Indah o puxou para um abraço apertado, deixando que ele desabasse em seus braços.
— Estou aqui. Sempre estarei aqui.
Quando Arüna ergueu o rosto, seus olhos encontraram os de Indah. E antes que pudesse pensar, ele se inclinou, e os dois se beijaram. Foi um beijo carregado de emoção, doce e cheio de uma paixão que Arüna há muito tempo havia esquecido que existia.
Nas sombras Rahim, que seguia Indah a mando de Kaur, viu tudo. Ele prendeu a respiração ao testemunhar o beijo, sabendo que aquilo era muito mais do que uma indiscrição.
Ele começou a se afastar, tentando sair das sombras sem ser notado.
— Preciso contar ao senhor Kaur. — murmurou para si mesmo, apressando o passo.
Mas Indah percebeu o movimento.
— Rahim! — chamou, a voz firme e cortante.
Rahim parou, hesitando. Indah o alcançou em poucos passos, o rosto agora frio e determinado.
— Você não viu nada. — disse Indah, segurando o braço de Rahim com força.
— Meu dever é com o senhor Kaur. — Rahim retrucou, tentando se soltar.
Indah não respondeu. Em vez disso, puxou Rahim para uma alcova escura no corredor.
— Me solte, ou... — Rahim começou, mas foi silenciado por um golpe rápido e certeiro na lateral da cabeça.
O corpo de Rahim caiu no chão, desacordado, e Indah se abaixou, verificando rapidamente se ele ainda respirava.
— Não posso deixar você estragar tudo agora. — murmurou, antes de arrastar o corpo inconsciente de Rahim para uma sala trancada próxima.
Indah saiu logo em seguida, ajustando as roupas e retomando o ar de calma. Quando voltou ao corredor principal, Arüna já havia desaparecido.
— Preciso pensar rápido. — disse para si mesmo, os olhos brilhando com uma mistura de determinação e apreensão.
continua...
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Atualizado até capítulo 64
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