Capítulo 15: Ecos da Perda

A manhã chegou fria novamente, mas o castelo estava em um caos inusitado. O som de gritos e passos apressados ecoava pelos corredores, misturando-se com o barulho das portas sendo abertas e fechadas com pressa. Arüna acordou sobressaltado, o coração batendo forte no peito. Ele levantou-se rapidamente, ainda atordoado, ouvindo os murmúrios abafados que chegavam até seu quarto. Algo estava errado.

Levantou-se da cama, os olhos vagos, e caminhou até a janela. O pátio lá em baixo estava agitado. Servos e soldados corriam de um lado para o outro, alguns falando em voz baixa, outros com expressões tensas. O que acontecia?

Arüna vestiu-se rapidamente, apanhando a capa de linho que Indah havia-lhe dado, e saiu do quarto. Quando Arüna se dirigiu para perto do átrio de entrada do Palácio os criados tentaram detê-lo:

— Sua Alteza, por favor, volte para seus aposentos. Não é seguro aqui. — o servo disse, com a voz baixa e urgente.

Arüna o ignorou e tentou seguir em frente, determinado a entender o que estava acontecendo. Mas o deteram de novo.

— a minha Rainha, não deve passar por aqui!

— Realmente! A minha Senhora não deve ter tal visão! — Arüna recuou e tentou desviar deles, mas foi detido

— Com licença, mas preciso saber o que houve!

— Deixem-a passar. — Kaur apareceu atrás dos seus servos com uma expressão angucumprindo as suasecisa ver.

Foi quando ele finalmente pôde passar pelos criados que el ouviu o nome de Rahim.

“Rahim foi encontrado no pátio, morto…”

Arüna estremeceu. Não podia ser. Ele tinha visto Rahim, ele estava ali ontem, cumprindo suas ordens com devoção. A mente de Arüna ainda estava nublada pela noite anterior, mas a notícia o atingiu com força. Ele não acreditava. Rahim morto? E de que forma?

 A cada passo, o som de movimentação no castelo aumentava. Chegando perto da onde havia a concentração de servos e guardas, ele parou, a cena diante de seus olhos o paralisando.

— Observe bem. — Sussurrou Kaur o seguindo logo atrás.

Rahim estava no chão, sem vida, seu corpo estirado como um boneco de pano. O impacto de sua queda do décimo andar fora brutal. Seu rosto estava desfigurado, os olhos abertos e sem vida. A morte era inegável.

— O que aconteceu? — Arüna murmurou, com a voz falhando, enquanto deu um passo falho para trás, esbarrando em Kaur, que com as duas mãos o segurou em cada ombro.

— Mandei observar bem. Olhe com atenção. — O dizia sussurrando em seu ouvido— Ele era um dos meus melhores homens. Nunca haverá um seguidor mais leal à coroa do que ele. Terem deixado o corpo aqui foi uma ameaça.

— ... Ameaçariam a quem? Você?

— Não existe mais 'Kaur' e 'Arüna' aos olhos do povo, agora nós somos os Reis desse reino. Essa ameaça foi para nós dois. — Levantando seu rosto, enquanto soltava seus ombros, Kaur prosseguiu— Mas não se preocupe, eu mesmo farei questão de executar quem fez isso.

Após dizer isso, ele se retirou, o deixando sozinho, foi quando uma figura apareceu ao lado de Arüna. Indah, que já estava ali, observando a cena com um semblante fechado.

— Vossa Alteza, não é seguro. — Indah disse com firmeza, mas a preocupação era evidente em seu olhar.

— Ele... Ele foi jogado do décimo andar. — Arüna balbuciou, tentando entender a situação.

Indah não respondeu imediatamente, seu olhar se voltando para o corpo de Rahim, como se estivesse ponderando suas palavras.

— Sim, parece ser isso. O que Kaur e cochichavam? — Indah disse, mantendo a voz controlada, embora Arüna pudesse perceber a tensão nas suas palavras.

— … Ele disse que esse ataque foi uma ameaça para mim também.

— E você acredita? — Olhando em volta Indah o puxou para um canto e continuou— Vossa Alteza, está deixando se levar. Kaur não é seu parceiro, muito menos se preocupa com você. Devo lhe lembrar de como tudo começou?

A sensação de incerteza tomou conta de Arüna. Rahim tinha sido leal a Kaur, agora com sua morte Arüna temia que tivesse se deixando levar pela lábia do brutal Kaur.

Indah olhou para Arüna, percebendo sua confusão.

— Você tem razão, estou abaixando a guarda...

— Não pense em nada agora. Precisamos voltar aos seus aposentos. Está perigoso aqui. — Indah insistiu, pegando a mão de Arüna e o conduzindo de volta para dentro do castelo.

Enquanto caminhavam, Arüna sentia o peso da morte de Rahim o sufocando. Algo não estava certo, e a tensão que crescia no castelo era palpável. Ele podia sentir, mais do que nunca, que havia algo muito maior em jogo. Enquanto ao mesmo tempo tinha a sensação de que seria o próximo, isso o angustiava.

Ao chegarem ao quarto de Arüna, Indah o fez sentar-se, sua postura protetora, mas silenciosa.

— Eu não posso ficar aqui, Indah. A minha cabeça está a milhão — Arüna disse, a voz firme, mas cheia de um pânico subjacente.

Indah suspirou e se ajoelhou ao lado de Arüna.

— Não podemos agir com pressa. Kaur está cada vez mais nervoso. Se você sair agora, não será apenas você que estará em perigo. — Indah alertou, seu tom baixo e grave.

— Estou a falar de matá-lo Indah.

— E você pensa que nessa altura vai conseguir?

Arüna olhou para ele, os olhos cheios de frustração.

— Como? O que quer dizer?

Indah hesitou antes de responder, a preocupação agora mais evidente em seu rosto.

— Kaur não é alguém fácil de controlar, mas ele parece manso com Sua Alteza. E, honestamente, ele já está desconfiado de muita coisa. Se souber que o senhor sabe mais do que deveria… não sei o que ele pode fazer. Mas Sua Alteza está entregue demais a ele. Era para isso ter acabado logo na sua noite de núpcias e estendeu-se até agora, já faz duas semanas — Indah disse, o seu tom era diferente.

— ... Eu não tive oportunidade.

— Arüna. Não minta. — Com a voz mais firme, Indah parecia até outra pessoa falando. — Quantas vezes já teve que tirar a roupa para ele? Na próxima vez que dormirem juntos, suba por cima dele, o faça descontrair...

Indah pegou a adaga de Arüna que estava no chão do quarto, no mesmo lugar que ele havia deixado desde a primeira vez, e a pôs sobre o seu peito.

— Quando ele descontrair sua Alteza só terá que cravar no pescoço dele. Assim não terá como errar.

Arüna paralisou por um instante, a dor no braço que parecia não passar, lembrando-o de sua vulnerabilidade. Indah o encarou, seu olhar fixo e tranquilo, convicto do que havia acabado de falar.

— Não se preocupe comigo. O que importa agora é que você fique seguro, Sua Alteza. Pense em você. Não é por vingança que sua Alteza está aqui?

— ... Tem razão, estou perdendo o foco...

— Fique tranquilo, eu vou proteger você... — Dizia ele enquanto acariciava os cabelos de Arüna que estavam caídos sobre a sua face, o retirando delicadamente da visão do seu rosto, Indah o olhou nos olhos— ... Mas isso com Kaur so o senhor pode fazer.

Antes que Arüna pudesse responder, a porta se abriu com um estrondo. Kaur entrou no quarto, sua presença dominante invadindo o espaço.

— O que está acontecendo aqui? — Kaur perguntou, a voz carregada de tensão, os olhos estreitos.

Arüna o encarou, sentiu uma ansiedade que se misturava com um medo sutil. Afastando Indah de perto dele o prosseguiu dizendo:

— Eu pensei que tivesse batido a cabeça, só pedi para Indah conferir para mim.

Kaur ficou em silêncio por um momento, seus olhos passando de Arüna para Indah. A tensão no ar aumentava.

— Hum. Temos médicos aqui para isso, vocês dois sabem.

A presença de Kaur era sufocante, e Arüna podia sentir o peso das palavras que ele não dizia. A raiva de Kaur estava prestes a explodir, e isso não era bom para ninguém.

Indah olhou para Kaur, seu semblante inalterado.

— Então o que vamos fazer? Em relação ao acontecimento do rapaz morto? Vossa Alteza. — Indah perguntou, a voz controlada, mas carregada de um aviso.

Kaur se aproximou, seus olhos fixos em Arüna.

— Não são assuntos seus. Por enquanto eu fico com Arüna. Você pode se retirar.

— Por favor Vossa Majestade, Sua Alteza está cansada, dê um tempo para que—

— Mandei sair. — Kaur o interrompeu sem pensar.

Indah, sentindo a tensão crescente, olhou para Arüna, sua mão apertando suavemente a dele.

— Não se preocupe. Eu estou no quarto ao lado. — Indah sussurrou, mais para si mesmo do que para Arüna.

O castelo estava se desmoronando ao redor deles, e ele sentia que não tinha mais controle sobre nada.

A noite estava longe de terminar, e as peças do jogo começavam a se mover em direções que ele não podia prever.

continua...

Capítulos
1 Capítulo 1: a solução
2 Capítulo 2: A mentira, o noivo e o amante.
3 Capítulo 3: Na noite antes das núpicias
4 Capítulo 4: Esposa do Assassino, Assassina é
5 Capítulo 5: Temidos como devem ser
6 Capítulo 6: Consumido
7 Capítulo 7: Núpcias 1
8 Capítulo 8: Núpcias 2
9 Capítulo 9: Depois da Tormenta
10 Capítulo 10: Máscaras no Gelo
11 Capítulo 11: Farpas e Lâminas
12 Capítulo 12: Sob o Peso das Sombras
13 Capítulo 13: A Verdade Velada
14 Capítulo 14: Farpas e Cicatrizes
15 Capítulo 15: Ecos da Perda
16 Capítulo 16: Lâminas na Escuridão
17 Capítulo 17: Sol da comitiva
18 Capítulo 18: Traição e traidor
19 Capítulo 19: Sombras e Silêncios
20 Capítulo 20: Venenos e Verdades
21 Capítulo 21: Fios de Traição
22 Capítulo 22: Sombras do Julgamento
23 Capítulo 23: Entender
24 Capítulo 24: Fios de Traição e Verdades Veladas
25 Capítulo 25: O Confronto nas Sombras
26 Capítulo 26: Cicatrizes de Sangue
27 Capítulo 27: O Eco da Traição
28 Capítulo 28: Os Ecos da Traição 2
29 Capítulo 29: A Sombra do Luto
30 Capítulo 30: Sombras da confiança
31 Capítulo 31: Peso do Retorno
32 Capítulo 32: Marcas do Passado, Promessas do Futuro
33 Capítulo 33: Sombras e Intrigas em Calavag.
34 Capítulo 34: Jogo de honra e poder
35 Capítulo 35: Sob o Véu da Desconfiança
36 Capítulo 36: Jogos das sombras
37 Capítulo 37: Coração na tempestade
38 Capítulo 38: O frio da lâmina
39 Capítulo 39: Profundezas penadas
40 Capítulo 40: O Círculo se Fecha
41 Capítulo 41: Um Encontro de Sombras
42 Capítulo 42: O Retorno do Príncipe
43 Capítulo 43: Até a última gota de sangue
44 Capítulo 44: Correntezas do destino
45 Capítulo 45: A Cela da Condenação
46 Capítulo 46: O Prisão de Mentiras
47 Capítulo 47: Entre Correntes e Promessas
48 Capítulo 48: Sob a febre e o toque
49 Capítulo 49: Desejo e Dever
50 Capítulo 50: Ecos de vitória
51 Capítulo 51: Honra e Vitória
52 Capítulo 52: O que deu de errado?
53 Capítulo 53: Incertezas da Guerra
54 Capítulo 54: Entendendo os desentendidos
55 Capítulo 55: Limite da Rendição
56 Capítulo 56: Entrelaçados na Guerra
57 Capítulo 57: O último Caos.
58 Capítulo 58: A Fria Chuva
59 Capítulo 59: Confusão da Rainha
60 Capítulo 60: Silêncio da tenda
61 Capítulo 61: Caminhos do Sul
62 Capítulo 62: Novos Caminhos
63 Capítulo 63: As Cicatrizes do Passado
64 Capítulo 64: Afeto inegável
Capítulos

Atualizado até capítulo 64

1
Capítulo 1: a solução
2
Capítulo 2: A mentira, o noivo e o amante.
3
Capítulo 3: Na noite antes das núpicias
4
Capítulo 4: Esposa do Assassino, Assassina é
5
Capítulo 5: Temidos como devem ser
6
Capítulo 6: Consumido
7
Capítulo 7: Núpcias 1
8
Capítulo 8: Núpcias 2
9
Capítulo 9: Depois da Tormenta
10
Capítulo 10: Máscaras no Gelo
11
Capítulo 11: Farpas e Lâminas
12
Capítulo 12: Sob o Peso das Sombras
13
Capítulo 13: A Verdade Velada
14
Capítulo 14: Farpas e Cicatrizes
15
Capítulo 15: Ecos da Perda
16
Capítulo 16: Lâminas na Escuridão
17
Capítulo 17: Sol da comitiva
18
Capítulo 18: Traição e traidor
19
Capítulo 19: Sombras e Silêncios
20
Capítulo 20: Venenos e Verdades
21
Capítulo 21: Fios de Traição
22
Capítulo 22: Sombras do Julgamento
23
Capítulo 23: Entender
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Capítulo 24: Fios de Traição e Verdades Veladas
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Capítulo 25: O Confronto nas Sombras
26
Capítulo 26: Cicatrizes de Sangue
27
Capítulo 27: O Eco da Traição
28
Capítulo 28: Os Ecos da Traição 2
29
Capítulo 29: A Sombra do Luto
30
Capítulo 30: Sombras da confiança
31
Capítulo 31: Peso do Retorno
32
Capítulo 32: Marcas do Passado, Promessas do Futuro
33
Capítulo 33: Sombras e Intrigas em Calavag.
34
Capítulo 34: Jogo de honra e poder
35
Capítulo 35: Sob o Véu da Desconfiança
36
Capítulo 36: Jogos das sombras
37
Capítulo 37: Coração na tempestade
38
Capítulo 38: O frio da lâmina
39
Capítulo 39: Profundezas penadas
40
Capítulo 40: O Círculo se Fecha
41
Capítulo 41: Um Encontro de Sombras
42
Capítulo 42: O Retorno do Príncipe
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Capítulo 43: Até a última gota de sangue
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Capítulo 44: Correntezas do destino
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Capítulo 45: A Cela da Condenação
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Capítulo 46: O Prisão de Mentiras
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Capítulo 47: Entre Correntes e Promessas
48
Capítulo 48: Sob a febre e o toque
49
Capítulo 49: Desejo e Dever
50
Capítulo 50: Ecos de vitória
51
Capítulo 51: Honra e Vitória
52
Capítulo 52: O que deu de errado?
53
Capítulo 53: Incertezas da Guerra
54
Capítulo 54: Entendendo os desentendidos
55
Capítulo 55: Limite da Rendição
56
Capítulo 56: Entrelaçados na Guerra
57
Capítulo 57: O último Caos.
58
Capítulo 58: A Fria Chuva
59
Capítulo 59: Confusão da Rainha
60
Capítulo 60: Silêncio da tenda
61
Capítulo 61: Caminhos do Sul
62
Capítulo 62: Novos Caminhos
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Capítulo 63: As Cicatrizes do Passado
64
Capítulo 64: Afeto inegável

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