Era por volta das seis horas da manhã, e Indah ainda não tivera notícias de Arüna, passou desde o momento em que Kaur entrou até o fim da noite toda, do lado de fora do quarto, Indah estava o esperando no momento em que lhe fosse permitido entrar. "Será que ele está bem? Sua Alteza... Eu precisava vê-lo... É quase impossível, mas espero que Kaur não o tenha forçado. Sua expressão quando saiu do quarto ontem a noite era um tanto satisfeito. Me deu repulsa de ter que ouvir o príncipe gemendo a noite toda de dor enquanto se deitava com aquele homem".
Enquanto isso, Arüna já estava acordado, deitado na cama, ainda processando os atos na noite passada, enquanto olhava a cama toda suja, com os lençóis até enriquecidos devido ao gozo de ambos que havia sido derramado ali. "Sinto-me tonto e cansado... As minhas costas e a minha bunda ainda doem… Acho que foi a posição? Pensei q seria mais rápido, mas no fim das contas durou a noite inteira"
— ... Não posso-me abater com isso. Foi o que havia de ser feito, assim o fiz. Com sorte, se eu a tive, ele não reparou e então tudo pode seguir conforme o plano… —Arüna se arrastou pela cama até a beirada, se cobriu com um roupão que os servos de Kaur o haviam deixado na poltrona que ficava ao lado da cama, e se vestiu.
— Sua Alteza —Uma voz ecoou do lado de fora do quarto— sou eu... Indah
Arüna respirou fundo ao ouvir a voz de Indah. O tom delicado, mas carregado de preocupação, trouxe uma onda de culpa e alívio ao mesmo tempo. Ele sabia que Indah não o deixaria em paz até que tivesse certeza de que estava bem, e tendo ja a certeza de que não estava, mas não tinha forças para encarar ninguém, muito menos alguém que se importava genuinamente com ele.
— Entre, Indah — respondeu, com a voz fraca e rouca, enquanto se acomodava na poltrona, escondendo o rosto nas mãos por um breve momento antes de tentar parecer mais firme.
A porta rangeu suavemente ao ser aberta, e Indah entrou. Seus olhos escanearam o quarto rapidamente, pousando nos lençóis desarrumados e sujos, na expressão abatida de Arüna, e no roupão que mal escondia a fragilidade do príncipe. Ele podia sentir claramente a dor e amargura de Arüna.
— Sua Alteza... — disse Indah, inclinando-se ligeiramente em reverência antes de se aproximar. — Eu... Não consegui dormir sabendo que estava aqui com ele... Nas mãos dele... Está tudo bem? — Seus olhos, grandes e brilhantes, transmitiam um misto de preocupação e dor.
Arüna levantou o olhar, forçando um sorriso fraco.
— Está tudo bem, em partes... Indah. Foi... Foi o que precisava ser feito. Ele nao pareceu ter percebido. Eu consegui... — Sua voz era baixa, mas firme, tentando convencer a si mesmo mais do que a Indah.
Indah apertou os lábios, claramente lutando contra o impulso de dizer algo mais. Em vez disso, aproximou-se lentamente, ajoelhando-se ao lado da poltrona e segurando a mão de Arüna.
— Não precisa me dizer nada, Alteza. Mas... Por favor, me permita ajudá-lo. Você parece tão cansado... Tão... — Indah hesitou, buscando as palavras certas. — Não está certo que alguém como você passe por isso.
Arüna soltou um suspiro pesado, desviando o olhar.
— Indah, já conversamos sobre isso, o mundo não é justo. Especialmente para aqueles que carregam um título. — Ele fechou os olhos, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair. — Tudo isso é por um bem maior... É o que me digo. E você deveria dizer o mesmo.
Indah balançou a cabeça, os olhos marejados.
— Eu só quero que saiba que estou aqui, não importa o que aconteça. Mesmo que o mundo inteiro vire as costas para você, eu não farei isso. E quando quiser que eu o mate, é só me ordenar, Sua Alteza. — Sua voz era um sussurro carregado de emoção.
Antes que Arüna pudesse responder a Indah, passos pesados ecoaram pelo corredor. O som da porta se abrindo bruscamente fez ambos se virarem. Kaur entrou no quarto com sua presença opressiva, como se o espaço fosse uma extensão de sua própria alma corrompida. Ele usava roupas finas e impecáveis, mas seu olhar era como uma lâmina fria e cortante. O sorriso que brincava em seus lábios era carregado de malícia, um reflexo de sua luxúria insaciável.
— Ah, Sua Alteza, já está de pé? — Sua voz era grave e carregada de sarcasmo. Ele fechou a porta com um estrondo, deixando claro que estava no controle. Seus olhos predatórios passaram rapidamente por Indah, mas logo voltaram a se fixar em Arüna.
Indah se levantou de imediato, curvando-se levemente em respeito, mas não conseguia esconder a tensão em sua postura. Seus olhos queimavam com indignação, mesmo enquanto mantinha a cabeça baixa.
— Senhor Kaur, com todo o respeito, Sua Alteza ainda precisa de descanso. Ela passou por uma... noite difícil, o senhor mais que todos sabe disso. — disse Indah, tentando manter a voz neutra, mas com dificuldade.
Kaur riu baixinho, um som frio e desprovido de humor, enquanto caminhava até Arüna. Ele parou ao lado da poltrona, inclinando-se para olhar o príncipe nos olhos. Seus dedos frios tocaram o queixo de Arüna, forçando-o a erguer o rosto.
— Difícil, é? Dar pra mim te prejudicou tanto assim?— Sua voz era baixa, quase um sussurro, mas carregada de ameaça. Aquela frase obscena fez Arüna pela primeira vez recuar enquanto olhava nos olhos dele, parecia que poderia ser comido com os olhos. — Você parece bem o suficiente para mim, Alteza. Ou será que está fingindo fraqueza para escapar de suas responsabilidades? — Seu sorriso cresceu, mais malicioso do que antes, enquanto seus olhos deslizavam lentamente pelo corpo de Arüna, agora escondido sob o roupão.
Arüna engoliu em seco, o estômago revirando de nojo e humilhação. Ele queria desviar o olhar, mas sabia que isso só alimentaria o sadismo de Kaur.
— Estou bem, Meu senhor — murmurou, sua voz fraca, mas firme o suficiente para não demonstrar completa submissão.
Kaur soltou o queixo de Arüna com um gesto brusco e se virou para Indah, sua expressão endurecendo.
— E você? — perguntou, com desprezo evidente. — Desde quando os criados têm permissão para questionar o estado da minha mulher? Ou para se meterem nos assuntos do senhor deste castelo?
Indah apertou os punhos ao lado do corpo, mas manteve a cabeça baixa.
— Perdoe-me, senhor. Apenas... me preocupo com Sua Alteza.
Kaur soltou uma risada amarga e deu um passo à frente, fazendo Indah recuar instintivamente.
— Preocupa-se demais para alguém tão insignificante. Talvez eu deva ensiná-lo a manter seus limites... ou simplesmente colocá-lo em seu lugar. — Seus olhos brilharam com malícia, e ele deu um passo ameaçador na direção de Indah.
— Não! — A voz de Arüna cortou o ar como uma lâmina. Ele se levantou, cambaleando levemente, mas se mantendo firme. — Ele está aqui por minha ordem, Meu senhor. Não é culpa dele se sou fraca demais para lidar com... o que fizemos noite passada.
Kaur parou, analisando Arüna com um olhar que parecia despir o príncipe de toda a sua dignidade. Finalmente, ele soltou um som de desprezo e deu meia-volta.
— Como quiser, Alteza. Mas lembre-se: fracos não sobrevivem neste castelo. Espero que não me faça me arrepender de tê-lo aceitado sob meu teto. — Ele abriu a porta, mas antes de sair, lançou um último olhar carregado de luxúria e ameaça. — Aproveite seu descanso enquanto pode. Hoje à noite, eu quero de novo.
A porta se fechou com força, deixando um silêncio pesado no quarto. Indah se aproximou de Arüna novamente, os olhos cheios de lágrimas que ele tentava conter.
— Alteza, não posso deixá-lo sozinho com ele novamente. Por favor, me diga como posso ajudá-lo. Me deixe matar ele depois da cerimônia!
Arüna fechou os olhos, sentindo-se à beira do colapso.
— Não há ajuda, Indah. Mas... agradeço por tentar. — Ele se virou, voltando a se sentar na poltrona, com os ombros caídos e a alma esmagada.
Indah permaneceu ao lado dele, decidido a não abandoná-lo, mesmo que isso significasse sua própria destruição, até porque, aquele inferno havia apenas começado.
continua...
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Atualizado até capítulo 64
Comments
Rafítia
N tem o mínimo de gentileza com uma dama
2025-02-14
2
Rafítia
Ok, n estou mais confusa. Eu odeio ele
2025-02-14
2
Rafítia
O Indah é uma preciosidade, meu deus 🥹
2025-02-14
2