Capítulo 4: Esposa do Assassino, Assassina é

Era por volta das seis horas da manhã, e Indah ainda não tivera notícias de Arüna, passou desde o momento em que Kaur entrou até o fim da noite toda, do lado de fora do quarto, Indah estava o esperando no momento em que lhe fosse permitido entrar. "Será que ele está bem? Sua Alteza... Eu precisava vê-lo... É quase impossível, mas espero que Kaur não o tenha forçado. Sua expressão quando saiu do quarto ontem a noite era um tanto satisfeito. Me deu repulsa de ter que ouvir o príncipe gemendo a noite toda de dor enquanto se deitava com aquele homem".

Enquanto isso, Arüna já estava acordado, deitado na cama, ainda processando os atos na noite passada, enquanto olhava a cama toda suja, com os lençóis até enriquecidos devido ao gozo de ambos que havia sido derramado ali. "Sinto-me tonto e cansado... As minhas costas e a minha bunda ainda doem… Acho que foi a posição? Pensei q seria mais rápido, mas no fim das contas durou a noite inteira"

— ... Não posso-me abater com isso. Foi o que havia de ser feito, assim o fiz. Com sorte, se eu a tive, ele não reparou e então tudo pode seguir conforme o plano… —Arüna se arrastou pela cama até a beirada, se cobriu com um roupão que os servos de Kaur o haviam deixado na poltrona que ficava ao lado da cama, e se vestiu.

— Sua Alteza —Uma voz ecoou do lado de fora do quarto— sou eu... Indah

Arüna respirou fundo ao ouvir a voz de Indah. O tom delicado, mas carregado de preocupação, trouxe uma onda de culpa e alívio ao mesmo tempo. Ele sabia que Indah não o deixaria em paz até que tivesse certeza de que estava bem, e tendo ja a certeza de que não estava, mas não tinha forças para encarar ninguém, muito menos alguém que se importava genuinamente com ele.

— Entre, Indah — respondeu, com a voz fraca e rouca, enquanto se acomodava na poltrona, escondendo o rosto nas mãos por um breve momento antes de tentar parecer mais firme.

A porta rangeu suavemente ao ser aberta, e Indah entrou. Seus olhos escanearam o quarto rapidamente, pousando nos lençóis desarrumados e sujos, na expressão abatida de Arüna, e no roupão que mal escondia a fragilidade do príncipe. Ele podia sentir claramente a dor e amargura de Arüna.

— Sua Alteza... — disse Indah, inclinando-se ligeiramente em reverência antes de se aproximar. — Eu... Não consegui dormir sabendo que estava aqui com ele... Nas mãos dele... Está tudo bem? — Seus olhos, grandes e brilhantes, transmitiam um misto de preocupação e dor.

Arüna levantou o olhar, forçando um sorriso fraco.

— Está tudo bem, em partes... Indah. Foi... Foi o que precisava ser feito. Ele nao pareceu ter percebido. Eu consegui... — Sua voz era baixa, mas firme, tentando convencer a si mesmo mais do que a Indah.

Indah apertou os lábios, claramente lutando contra o impulso de dizer algo mais. Em vez disso, aproximou-se lentamente, ajoelhando-se ao lado da poltrona e segurando a mão de Arüna.

— Não precisa me dizer nada, Alteza. Mas... Por favor, me permita ajudá-lo. Você parece tão cansado... Tão... — Indah hesitou, buscando as palavras certas. — Não está certo que alguém como você passe por isso.

Arüna soltou um suspiro pesado, desviando o olhar.

— Indah, já conversamos sobre isso, o mundo não é justo. Especialmente para aqueles que carregam um título. — Ele fechou os olhos, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair. — Tudo isso é por um bem maior... É o que me digo. E você deveria dizer o mesmo.

Indah balançou a cabeça, os olhos marejados.

— Eu só quero que saiba que estou aqui, não importa o que aconteça. Mesmo que o mundo inteiro vire as costas para você, eu não farei isso. E quando quiser que eu o mate, é só me ordenar, Sua Alteza. — Sua voz era um sussurro carregado de emoção.

Antes que Arüna pudesse responder a Indah, passos pesados ecoaram pelo corredor. O som da porta se abrindo bruscamente fez ambos se virarem. Kaur entrou no quarto com sua presença opressiva, como se o espaço fosse uma extensão de sua própria alma corrompida. Ele usava roupas finas e impecáveis, mas seu olhar era como uma lâmina fria e cortante. O sorriso que brincava em seus lábios era carregado de malícia, um reflexo de sua luxúria insaciável.

— Ah, Sua Alteza, já está de pé? — Sua voz era grave e carregada de sarcasmo. Ele fechou a porta com um estrondo, deixando claro que estava no controle. Seus olhos predatórios passaram rapidamente por Indah, mas logo voltaram a se fixar em Arüna.

Indah se levantou de imediato, curvando-se levemente em respeito, mas não conseguia esconder a tensão em sua postura. Seus olhos queimavam com indignação, mesmo enquanto mantinha a cabeça baixa.

— Senhor Kaur, com todo o respeito, Sua Alteza ainda precisa de descanso. Ela passou por uma... noite difícil, o senhor mais que todos sabe disso. — disse Indah, tentando manter a voz neutra, mas com dificuldade.

Kaur riu baixinho, um som frio e desprovido de humor, enquanto caminhava até Arüna. Ele parou ao lado da poltrona, inclinando-se para olhar o príncipe nos olhos. Seus dedos frios tocaram o queixo de Arüna, forçando-o a erguer o rosto.

— Difícil, é? Dar pra mim te prejudicou tanto assim?— Sua voz era baixa, quase um sussurro, mas carregada de ameaça. Aquela frase obscena fez Arüna pela primeira vez recuar enquanto olhava nos olhos dele, parecia que poderia ser comido com os olhos. — Você parece bem o suficiente para mim, Alteza. Ou será que está fingindo fraqueza para escapar de suas responsabilidades? — Seu sorriso cresceu, mais malicioso do que antes, enquanto seus olhos deslizavam lentamente pelo corpo de Arüna, agora escondido sob o roupão.

Arüna engoliu em seco, o estômago revirando de nojo e humilhação. Ele queria desviar o olhar, mas sabia que isso só alimentaria o sadismo de Kaur.

— Estou bem, Meu senhor — murmurou, sua voz fraca, mas firme o suficiente para não demonstrar completa submissão.

Kaur soltou o queixo de Arüna com um gesto brusco e se virou para Indah, sua expressão endurecendo.

— E você? — perguntou, com desprezo evidente. — Desde quando os criados têm permissão para questionar o estado da minha mulher? Ou para se meterem nos assuntos do senhor deste castelo?

Indah apertou os punhos ao lado do corpo, mas manteve a cabeça baixa.

— Perdoe-me, senhor. Apenas... me preocupo com Sua Alteza.

Kaur soltou uma risada amarga e deu um passo à frente, fazendo Indah recuar instintivamente.

— Preocupa-se demais para alguém tão insignificante. Talvez eu deva ensiná-lo a manter seus limites... ou simplesmente colocá-lo em seu lugar. — Seus olhos brilharam com malícia, e ele deu um passo ameaçador na direção de Indah.

— Não! — A voz de Arüna cortou o ar como uma lâmina. Ele se levantou, cambaleando levemente, mas se mantendo firme. — Ele está aqui por minha ordem, Meu senhor. Não é culpa dele se sou fraca demais para lidar com... o que fizemos noite passada.

Kaur parou, analisando Arüna com um olhar que parecia despir o príncipe de toda a sua dignidade. Finalmente, ele soltou um som de desprezo e deu meia-volta.

— Como quiser, Alteza. Mas lembre-se: fracos não sobrevivem neste castelo. Espero que não me faça me arrepender de tê-lo aceitado sob meu teto. — Ele abriu a porta, mas antes de sair, lançou um último olhar carregado de luxúria e ameaça. — Aproveite seu descanso enquanto pode. Hoje à noite, eu quero de novo.

A porta se fechou com força, deixando um silêncio pesado no quarto. Indah se aproximou de Arüna novamente, os olhos cheios de lágrimas que ele tentava conter.

— Alteza, não posso deixá-lo sozinho com ele novamente. Por favor, me diga como posso ajudá-lo. Me deixe matar ele depois da cerimônia!

Arüna fechou os olhos, sentindo-se à beira do colapso.

— Não há ajuda, Indah. Mas... agradeço por tentar. — Ele se virou, voltando a se sentar na poltrona, com os ombros caídos e a alma esmagada.

Indah permaneceu ao lado dele, decidido a não abandoná-lo, mesmo que isso significasse sua própria destruição, até porque, aquele inferno havia apenas começado.

continua...

Mais populares

Comments

Rafítia

Rafítia

N tem o mínimo de gentileza com uma dama

2025-02-14

2

Rafítia

Rafítia

Ok, n estou mais confusa. Eu odeio ele

2025-02-14

2

Rafítia

Rafítia

O Indah é uma preciosidade, meu deus 🥹

2025-02-14

2

Ver todos
Capítulos
1 Capítulo 1: a solução
2 Capítulo 2: A mentira, o noivo e o amante.
3 Capítulo 3: Na noite antes das núpicias
4 Capítulo 4: Esposa do Assassino, Assassina é
5 Capítulo 5: Temidos como devem ser
6 Capítulo 6: Consumido
7 Capítulo 7: Núpcias 1
8 Capítulo 8: Núpcias 2
9 Capítulo 9: Depois da Tormenta
10 Capítulo 10: Máscaras no Gelo
11 Capítulo 11: Farpas e Lâminas
12 Capítulo 12: Sob o Peso das Sombras
13 Capítulo 13: A Verdade Velada
14 Capítulo 14: Farpas e Cicatrizes
15 Capítulo 15: Ecos da Perda
16 Capítulo 16: Lâminas na Escuridão
17 Capítulo 17: Sol da comitiva
18 Capítulo 18: Traição e traidor
19 Capítulo 19: Sombras e Silêncios
20 Capítulo 20: Venenos e Verdades
21 Capítulo 21: Fios de Traição
22 Capítulo 22: Sombras do Julgamento
23 Capítulo 23: Entender
24 Capítulo 24: Fios de Traição e Verdades Veladas
25 Capítulo 25: O Confronto nas Sombras
26 Capítulo 26: Cicatrizes de Sangue
27 Capítulo 27: O Eco da Traição
28 Capítulo 28: Os Ecos da Traição 2
29 Capítulo 29: A Sombra do Luto
30 Capítulo 30: Sombras da confiança
31 Capítulo 31: Peso do Retorno
32 Capítulo 32: Marcas do Passado, Promessas do Futuro
33 Capítulo 33: Sombras e Intrigas em Calavag.
34 Capítulo 34: Jogo de honra e poder
35 Capítulo 35: Sob o Véu da Desconfiança
36 Capítulo 36: Jogos das sombras
37 Capítulo 37: Coração na tempestade
38 Capítulo 38: O frio da lâmina
39 Capítulo 39: Profundezas penadas
40 Capítulo 40: O Círculo se Fecha
41 Capítulo 41: Um Encontro de Sombras
42 Capítulo 42: O Retorno do Príncipe
43 Capítulo 43: Até a última gota de sangue
44 Capítulo 44: Correntezas do destino
45 Capítulo 45: A Cela da Condenação
46 Capítulo 46: O Prisão de Mentiras
47 Capítulo 47: Entre Correntes e Promessas
48 Capítulo 48: Sob a febre e o toque
49 Capítulo 49: Desejo e Dever
50 Capítulo 50: Ecos de vitória
51 Capítulo 51: Honra e Vitória
52 Capítulo 52: O que deu de errado?
53 Capítulo 53: Incertezas da Guerra
54 Capítulo 54: Entendendo os desentendidos
55 Capítulo 55: Limite da Rendição
56 Capítulo 56: Entrelaçados na Guerra
57 Capítulo 57: O último Caos.
58 Capítulo 58: A Fria Chuva
59 Capítulo 59: Confusão da Rainha
60 Capítulo 60: Silêncio da tenda
61 Capítulo 61: Caminhos do Sul
62 Capítulo 62: Novos Caminhos
63 Capítulo 63: As Cicatrizes do Passado
64 Capítulo 64: Afeto inegável
Capítulos

Atualizado até capítulo 64

1
Capítulo 1: a solução
2
Capítulo 2: A mentira, o noivo e o amante.
3
Capítulo 3: Na noite antes das núpicias
4
Capítulo 4: Esposa do Assassino, Assassina é
5
Capítulo 5: Temidos como devem ser
6
Capítulo 6: Consumido
7
Capítulo 7: Núpcias 1
8
Capítulo 8: Núpcias 2
9
Capítulo 9: Depois da Tormenta
10
Capítulo 10: Máscaras no Gelo
11
Capítulo 11: Farpas e Lâminas
12
Capítulo 12: Sob o Peso das Sombras
13
Capítulo 13: A Verdade Velada
14
Capítulo 14: Farpas e Cicatrizes
15
Capítulo 15: Ecos da Perda
16
Capítulo 16: Lâminas na Escuridão
17
Capítulo 17: Sol da comitiva
18
Capítulo 18: Traição e traidor
19
Capítulo 19: Sombras e Silêncios
20
Capítulo 20: Venenos e Verdades
21
Capítulo 21: Fios de Traição
22
Capítulo 22: Sombras do Julgamento
23
Capítulo 23: Entender
24
Capítulo 24: Fios de Traição e Verdades Veladas
25
Capítulo 25: O Confronto nas Sombras
26
Capítulo 26: Cicatrizes de Sangue
27
Capítulo 27: O Eco da Traição
28
Capítulo 28: Os Ecos da Traição 2
29
Capítulo 29: A Sombra do Luto
30
Capítulo 30: Sombras da confiança
31
Capítulo 31: Peso do Retorno
32
Capítulo 32: Marcas do Passado, Promessas do Futuro
33
Capítulo 33: Sombras e Intrigas em Calavag.
34
Capítulo 34: Jogo de honra e poder
35
Capítulo 35: Sob o Véu da Desconfiança
36
Capítulo 36: Jogos das sombras
37
Capítulo 37: Coração na tempestade
38
Capítulo 38: O frio da lâmina
39
Capítulo 39: Profundezas penadas
40
Capítulo 40: O Círculo se Fecha
41
Capítulo 41: Um Encontro de Sombras
42
Capítulo 42: O Retorno do Príncipe
43
Capítulo 43: Até a última gota de sangue
44
Capítulo 44: Correntezas do destino
45
Capítulo 45: A Cela da Condenação
46
Capítulo 46: O Prisão de Mentiras
47
Capítulo 47: Entre Correntes e Promessas
48
Capítulo 48: Sob a febre e o toque
49
Capítulo 49: Desejo e Dever
50
Capítulo 50: Ecos de vitória
51
Capítulo 51: Honra e Vitória
52
Capítulo 52: O que deu de errado?
53
Capítulo 53: Incertezas da Guerra
54
Capítulo 54: Entendendo os desentendidos
55
Capítulo 55: Limite da Rendição
56
Capítulo 56: Entrelaçados na Guerra
57
Capítulo 57: O último Caos.
58
Capítulo 58: A Fria Chuva
59
Capítulo 59: Confusão da Rainha
60
Capítulo 60: Silêncio da tenda
61
Capítulo 61: Caminhos do Sul
62
Capítulo 62: Novos Caminhos
63
Capítulo 63: As Cicatrizes do Passado
64
Capítulo 64: Afeto inegável

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!