Encontro: Primeiro Ato

Era bem cedo quando Eleanor se levantou. Ela desceu até a sala de jantar, onde as servas haviam preparado sua refeição. Após tomar seu café, Eleanor pediu que avisassem aos residentes da casa que ela voltaria mais tarde, pois tinha um compromisso pela manhã. Ela acrescentou que, caso a Baronesa, sua irmã, não pudesse esperar por seu retorno, todos estavam convidados a ir à residência dos Silverlake no fim da tarde, onde ela prepararia um incrível banquete como agradecimento pela hospitalidade.

Eleanor apressou-se em direção à sua carruagem, acompanhada por Nikolaus e Mirabell. A viagem levou cerca de quarenta minutos até que finalmente chegaram à sua residência. Quando a carruagem parou diante da mansão, Lucien já a aguardava em pé. Ele não pode esperar que um dos servos abrisse a porta para ela; mas fez questão de abri-la pessoalmente para Eleanor. Ele estendeu sua mão para ajudar Eleanor a descer da carruagem, e quando a pequena mão dela tocou a dele, uma chama parecia queimá-lo por dentro. Ele sorriu discretamente para Eleanor.

— Como foi o percurso? Deve estar com fome. Pedi para prepararem um ótimo café da manhã para nós dois. — disse o Duque, tentando esconder a ansiedade que o havia atormentado na noite anterior.

— Não precisa disso, eu já tomei café, mas obrigada por ser tão atencioso, querido Duque. — respondeu ela com ternura.

— Você já comeu... — ele parecia decepcionado, mas, graças a Lavosk, o Duque recuperou a esperança.

— Minha Duquesa, que bom que está de volta! O Duque mal dormiu, ansioso para o dia de hoje. Ele até fez questão de não tomar seu café da manhã para poder acompanhá-la. — Lavosk disse, sendo não apenas um bom servo, mas também um bom e verdadeiro amigo.

— Isso é verdade? — perguntou Eleanor, surpresa, enquanto olhava nos olhos dele. Lucien parecia envergonhado demais para concordar, mas seu próprio estômago traiu-o, denunciando sua fome.

...Rrroooonnn!...

— Tudo bem, vamos tomar café juntos, então... — disse Eleanor, tocando suavemente o braço de Lucien.

— Não precisa se forçar por mim. Se você já se alimentou, não há problema — respondeu ele, com compreensão.

— Ah, não se preocupe, eu ainda estou com fome. Minha mãe costumava dizer que eu comia por três no meu antigo mundo — sussurrou ela em segredo para o Duque, com um sorriso travesso nos lábios.

— Assim como os dragões? — ele perguntou.

— Eu não sei se esse sério o termo certo a se referir como uma dama come. — ela disse segurando o riso.

— Compreendo minha Duquesa. — ele esticou seu braço para que ela se segurasse nele enquanto eles caminhavam para dentro da mansão.

......................

O Duque finalmente teve a oportunidade de desfrutar de sua tão aguardada refeição matinal. Assim que terminaram, Eleanor subiu para seus aposentos, onde se preparava para um momento de relaxamento. Ela decidiu se banhar, permitindo que a água quente revigorasse seu corpo e acalmasse sua mente. Depois de um banho revigorante, escolheu um lindo vestido branco. Embora simples, o vestido acentuava sua figura de maneira encantadora, conferindo-lhe uma delicadeza que a tornava ainda mais bela. A luz suave que entrava pela janela parecia dançar sobre o tecido, realçando sua graça natural e fazendo-a brilhar com uma luminosidade única.

......................

......................

Após se trocar, Eleanor dirigiu-se ao encontro do Duque, que, por sua vez, também optara por vestimentas simples, mas elegantes, para aproveitar aquele momento especial agendado entre ele e sua Duquesa. Ao vê-la, um sorriso iluminou seu rosto, e ele novamente ofereceu seu braço a ela. Eleanor, com um gesto de delicadeza, segurou-o com suavidade, sentindo a segurança que sua presença proporcionava.

......................

......................

— Pedirei ao Lavosk que traga a carruagem para que possamos ir aonde a Duquesa deseja — disse o Duque, com os olhos perdidos na beleza de Eleanor.

— Não há necessidade, eu já avisei ao Lavosk para nos trazer dois cavalos. Vamos cavalgando! Também pedi que preparassem uma cesta com frutas e vinhos, que já estão amarrados em nossos animais. Devemos apenas seguir para nosso destino — respondeu ela, sorrindo gentilmente para Lucien.

— Tantas surpresas... — murmurou Lucien, enquanto acompanhava Eleanor para fora da mansão.

Do lado de fora, o Duque ajudou Eleanor a montar uma linda égua marrom, enquanto ele subia com facilidade em seu garanhão de pelagem preta. Eleanor guiou seu cavalo com destreza, surpreendendo Lucien, que não pôde deixar de perguntar enquanto cavalgavam em direção ao local desejado.

— Onde aprendeu a cavalgar assim? — ele indagou, curioso.

— No meu antigo mundo, eu amava acampar e estar em contato com a natureza. Adorava andar a cavalo quando meu avô me levava para passear. Ele não era de sangue, mas eu o amava muito — explicou ela, demonstrando uma tranquilidade ao falar sobre suas memórias.

— Existem tantas coisas que gostaria de perguntar sobre esse mundo... — disse Lucien, olhando para o horizonte.

— Sabe essas cartas que vocês escrevem? Para nós, eram como torpedos, e não demoravam meses ou anos para chegar; era instantâneo — ela explicou, com um brilho nos olhos.

— Torpedos... — Lucien repetiu, intrigado.

— Sim, também tínhamos redes sociais, como Listgram e Lootbook — continuou ela.

— Palavras bem estranhas... — ele a encarou, confuso.

— Eu sei, mas não é tão ruim quanto os nomes que eu dava aos meus personagens... — disse ela, fazendo uma careta que arrancou uma risada de Lucien.

Eles continuaram conversando durante a cavalgada, cada minuto juntos os aproximava, intensificando os sentimentos confusos que começavam a brotar entre eles. Aos poucos, a atração e a conexão se tornavam cada vez mais palpáveis. Eleanor decidiu levar Lucien a um pequeno lago, um lugar secreto que uma das servas do Barão Kensington a havia mostrado antes de falecer. Era um local encantador, com um belo rio cristalino.

Ao chegarem, Eleanor espalhou um pano branco sobre a grama e retirou as cestas amarradas nos cavalos. O Duque a ajudou a organizar tudo, e, quando tudo estava pronto, eles se deitaram sobre os panos, cercados pela natureza e pela tranquilidade do lugar.

— No seu antigo mundo... você tinha um marido? — Lucien perguntou, a voz carregada de uma mistura de ciúmes e curiosidade.

— Não, no meu antigo mundo eu não era tão velha, mas também era nova demais para pensar em casamento. Na verdade, nunca tive tempo para ter um namorado, ou algo assim — explicou Eleanor, com um leve sorriso nostálgico.

— "Namorados?" — ele indagou, confuso.

— Quase me esqueci de explicar... Imagine amantes, aqueles que se amam, trocam cartas e flores, e às vezes até se beijam. Mas não em segredo; todos sabem que estão juntos. É uma relação que mantém os homens separados das que estão apaixonadas, e o mesmo se aplica às mulheres — ela tentou esclarecer, gesticulando suavemente.

— Entendi... Amantes que se tocam, e todos sabem que estão juntos... Eleanor, poderia ser minha namorada? — ele perguntou, com um semblante sério.

A pergunta pegou Eleanor de surpresa. Ela ficou tão envergonhada que tomou um gole de vinho tão rápido que acabou engasgando. Lucien, preocupado, tocou gentilmente seu braço.

— Ei, beba com cuidado... minha Duquesa está bem? — ele a olhou com carinho, os olhos expressando preocupação genuína.

— Sim, estou... só um pouco quente. Por que não nadamos um pouco? — ela se levantou de repente, sem esperar a resposta do Duque.

Eleanor tirou os sapatos e correu em direção ao lago. Ao mergulhar, sentiu a água fresca envolvendo seu corpo, e permaneceu submersa por alguns segundos. Quando emergiu, avistou Lucien caminhando em sua direção, entrando na água. Ela não conseguia evitar admirar a beleza do Duque; seus olhos brilhavam como faíscas sob a luz do sol. Contudo, sua atenção logo foi desviada para seu próprio reflexo; o vestido branco que usava agora estava completamente transparente, uma revelação inesperada, já que os vestidos daquela época eram feitos de camadas finas de tecido.

......................

......................

Envergonhada, ela tentou cobrir seu corpo ao perceber que Lucien estava agora de frente para ela.

— Desculpe, isso é um pouco constrangedor... — murmurou, evitando olhar em seus olhos.

Mas Lucien, com ternura, tocou delicadamente a ponta do queixo dela com o dedo indicador, levantando seu rosto para que seus olhares se encontrassem. Ele se aproximou, seus olhos fixos nos lábios de Eleanor, desejando beijá-la naquele instante, o mundo ao redor deles parecia desaparecer em meio àquela conexão que ambos sentiam.

Mais populares

Comments

Ana Regina Fernandes Raposo

Ana Regina Fernandes Raposo

MUITO LINDO ELES PRECISAM SER UM CASAL.

2024-08-21

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!