...{Eleanor}...
••• Desde que cheguei a este mundo, não tive sequer um momento da suposta bênção da deusa. Ela prometeu-me beleza, o que, de fato, cumpriu. Também disse que me daria conhecimento, mas como posso aprender sem livros? A habilidade de aprender sobre esse novo mundo é limitada pelos meus malditos pais, que me tratam como uma empregada. Saí do meu mundo tranquilo para viver isso? Exijo voltar! Sua deusa de araque! O pior é que acabei noiva de um Duque odiado e temido por todos os reinos. Ele não para de me encarar, mesmo eu tendo feito apenas uma pequena proposta! Deus do outro mundo, por favor, me leve de volta... Buá... •••
— Acho que posso atender a esse pedido. Afinal, nem mesmo o próprio imperador ousaria ir contra os Silverlake... Pois bem, baronesa, eu também tenho um pedido a fazer. Há uma família que desejo destruir, quero arrancar deles todo o seu poder. Não busco usurpar suas posições, mas sim fazer justiça pelo que fizeram a alguém de extrema importância para mim. Para isso, preciso de uma esposa formidável ao meu lado, alguém que possa me acompanhar nas cerimônias e festas dos marqueses, barões, do rei e da rainha, e até mesmo do próprio imperador e sua imperatriz. Preciso que conquiste a confiança da esposa do homem cuja casa eu irei destruir. Ajude-me com minha vingança, e eu ajudarei com a sua. Se assim o fizer e me pedir, eu queimarei até mesmo sete reinos por você. — Ele parecia envolto em suas palavras, exalando uma confiança admirável.
— Temos um acordo, Arquiduque... — ela sorriu com confiança.
— Quando estivermos a sós, pode me chamar de Lucien. Quando se tornar minha esposa esta noite, terá que deixar de lado todos os seus costumes. Nunca mais deverá abaixar a cabeça para ninguém além de mim. Meu servo começará a lhe ensinar amanhã, então, se me der licença, temos um casamento para realizar. — Ele pegou a mão de Eleanor e a beijou com um toque suave, antes de se retirar dos aposentos da jovem donzela.
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O casamento estava sendo realizado, e todos estavam encantados com a beleza da nova Arquiduquesa. Porém, ela não era a única a captar a atenção de todos. Tanto Eleanor quanto o Arquiduque chamavam atenção. Suas roupas, embora ele sempre cobria seu rosto com seus cabelos que viviam solto, sua barba aparada destacava com seus cabelos amarrados em um pequeno laço, com mechas soltas da franja caindo sobre o rosto.
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••• Ele não parecia terrível como nos boatos. Talvez porque as histórias eram sempre contadas por homens. Qualquer jovem donzela que visse o Duque cairia aos seus pés e seria tentada por seu charme. Será que estou louca ou esse tipo de beleza é realmente incompreendida pelas pessoas deste mundo? •••
Após o término da cerimônia de casamento, o Duque pegou Eleanor em seus braços e a levou diretamente para o seu quarto. Alguns guardas parados em frente à porta evitavam qualquer olhar direto às ações do Duque, conhecendo bem seu temperamento. Assim que as portas se fecharam, o Duque colocou Eleanor sobre a cama. Ele começou a tirar a parte de cima de suas roupas, ficando apenas com uma elegante camiseta preta. Eleanor estava em choque; ela não esperava que sua primeira vez fosse ser daquele jeito, com um casamento arranjado. Ela não queria que fosse assim, mas o Duque a impressionou novamente.
— Descanse, amanhã será um longo dia para você. Irei terminar de ler algumas cartas importantes. — Ele se sentou em uma cadeira e passou a ler carta por carta.
••• Ele realmente é diferente do que falavam... Que seja, esta noite estou salva. Preciso descansar, pois amanhã começo a me preparar para a guerra contra minha maldita família. •••
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Na manhã seguinte, Eleanor estava de frente para Lavosk. Ele a encarava minuciosamente, procurando pontos fortes e fracos, precisava entender onde a jovem necessitava de mudanças. Ele começou com as etiquetas, ensinando como se portar, posições, nomes e tratamento. Em seguida, passou a apreciar bebidas diferentes, mas Eleanor era contra beber álcool, o que fez Lavosk estranhar, considerando que ela vinha de uma casa conhecida por fabricar diversos vinhos. As horas se passavam, e Eleanor não aguentava mais ouvir sobre etiquetas e afins; ela só queria um lugar para repousar. Graças a um momento de distração de Lavosk, ela conseguiu fugir para mais adentro do castelo.
Andando de um lado para o outro, Eleanor encontrou uma enorme porta. Ao abri-la, deparou-se com livros de todos os tipos. Era uma enorme biblioteca, e seus olhos brilhavam de felicidade, pois nada naquela vida lhe havia proporcionado mais alegria do que ver todos aqueles livros em um único lugar. Ela não perdeu tempo e correu para dentro, fechando a porta atrás de si. De prateleira em prateleira, ia retirando um livro após o outro para ler, passando horas e horas ali sem perceber o tempo passar. Já adormecida em um sofá, rodeada de livros, sentiu um toque suave de uma mão grande em seu rosto.
— Você deu um susto nos meus servos. Eles estavam te procurando feito loucos. Então, essa é sua paixão? Livros? — Lucien perguntou, curioso.
— Acabei adormecendo. Será que Lavosk está bravo comigo? — ela disse, esquecendo sua formalidade.
— Já avisei para ele deixar que você aproveite o tempo aqui. Nunca vi uma mulher que gostasse de ler livros. Todas se importam tanto com roupas e joias caras, que não imaginava haver uma que gostasse de ler. — ele dizia, curioso.
— Neste mundo, muitas mulheres só não estão lendo por causa da lei que diz que devem ser delicadas. Sinto falta das minhas calças... — ela murmurou.
— "Neste mundo?"... "Calças?"... — Ele repetia sem entender o significado daquelas palavras. — Bom, deixarei que Lavosk dê a você duas horas do dia para ler todos os livros que desejar. Só não leia aqueles livros da estante empoeirada. — ele apontou.
— Mas Lucien, dizer "não" é o mesmo que dizer "sim" para alguém como eu? — ela disse, encarando a estante de livros.
— Bom, aqueles são livros de magia. Deve evitar porque você não tem um núcleo de magícula formado, então pode ser perigoso. — ele explicou.
— Mas eu sou boa com isso. Se quer que eu te ajude com sua vingança, preciso ter o poder para isso, lembra? — Eleanor explicou.
— Tudo bem! Mas tome cuidado. — Lucien acabou cedendo. — Agora vá para o seu quarto, você precisa descansar ou não terá força suficiente para lutar por ninguém.
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Atualizado até capítulo 38
Comments
Ana Regina Fernandes Raposo
NOSSA QUE HISTÓRIA AUTORA. TO QUERENDO SABER PORQUE ELA AINDA NÃO SABE MAGIA. MAIS DEVE SER TUDO AO SEU TEMPO NÉ.
2024-08-20
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