Capítulo 14

...Anna Clara...

Acordo e não vejo Théo ao meu lado, como ele dorme cedo, acorda cedo também. Sempre foi o primeiro a acordar.

Essa coisa de namorar um primo é bem estranho, ainda mais no nosso caso que crescemos juntos.

Vou até o banheiro fazer xixi e dou cara com o Théo saindo de dentro do box totalmente sem roupa, meus olhos varrem todo o corpo dele e eu desvio o olhar.

— Bom dia meu amor. — ele diz naturalmente.

— Bom dia. — digo.

— Pode me olhar Anna, não tem porque desviar o olhar, eu não me incomodo.

— Ok. Agora sai que eu vou fazer xixi e tomar meu banho.

— Meu beijo antes. — ele diz e me beija, logo sinto sua ereção crescer.

— Théo...

— É só um beijo amor e é normal que eu fique assim te beijando, já que te desejo muito.

— Acho que vai conseguir ficar sem sexo?

— Vou! Já disse que vou esperar você e nem use a falta de sexo como desculpa.

— Tudo bem.

— Agora eu vou me vestir e te esperar para nós descermos juntos para tomar café.

— Tudo bem. — ele me dá um selinho e sai do banheiro.

Faço minhas higienes matinais e logo saio do banheiro enrolada na toalha e encontro Théo sentado na cama mexendo no celular.

Ele me olha de cima à baixo e respira fundo. Deve estar sendo difícil para ele esperar meu tempo.

— Vou me vestir. — digo pegando uma roupa e indo ao banheiro me vestir.

— Não precisa se esconder Anna.

— Não estou me escondendo, isso se chama privacidade. — digo de dentro do banheiro.

— Você me viu sem roupa.

— Mas foi sem querer. — digo terminado de vestir meu short e saindo do banheiro.

— Mas viu, eu acho que nas relações saudáveis os direitos devem ser iguais. — ele diz e eu sorrio.

— É! Depois resolvemos isso. — digo. — Mas agora eu quero tomar café da manhã, estou com muita fome.

— Vamos tomar café então. — ele diz me dando um selinho.

Nós dois saímos do quarto e encontramos Ceci saindo do nosso, digo nosso, pois esse quarto é dela e meu.

— Bom dia Ceci. — digo.

— Bom dia Clarinha, dormiu bem? — ela pergunta olhando para Théo.

— Sim, muito bem.

— Que bom, Tetéo me empresta minha irmã só um minutinho? — ele faz uma careta para Clara por ter o chamado pelo apelido que ele detesta e ela sorri.

— Ok, vou descer amor. E você não me chame assim, chatinha. — ele diz bagunçando o cabelo dela e ela revida bagunçando o dele.

— Me respeita que agora eu sou sua cunhada!

— Graças a Deus você é minha cunhada.

— Não aceito menos do que ser a preferida viu Tetéo!

— Não é não! Você é a mais chatinha. — ele diz e bagunça o cabelo dela de novo.

— Você me ama Tetéo! Admite.

— Eu não! Vou descer agora e deixar vocês ficarem, te espero lá embaixo amor.

— Tudo bem amor, terminando aqui eu desço também com a Ceci.

— Ok. — ele diz e desce as escadas.

Cecília me arrasta para dentro do quarto e me empurra na cama e eu caio sentada.

— Ai sua doida!

— Conta tudo.

— Tudo o quê?

— Como foi dormir com o bonitinho?

— Só dormimos.

— Não rolou nenhuma mão boba?

— Não.

— Nada de nada?

— Fiquei de lingerie na frente dele ontem e hoje entrei no banheiro e sem querer o vi sem roupa e nos beijamos com ele assim.

— Eita! E aí ele ficou de p*u duro?

— Ficou, óbvio.

— E você não passou nem a mão?

— Não.

— Boba, deveria aproveitar.

— Eu vou aproveitar Ceci, mas quando estivermos a sós, de tantas pessoas por perto.

— Não precisa perder a virgindade para se curtirem Clarinha.

— Eu sei que não.

— Vai dizer que ele não te excita?

— Óbvio que sim Ceci, não estou morta.

— Então boba! Se joga.

— Você não tem jeito Ceci.

— Sabe quem me ligou ontem?

— Quem?

— Doutor gostosão Santorinni.

— Como ele conseguiu seu número?

— Ele tem um filho sabe?

— Ceci, que história é essa? Você não tinha me contado essa parte da história porquê?

— Eu também não sabia, soube recentemente, encontrei os dois por acaso no shopping semana passada.

— Ele é casado?

— Óbvio que não Clara! Ele é divorciado há cinco anos, o filho mora com a ex mulher dele e o doutor gostosão só fica com o filho aos finais de semana a cada quinze dias.

— E aí como foi encontrar ele com o filho?

— Foi muito legal, o filho dele é um doce, tem a idade dos gêmeos.

— Tem noção que você é mais velha que o filho dele apenas seis anos?

— Pior que tenho, tanto que me dei tão bem com ele, Henry é muito doce, lembra muito Davi.

— Já se apegou ao menino? Está muito emocionada Ceci.

— Me deixa! Eu sei que não posso ter nada com Santorinni, mas isso não quer dizer que eu não posso gostar do filho dele.

— Quero ver o que a mãe do menino vai achar do filho ser amigo da novinha que está tr*ansando com o ex dela.

— Não estou tr*nsando com ele, foi só uma vez.

— Bem que você queria mais vezes com o doutor, hein?

— Queria mesmo!

— O papai vai te matar Ceci, sabe que ele não gosta nenhum pouco do Santorinni e nem ele do nosso pai.

— Tudo por causa dos tribunais, os dois são criminalistas e como dizia a vovó: "dois bicudos não se beijam".

— Eu não sei quem começou a odiar quem, mas eu aposto no Santorinni, papai ganhou causas contra ele três vezes.

— Pior que eu também concordo, mas papai também não alivia, ele é implacável, um advogado muito bom.

— Ele é, acho que o segundo melhor é o Santorinni, tio Alex entra em terceiro.

— É! Ruan também é muito bom, acho que logo assume o lugar do papai no escritório. Luíza também vai ser ótimo e seu bonitinho não quer ser criminalista, não é?

— Não, quer ser trabalhista como a mamãe e o tio Fabrício.

— Mamãe e tio Fabrício são ótimos na área de atuação deles.

— São sim! E você, bonita, deveria estar estudando medicina comigo, falamos sobre isso por muito tempo.

— Oh loirinha! Desculpa, mas no último ano da escola percebi que não era medicina que fazia meu coração bater mais forte. Nós duas sempre influenciamos muito a vida uma da outra, já que sempre fizemos tudo juntas.

— É verdade, inclusive eu também queria tocar violão como você.

— É facil.

— Pior que não, há coisas na vida que são questão de dom e você é a única que herdou o dom do papai.

— Deixa eu te dizer...

— Diz.

— Eu convidei o Santorinni e o Henry para virem aqui amanhã.

— Você o quê menina?!

— Isso mesmo que ouviu. Henry disse que fazia tempo que não ia à praia, achei que deveria convidá-lo já que estou na praia.

— Vai trazer ele aqui pra casa?

— Acho que sim.

— E se o papai souber?

— Uma hora ele vai saber, não vou me esconder.

— Mas trazê-lo para cá? Acho demais.

— Nem é, e também talvez passemos o dia na praia e não aqui em casa.

— Você é doida Anna Cecília!

— Eu sei. — ela diz e sorri.

— Agora vamos tomar café que eu estou com fome.

— Você sempre está com fome Anna Clara!

— E tem coisa melhor na vida do que comer?

— Tem sim...

— Aí deixa de ser pervertida Cecília! — digo bagunçando o cabelo dela e nós duas descemos as escadas.

A ligação que tenho com minha gêmea é muito forte, contamos tudo uma para a outra. Na verdade, contamos tudo umas para as outras, minhas quatro irmãs e eu, sem contar também nos meus pais, mas há pequenas coisas que não temos coragem de contar para eles, apesar de termos liberdade para falar sobre tudo.

Todos estão em volta da mesa, e Théo guardou um lugar para mim ao seu lado.

Tomamos café e vamos todos à praia para tomar um sol, óbvio que cercados de seguranças.

...Anna Cecília...

Sento embaixo de um guarda sol, coloco meus fones de ouvido e Falling In Love de Cigarettes After Sex começa a tocar, é uma música com uma melodia meio melancólica, mas a letra é muito bonita, fala de estar se apaixonando por alguém profundamente.

O que acho que está acontecendo comigo, acho que estou me apaixonando profundamente pelo Santorinni e tenho consciência que isso não pode ser, eu não posso me apaixonar por ele, não quando tenho quase certeza que o que ele sente por mim é apenas atração física, eu não posso sofrer por causa de um homem outra vez.

Se é que posso chamar aquele embuste de homem, mas ainda sim, é alguém do sexo masculino que me fez sofrer.

São casos diferentes, o embuste fez algo contra mim e contra minha imagem e já no caso do Santorinni eu iria sofrer com a rejeição dele.

Então tenho que colocar meus pés no chão e a cabeça no lugar e não ficar criando ilusões com esse homem, eu tenho que me manter o mais longe possível dele, o problema é que eu amei o filho dele e o menino também gostou de mim e Henry não pode pagar por eu ter tido algo que não deveria com seu pai.

Contemplo a imensidão azul à minha frente que é de tirar o fôlego, aqui é um lugar muito bonito e que me traz muita paz e tranquilidade.

Meu celular vibra, olho para tela e é notificação de mensagem de um número que não conheço.

"Oi Ceci, sou eu, Henry, esse é meu número."

Eu: Oi Henry, tudo bem?

Henry: Oi Ceci, estou bem, e você?

Eu: Bem, também.

Henry: Estou na minha vó.

Henry manda uma foto de uma senhora com cabelos grisalhos, uma mulher e seu pai.

Henry: Essa é minha vó, Caterina e minha tia Rebeca.

Eu: Ah! Olha onde eu estou.

Tiro uma foto da praia e mando para ele.

Henry: Que legal, amanhã meu pai e eu vamos, seu convite ainda está de pé?

Eu: Está sim, espero vocês.

Henry: Pode mandar a localização para o meu pai depois?

Eu: Vou mandar aqui pra você, pode ser?

Henry: Pode sim.

Mando a localização para ele, é melhor evitar de ficar falando com o professor, preciso me manter longe dele para preservar meu coração e minha sanidade mental.

Henry: Obrigado Ceci, nos vemos amanhã.

Eu: Por nada, te espero amanhã.

Henry: Até amanhã.

Eu: Até amanhã.

"Preciso me manter longe dele!" — penso comigo mesma.

O restante do dia transcorreu bem, ficamos um pouco na praia, depois ficamos na piscina de casa, fizemos um churrasco e nos divertimos muito. Estar com eles é muito bom, me distrai bastante e nem pensei no doutor gostosão.

O dia de amanhã promete...

Só não me arrependo desse convite por causa de Henry.

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Comments

silvia pereira

silvia pereira

Que desculpa mais esfarrapada em Ceci 😂😂😂

2025-02-25

1

Angela Valentim Amv

Angela Valentim Amv

Ah tá sei o Henry

2024-11-30

3

eliete cabral rosa

eliete cabral rosa

Não adianta fugir Cecí.

2024-10-16

2

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Atualizado até capítulo 70

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